spoiler visualizarMachadiAninha 17/03/2022
Uma conclusão satisfatória
Mona Lisa Overdrive fecha a trilogia Sprawl, composta pelos anteriores Neuromancer e Count Zero. Aqui, temos o resgate a personagens antigos muito queridos do primeiro livro, como Molly, o Filandês, além de outros personagens que são introduzidos no segundo livro, como Bobby, Angie e alguns outros.
A trama que permeia a existência da Matrix e como as IAs vão ficando cada vez mais onipresentes (ao ponto de literalmente parecerem deuses) ganha um ar bastante subjetivo, talvez o mais místico e fantasioso de todos os 3 livros. Muitas coisas vistas nas narrativas anteriores são retomadas e melhor explicadas, tirando a "nublina" que fica pairando o enredo da trilogia, que por vezes é desenvolvido de forma bem complexa pelo autor.
Gibson, em Mona Lisa Overdrive, continua usando e abusando de termos computacionais, japoneses e de religiões de matriz africana, mas de forma mais suave, encontrando um equilíbrio entre o complicado Neuromancer e o tranquilíssimo Count Zero. Pelo costume que peguei, a leitura foi fluida a maior parte do tempo, mas ainda sim houveram momentos em que precisei ler pelo menos umas 3 vezes para entender o que havia acontecido.
Enquanto fã, fiquei feliz com a volta de Molly e o quão madura e badass ela se tornou. Personagens como Finlandês e Bobby (um dos meus queridinhos do livro 2) também me trouxeram euforia. Os novos personagens introduzidos são bem mais ou menos: Kumiko só serve como observador-explicador do que acontece, Slick é sem sal... A Mona consegue se destacar em relação aos demais, mas além da média como são os personagens de Count Zero, por exemplo.
O final amarra bem o conflito que vem sendo construído desde Neuromancer, mesmo ainda deixando algumas pontas soltas. Pra mim, foi como assistir ao final do Matrix 3 de novo: ainda não sei se gostei muito, mas nada que decepcione.