Diego 29/10/2011Fim da trilogiaDiferente dos outros dois livros, que só tem um pano de fundo comum, este terceiro livro não será entendido se for lido avulso, pois o grande peso da história está na trama dos Tessier-Ashpol. Mollie, a ninja com lentes implantadas no rosto do Neuromancer é contratada para sequestrar a Angie Michel, a menina que foi salva no Count Zero.
Há 4 linhas narrativas:
Kumiko, menina japonesa filha de um chefão da Yakusa, devido a uma guerra dos clãs da zaibatsu em Tóquio, seu pai lhe envia para Londres onde ela fica hospedada na mesma casa onde está Mollie, agora chamada de Sally. Kumiko tem um pequeno console de ajuda a turistas que contém uma IA que só se materializa para ela, lhe ensinando o que é cada ponto turístico, lhe ajudando a compreender os hábitos ingleses, etc. Sally leva a menina para passear pelo submundo londrino e envolve a menina em conspirações contra seu anfitrião. A menina usa sua IA para escutar as conversas na casa onde estão e é retirada por Sally e levada para o Sprawl, onde encontram um constructo do Finlandês, que virou uma espécie de oráculo, nesta conversa com Finlandês fica evidente o constructo de 3Jane, a Tessier-Ashpol, contratou a Molly para sequestrar Angelie Michel, colocando uma sósia em seu lugar e simulando sua morte, mas que 3Jane deve ter exigido que fosse ela que realizasse o serviço por conta do que aconteceu 18 anos antes, em Neuromancer, quando as IAs foram unificadas.
A segunda linha narrativa está baseada em outro personagem secundário, Slick. Ele é um ex-presidiário, que ficou com uma espécie de trauma, pois tinha a memória apagada a cada 5 minutos durante sua pena, como "terapia" ele esculpe grandes esculturas-máquinas que representam figuras do mundo judiciário, ele está em uma espécie de deserto químico, um antigo aterro sanitário que contém uma fábrica abandonada, com ele na fábrica mora um moleque e Gentry, um cara com jeitão de cowboy das antigas e que mantém a energia ligada por conseguir burlar o sistema da distribuidora de eletricidade. Conde, o Count Zero, será trazido plugado a um equipamento estranho, ele fica o tempo todo em REM e está conectado a uma espécie de matrix, o Aleph e pagou para não ser tirado desta viagem, junto com ele chega uma enfermeira que o mantém vivo. Gibson tem um estilo que vai misturando várias coisas importantes da história com pensamentos destes personagens desimportantes, Kumiko fica lembrando do suicídio da mãe, Slick do seu tempo de prisão, etc. Gentry fica alucinado com o Aleph, explica que aquilo é uma espécie de mundo a parte da matrix, mas com uma capacidade quase infinita de memória, podendo abricar muita informação em seu interior, Slick e Gentry começam a se plugar no Aleph, encontram Conde, que lhes diz estar sendo procurado e se for encontrado Aleph deve ser plugado na rede, encontram também o constructo de 3Jane e descobrem que Count está tentando descobrir através daquele sonho maluco de 3Jane, que é a matrix do Aleph, quando é que tudo começou, ou seja, quando e porque os Loas, entidades virtuais do vudu, apareceram na rede.
A terceira história é baseada em Angel Michel, ela se tornou a principal estrela do sinstim, uma espécie de cinema sensorial, os loas lhe ajudaram a chegar até aí, porém, ela começou a usar uma droga e começa a história se desintoxicando, aos poucos é revelado que a droga de alguma forma afetou os circuitos que seu pai lhe deixou no cérebro e ela perdeu a capacidade de se comunicar com quase todos os loas, menos uma, ela não sabe para onde Bobby, o Conde foi, eles eram namorados, mas pouco antes dela ser internada ele foi embora. Ela deseja voltar a gravar e toda a equipe se reune com ela, porém menos um, seu par romântico que continua em Londres.
A quarta história é baseada em Mona, uma prostituta de 16 anos, que é viciada em wiz, uma droga sintética e vive dando suas viagens, por isso o título do livro, overdrive de wiz, monalisa overdrive. Seu cafetão é um cara que está buscando um grande esquema, lhe bate cada vez que ela diz que não gosta do local asqueroso onde eles moram, porém um dia a coisa é diferente, ele diz que vão pegar um jato e ir para Nova Iorque porque alguém finalmente reconheceu seu talento e ele até mesmo conseguiu que ela fosse levada junto. Mona é parecida com Angie e seu cadáver será deixado para simular a morte da atriz. Seu cafetão é eliminado e ela é levada para um clínica plástica, onde seu corpo é modificado para ficar igual ao de Angie, Mollie vai até lá, detona o mediador e pega a menina.
As histórias começam a se cruzar, Mollie percebendo que 3Jane quer alguma espécie de vingança, antecipa o sequestro de Angie em uma semana, depois vai para a Fábrica, onde está acontecendo uma guerra, pois uns sujeitos querem pegar o Aleph. E resumindo a história, a IA de Kumiko derrota momentaneamente 3Jane quando sua matrix está conectada na rede, Conde morreu, mas virou uma espécie de constructo no Aleph, Angie idem, na realidade ela se funde com Continuidade, uma outra espécie de IA, baseada nos biosofts construídos de acordo com as especificações da IA dos Tessier-Ashpolls. O Aleph é deixado plugado na bateria e a explicação final é que no final de Neuromancer, quando a nova IA descobriu um outro ser sensiente em Centauro, se fragmentou em vários pedaços e quando todos forem para Alpha de Centauro, tudo será explicado. Mona sobrevive e fica no lugar de Angie, Mollie vira sócia de um cassino, Kumiko volta para Tóquio e Slick fica com a enfermeira.