Fernanda631 11/10/2022
Trabalhos de Amor Perdidos
Escrito em primeira pessoa livro, possui leitura fácil. Esta é uma bela história sobre a dificuldade de se manter as promessas feitas, especialmente as promessas de amor ante lindas e inteligentes mulheres, que leva os homens na peça a cometer repetidos perjúrio, negando suas próprias palavras. Bem o expressa a Princesa, ao falar dos tolos homens, afirmando que "ninguém fica tão completamente preso, quando capturado, quanto o inteligente que ficou bobo".
Ferdinando, rei de Navarra, e três lordes querem cultivar o espírito e o conhecimento. Decidem-se então a três anos de jejum, castidade, muito estudo e pouco sono - quem for flagrado com uma mulher será acusado de traição. Mas logo chegam a princesa da França e três damas de companhia, fazendo com que os homens se arrependam amargamente dos seus juramentos. Cartas são escritas e entregues ao destinatário errado, disfarces e máscaras roubam a cena nesta hilariante e atualíssima comédia de Shakespeare sobre a dificuldade de se manter a palavra.
Diante de todos os ocorridos no caminhar da história, teremos grandes desdobramentos, quebras de promessas e outros problemas.
Com um humor bem ácido, que é uma das grandes características de Shakespeare. Um texto fácil de se entender, que fala muito da forma como o amor pode ser interpretado, ou mesmo da forma em que você o demonstra. Com muita, mais muita poesia, deixando os diálogos bem poéticos e românticos, ao mesmo tempo que são cômicos, ocasionando uma divertida história. E esse tipo de texto é um dos grandes fortes de Shakespeare.
Shakespeare mostra porque é considerado um "homem de mil almas", ao criar uma constelação de personagens e situações as mais inusitadas tal como, por exemplo, o desconcertante diálogo entre Armando, Holofernes e Nataniel. Em uma ocasião cheia de desajustes, citações truncadas e péssimo uso de outros idiomas, fica claro que eles "participaram de um grande banquete de línguas e roubaram as migalhas". Ao tratar da morte, outro tema recorrente na obra do Bardo, a personagem Berowne fala da dificuldade de se animar um enfermo agonizante, indagando: "Despertar a risada na garganta da morte? Impossível!".
Shakespeare não decepciona nunca. Recomendo a leitura!