Resenhas - O Encontro Marcado

y2024 14/06/2020

Eer
Quando eu li na adolescência até que gostei do livro mas depois que reli aos 22 anos achei muito ruim.

Mayko.Vasconcelos 13/06/2020

Reler um livro que te marca muito não é fácil
Eu havia lido esse livro quando ainda era adolescente. Lembro dele como um dos livros que tinham me marcado muito. Um dos favoritos. Reler foi muito gostoso pq voltei a me conectar com o personagem principal, Eduardo, em toda a melancolia dele, que me era tão familiar na adolescência. Foi estranho porque agora, apesar de entender de onde esses sentimentos vinham eu já não conseguia sentir tanto essa melancolia. Mas ver a jornada do Eduardo me lembrava meus próprios dramas e minha própria vida. No entanto na medida que ele cresce fui me distanciando emocionalmente dele. Acho que não lembrava bem desse trecho do livro. E foi estranho pq toda essa familiaridade, toda essa sensação de reencontrar um amigo perdido, foi se esvaindo um pouco. Em alguns pontos tive até raiva dele, de pra onde ele tava levando a própria história. Mas Eduardo é um personagem incrivel. E o Fernando Sabino escreveu esse livro divinamente. Foi uma delícia reler. Ainda que meus sentimentos sobre muita coisa tenham mudado. Recomendo super. Perdoem se essa for uma resenha confusa. Foi uma experiência um tanto emocionalmente confusa aqui também.

barbara.martins 10/06/2020

"Ninguém é dono de coisa nenhuma neste mundo"
"Você se julga o dono de seu destino ninguém é dono de coisa nenhuma neste mundo."

O livro vai nos apresentar a vida de Eduardo Marciano, sendo notório a intensidade que ele viria a ser desde suas ações na infância,  presenciamos suas descobertas: como "driblar" seus pais com suas birras, as suas paixões, e suas decepções intermináveis. Eduardo acreditava está sempre no controle de seu destino e o mudaria conforme desejasse. Acompanhamos cada ida aos bares de Belo Horizonte, todos os "porres colossais" e , todas as confusões  em que fora metido com ajuda de seus amigos Mauro e Hugo. O próprio fala que não nasceu para perder, assim focava sua atenção em inúmeras coisas, mesmo que estas já não fizessem mais sentido no momento atual de sua vida. Confesso que o começo do livro me fez passar semanas decidindo se valeria a pena continuar ou não (por esse motivo não consegui dá as 5 estrelas), mas decidi dá uma chance. Não me arrependo, não que tenha superado minhas expectativas, contudo, as vivências de Eduardo e todas as suas tentativas de ser o que esperam dele,  realizar a sua vontade de ser escritor, e todas as suas crises morais foram prendendo minha atenção (eu já esperava a próxima besteira que iria acontecer na vida desse menino rs). Além de passar a mensagem de que a vida se resume a isso: a ganhar ou perder e tudo bem, já que a grande verdade é de que sempre perdemos.

pashe 06/06/2020

Meu primeiro livro
Esse foi o primeiro livro de verdade que lo na minha vida. Minha mãe estava lendo ele e ele ficou jogado em casa por um tempo. Eu tentava começar ele mas acho que não tinha maturidade e aí largava. E assim foi por um tempo até o dia que clicou e consegui prosseguir, gostar e terminar. Nunca vou me esquecer do Eduardo. Pra sempre será minha primeira experiência literária de qualidade.

vê 05/06/2020

Eu vou deixar esse trecho aqui gravado.

?O silêncio é a linguagem de Deus. No princípio era o Verbo, vocês sabem o que é isso? O silêncio, o espantoso silêncio do princípio. Ah! o verbo e o silêncio são a mesma coisa. Que coisa bonita que eu falei, minha Nossa Senhora. É preciso escutar o silêncio, não como um surdo, mas como um cego! O silêncio das coisas tem um sentido. Quem não entende isso não entende nada.

