Retipatia 05/04/2020
Conheça Pocahontas, a princesa que mudou a história!
Prepare-se para adentrar nas terras do Chefe Powhatan. As muitas tribos sob sua chefia estão espalhadas pelo território e as vitórias contra as tribos inimigas são certas quando se tem aliados fortes e um chefe sábio.
Mas nenhuma dessas coisas é tão valiosa para Chefe Powhatan como sua filha mais jovem, Matoaka, que significa Pequena Pena de Neve. Talvez você a conheça como Pocahontas, especialmente pela visão da animação da Disney de 1995.
Apesar de canções marcantes e uma personagem que inspira seus dezoito anos, ao menos, a realidade da jovem que viveu no século XVII era bastante distinta da que animação mostrou. Os dados podem não ser todos exatos, mas a autora Virginia Watson realizou pesquisas para escrever Princesa Pocahontas, especialmente através dos diários e relatos deixados por John Smith e conseguiu mesclar ficção e realidade de maneira primorosa.
Com uma liberdade lírica e um tom narrativo suave e cativante, a autora conseguiu reviver a jovem que foi responsável pela mantença da paz entre as tribos dominantes das terras que viriam a ser a Virigínia e Jamestown, o povoado recém formado pelos ingleses que se autoproclamavam descobridores e conquistadores. Pocahontas, uma criança com apenas treze anos à época, foi o elo entre os dois mundos e a responsável por conseguir que as tribos fornecessem alimentos à Jamestown nos períodos de escassez, garantindo a sobrevivência dos ingleses.
Com um espírito inquieto, somos apresentados à uma Pocahontas vívida, alguém que tem sede não apenas no viver, mas em todas as coisas ao seu redor, em descobrir o desconhecido, movida por uma curiosidade destemida.
Sua história começa mostrando suas travessuras de criança, sua ânsia por mais do que a vida aparentemente lhe reservara. A mudança do que prometia ser uma vida de uma princesa que abusa das regalias de ser a preferida do pai, o Chefe Powhatan, surge com a chegada das velas brancas que flutuam pelo mar.
A partir daí, a autora entrelaça a história de duas culturas que se chocam, mostrando em como a protagonista foi essencial nesse enlace e desmistificando algumas ideias, seguindo os fatos narrados nos registros de John Smith. Como mesmo o possível romance entre Pocahontas e John Smith e mesmo o fato famoso em que a princesa o salva da morte quando feito prisioneiro pelos Powhatan.
Mesmo com os acréscimos narrativos da autora, se tem uma versão bem mais próxima dos relatos históricos e, assim, possivelmente, da pessoa que foi tão importante, ainda que não com todo o reconhecimento que merece, para a sobrevivência e instauração da colônia inglesa nas terras indígenas.
Sem dúvidas uma leitura que eu recomendo muito, além de ter sido prazerosa, é importante que conheçamos as versões mais apuradas e próximas das histórias que, quando crianças, povoaram nosso imaginário. Pocahontas foi um desenho da Disney que sempre tive um carinho especial, acho que quando nova já apreciava finais fora do padrão "juntos e felizes para sempre". Mesmo sabendo das diferenças para a realidade, ainda gosto da animação e o livro, com todo seu encanto, mostrou bem mais de costumes e realidades que podemos encontrar na animação. Se tornou uma história que vou levar comigo, no coração, para sempre. Ainda mais pela beleza em se conhecer outra época e outros povos.
Uma história capaz não apenas de entreter, mas de honrar a memória de Matoaka, a Pocahontas, e lembrar que uma única pessoa pode ser capaz de mudar o mundo ao seu redor.
A edição da Editora Wish faz parte da Coleção Filhos da Floresta, e conta, além da história, com Introdução à edição de 1916 de Virginia Watson; Prefácio da Tradutora, Carolina Caires Coelho; e Posfácio de Sarah J. Stebbins. O box é composto pela edição de Pocahontas e Bambi, de Felix Salten. O livro é feito com capa em papel kraft e pantone, numa proposta mais ecológica para o projeto, que foi financiado pelo Catarse.
site: http://retipatia.com/2020/03/30/princesa-pocahontas/