Luan 04/03/2020
Alegre triste fim
Que aperto no coração... sabe aquela despedida que em algum momento da vida já tivemos (ou teremos) a difícil tarefa de vivenciar? Seja ficando ou partindo, a angústia de "estar perdendo" aqueles momentos especiais com pessoas especiais, que ficarão apenas nas memórias e guardados no coração? É ruim e gera uma ambiguidade difícil de lidar. "Foi bom o que vivemos, mas por ter sido bom, eu me encontro triste por ter acabado. Contudo, se não tivéssemos vivido tais momentos, eu não teria sentido toda alegria e felicidade que eles me proporcionam". Ao terminar de ler a trilogia de Bone, publicada pela Todavia, foram esses sentimentos que tomaram conta de mim. Principalmente pelo final.
Bone é doce, aventuresco, divertido, alegre e envolvente. Como Art Spiegelman falou: "Bone trata da vida". Uma história que alegra quem tem 10 anos ou 50. Traz esperança para corações enferrujados e céticos e motivação para corações puros e cheios de fantasia, além de imaginação.
Independente do final, se despedir de um cenário desses é algo triste-e-feliz. Jeff Smith nos entrega um épico difícil de descrever, de limitar ou tentar enquadrar. Impossível dizer que Bone é uma HQ infantil, contudo, é impossível dizer que Bone também não é uma HQ infantil. Nesse volume, o autor nos prende com toda emoção e suspense em doses industriais ? tudo que foi semeado ao longo dos dois volumes é colhido de forma ágil, empolgante e muito madura. Acompanhamos a evolução e amadurecimento de todos os personagens, inclusive de Jeff Smith como um grande autor e contador de histórias.