Eduardo se viu de súbito transportado a uma noite já longínqua, no Parque, diante da estátua de Anita Garibaldi. O demônio mudo.
? E a música? ? desafiou.
? A música ? o velho traçou com o dedo uma pausa no ar ? é a expressão mais completa do que estou dizendo. Ou do que não estou dizendo, pois é preciso ouvir apenas o que não se diz. Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Eu ia chegar nela. A música também é silêncio. Bach sabia disso, Mozart também. Beethoven só soube quando ficou surdo. O ar não é silencioso? O vento não faz barulho? E que é o vento senão ar? A música é o silêncio em movimento.
? O mesmo com as palavras.
? Não senhor: as palavras estão em quem fala e em quem escuta. O silêncio fica entre os dois, intocado, um silêncio enorme, intransponível. Ao passo que a música está nela mesma, isto é, no que resta além de nós. E o resto é silêncio. Adeus.?

Paulinha 23/05/2020

O Encontro Marcado - Fernando Sabino
[muito spoiler]
Eduardo Marciano é a cara da juventude. O livro "O Encontro Marcado" publicado em 1956 marcou uma geração de jovens pós segunda guerra mundial, mas ouso dizer que algo no romance é atemporal e típico de toda juvetude. Questionar é preciso, viver intensamente também. A vida passou por cima de alguns sonhos de Eduardo Marciano, mas não seria esse o destino de todos os mortais? Viver é arricar-se e nesse eterno perde e ganha a personalidade é construída. Alguns amigos ficam pelo caminho, amores nem se fala. Eduardo Marciano de fato amava Antonieta ou se entregou ao casamento como um destino inerente ao homem cultuado pela sociedade? Se não poderia realizar-se na profissão, ao menos se adequaria de certa forma ao que esperavam dele ao construir uma família. Mera ilusão. Eduardo era motivado pelo desafio, seja nos amores ou no esporte, no entanto, após o pódio a motivação dava lugar ao tédio. O suicídio do amigo o marcou profundamente, aquela conversa de véspera que guardou em seu íntimo foi levada por toda vida. O caso do Hotel e os remédios colocados no bolso são reflexos do jovem Eduardo, que um dia pensou q deveria entrar pra história se decidisse pela morte, pobre engano. Se Deus existe ou não, no caso de Eduardo, ele provou conhecê-lo a sua maneira. O fiel é meio assim, tem esse quê de criatividade para dar luz a própria crença. Toda a trama e a viagem ao passado que fiz junto ao Eduardo me fez recordar a música "A Lista" pela voz de Oswaldo Montenegro. Quantos mistérios Eduardo sondava?
Quantos ele conseguiu entender? Quantos segredos Eduardo guardava? Mauro e Hugo ficariam em quais listas de Eduardo? O fato é que a busca existencial de Eduardo movimenta algo no leitor, algo de jovem, algo de inquieto, algo de questionador. E a sua lista de hoje como ficaria? Quais os planos você deixou para trás? Seus amores eternos ainda sobrevivem? E a família como vai? Eduardo fez as malas, pagou a conta e deixou o hotel sem preocupação com o q lhe aconteceria depois. Depois da lista a certeza de valorar o presente. Amanhã
tanto faz.

Karol 15/04/2020

Literatura de qualidade
Fazia tempo que eu queria ler "O encontro marcado". No início, fiquei um pouco decepcionada: a história de Eduardo parecia machista, datada, sem graça. A partir da segunda metade, no entanto, à medida que o protagonista envelhece, o lirismo desponta de maneira mais clara, com intertextualidades sutis e construções profundas. Eduardo era, no fim, um poeta.

Ronaldo Thomé 06/04/2020

NASCEU SEM TEMPO... E MORREU ATEMPORAL
Vertiginoso! Esta é a primeira palavra que vem à mente ao ler O Encontro Marcado, de Fernando Sabino. É um livro muito ímpar (e muito louco), um romance de formação onde acompanhamos a vida de Eduardo Marciano, personagem que muito tem a ver com a biografia de seu criador.
O protagonista é um garoto que, desde muito jovem, mostra-se ansioso, inquieto; muito do que ele faz é marcado por uma ânsia, uma gula por viver, da forma mais intensa possível.

À medida que cresce, Eduardo se envolve com a imprensa e a escrita literária; dedica-se nas horas vagas a vadear com os amigos, numa adolescência boêmia marcada pela militância política e intelectual (além de muita farra e bebedeira) ao lado dos amigos Hugo (que mais tarde se revela homossexual) e Mauro (o agitador socialista que acaba casando e se torna empreendedor).
Após chegar a fase adulta, embarca num casamento frustrado com Antonieta, o que resulta num divórcio inevitável, bem como na solidão, a depressão e alcoolismo.

O pulo do gato de Sabino é usar um estilo de prosa todo único, bastante singular: ao ler o livro, você pode ter a impressão que o autor atropela a história - um único parágrafo às vezes pode dar conta de ações que levariam meses para ser desenvolvidas pelo personagem - e, no fim das contas, a história parece não avançar.

De fato, essa é uma impressão bastante incômoda, que irá percorrer toda a primeira parte do romance. Entretanto - e aí reside o mérito de Sabino - é aí que você percebe o que o escritor faz: ele usa esse estilo torrencial, tumultuado, justamente para que o leitor se sinta NA PELE de Eduardo. 

Ele é descrito como um homem apressado, afoito, sôfrego; ele tem um orgulho e uma ânsia toda própria de viver; é um sujeito honesto, mas nunca se contenta com nada, e comete erros imperdoáveis por falta de caráter; inicia uma porção de coisas, mas nunca as completa.

Fernando também usa isso como uma metáfora da própria condição do escritor: quantas vezes o que escreve, aquele que destila alguns versos numa folha de papel, deixa de lado tudo o que está fazendo, imagina mil coisas e... não realiza nenhuma? Há um personagem, Toledo, que é escritor no livro; ele age como um mentor intelectual de Eduardo, mas deixa claro que o caminho que ele escolhe será (e muito) dificultado pela personalidade do garoto. E o pior é que ele reconhece isso por ser exatamente como Eduardo é.

O livro se encerra com o ciclo sendo repetido: Eduardo percebe um talento descomunal em outro jovem, filho de um amigo numa repartição pública, e, ao invés de tentar fazê-lo mudar de ideia, prefere permanecer neutro: ele entende que nada pode fazer. 

E, mais ainda, ele aparece prestando contas com seu próprio passado. Mas... será que, no fim de tudo, não é Fernando Sabino que está agindo assim para consigo mesmo?

Indicado para: quem quer entender como um escritor cria um universo particular, no qual o estilo de narrar é todo calculado para causar uma resposta emocional ao seu leitor - independente do que este ache do resultado final.

Nota: 10,0 de 10,0. 

Vitor 27/03/2020

Se você não prestar atenção acabara se perdendo nessa incrivel história.

wevertonaguiiar 22/03/2020

Impossível não se sentir preso a Eduaro, e aos seus erros, acertos e contradições.
O Eduardo como bom personagem, gera sentimentos mistos no leitor; ele não fez nada de horrível e nada de excepcional: é apenas um cara comum. Gosto do personagem, dos seus pensamentos (apesar de não concordar com todos). É um personagem constatemente pertubado, mas nunca de forma exagerada. Sabino nunca perde a mão. É um bom romance de formação e uma bela estréia de Fernando Sabino.

Bruna1789 14/03/2020

" Não posso responsabilizar ninguém pelo destino que me dei. Como único responsável, só eu posso modificá-lo. E vou modificar."

No livro acompanhamos a história de Eduardo Marciano, podemos ver através da vida dele o poder de persistir por algo que queremos. Vemos também as consequências de fazer escolhas precipitadas, sua vida foi marcada por fatos que o desconcertou. Na busca de seus sonhos ele acabou se perdendo no caminho. Gostei da leitura, recomendo.

edu basílio 03/03/2020

procurando eduardo

este foi o romance de estreia de fernando sabino, publicado pela 1ª vez em 1956. sua leitura é um bom indicativo de que o talento do autor é genuíno, e que foi merecido todo o reconhecimento que ele viria a ter nas décadas subsequentes, à medida que sua produção literária se expandia.

minha experiência pessoal com o livro foi peculiar porque, como eu, o protagonista se chama eduardo. foi a primeira vez na vida que leio uma obra de ficção cujo protagonista é meu xará (os edwards e édouards não contam), e isso foi bem mais intrigante do que eu podia prever: não consegui evitar imaginá-lo o tempo todo com MEU rosto, nem enxergar-ME totalmente inadequado quando suas atitudes não tinham nada a ver comigo, nem tampouco ME sentir esbofeteado quando seus defeitos, fraquezas e limitações humanos refletiam os meus próprios. quanta força tem um nome (ou quanta fraqueza tenho eu)!

[em um dado ponto, seu amigo hugo lhe diz: "(...) e você, eduardo, cheio de arestas que ferem sem querer. Seu ar de que sempre está indo a algum lugar que não é aqui, para se encontrar com alguém que não somos nós. sua desenvoltura, sua excitação mental, sua fidelidade a um destino certo, tudo isso faz de você presa certa do demônio -- mesmo sua vocação para o ascetismo, para a vida áspera, espartana. (...)" -- e eu tive que parar de ler por alguns minutos para respirar fundo e enxugar o suor do pescoço].

"o encontro marcado" é um romance de formação no qual acompanhamos eduardo da sua tenra infância à sua maturidade: sua relação com os pais de quem é filho único, suas amizades (a maioria fugaz; duas para toda a vida, que são a de hugo e a de mauro), seu casamento com a filha de um político influente (uma representação, ousada para a época, de que o casamento no mundo real tem mais espinhos que flores -- e que seca). a infância e a juventude de eduardo são narradas com mais leveza e humor. em sua maturidade, a narrativa vai ganhando tons progressivamente mais ásperos, talvez para refletir a própria perdição do protagonista com o passar dos anos... de fato, algumas pessoas ora próximas tomam rumos divergentes do nosso. todos morreremos, e é inevitável que vejamos partir, antes de nós, alguns dos que cruzaram nosso caminho e nos deixaram marcas. o matrimônio é muito mais um desafio de aprendizado sobre dar e receber do que uma fonte inesgotável de razões para sorrir.

mesmo se o eduardo criança foi um destacado aluno, o eduardo jovem um exímio nadador e o eduardo maduro um talentoso escritor, em minha visão o tal "encontro marcado" não se concretizou. e se em um primeiro momento após a leitura isso pareceu frustrante, depois de refletir um pouco eu imaginei que talvez fosse precisamente esta a mensagem de sabino: o encontro que temos marcado, todos nós, ao nascer, é com nosso eu profundo, e não adianta buscar a realização ou transcendência apenas no entorno e em outras almas que o habitam se não encontrarmos antes um sorriso franco no espelho.

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Fabio.Oliveira 17/02/2020

O livro passa por certo estágios da vida, teve alguma ocasião que realmente nos deparamos como algo que aconteceu em nossa realidade!

Aécio de Paula 16/01/2020

O Encontro Marcado - Fernando Sabino
Publicado em 1956, esse romance conta a história de Eduardo Marciano. Um cara que foi jornalista, nadador profissional, boêmio noturno, genro de ministro, crítico literário. História cansativa e aborrecida, com mais de 300 páginas, só para contar a vida de um cara que passa o dia bebendo com amigos, fala um monte de merda, namora com várias mulheres, etc. Não consegui extrair nada desse romance.

Nah Sakura 22/09/2019

Uma história que não vai a lugar algum
Assim como o protagonista na sua vida desinteressante, senti-me perdida e "patinando" nessa leitura. Tentei extrair alguma coisa boa do livro, mas foi em vão. Definitivamente essa leitura não foi pra mim.