Ju Ribon 15/11/2020
HALO
"Mas eu era um anjo na forma mais pura e mais vulnerável. Eu era ingênua e crédula, jovem e frágil. Sentia dor, porque não tinha anos de sabedoria e experiência para me proteger disso. Era por esse motivo que Gabriel desejava que eu não tivesse sido escolhida, e era por esse motivo que eu fora."
Quando os anjos finalmente se acostumam com a vida terrena, Bethany começa a ir para a escola, com o objetivo de influenciar as mentes mais jovens. É lá que ela encontra Xavier. Ele é, de longe, meu personagem predileto na história e consegue prender a atenção do leitor desde sua primeira aparição. Xavier é alegre, um pouco misterioso, de uma personalidade fácil de entender e ainda mais fácil de gostar, e Beth se sente atraída e intrigada com o garoto. Anjos, entretanto, não deveriam desenvolver sentimentos fortes pelos humanos, ou criar laços com eles.
" - É mesmo - disse eu. Acho que este foi o primeiro sinal da minha fraqueza: deixei-me levar por minha curiosidade terrena. Deveríamos interagir com os humanos, mas nunca fazer amizade com eles nem acolhê-los em nossas vidas. Eu já estava desrespeitando as regras da nossa missão. Sabia que deveria ficar calada, afastar-me, mas, em vez disso, apontei para os molinetes do garoto. - Teve alguma sorte?"
Não é mistério algum que Bethany começa a gostar mais e mais de Xavier conforme o livro se desenvolve, e a trama é centrada no relacionamento dos dois. Talvez algumas pessoas achem o livro chato nessa parte, porque tudo acontece lentamente e você precisa passar por páginas intermináveis de dúvidas e anseios de Bethany, mas eu adorei essa parte do livro. Tive tempo para me relacionar com os personagens e senti que as coisas aconteceram sem pressa, de modo que prendessem o leitor sem precisar de uma reviravolta nova a cada página. Eu teria ficado contente se o livro inteiro seguisse essa trama, mas eis que temos nossa primeira surpresa.
"Acho que não poderíamos ter evitado, pois fazia parte da nossa história desde o início. Afinal, as coisas vinham correndo bastante bem, e era de se esperar que houvesse alguma pedra no caminho. Só não contávamos que ela fosse tão grande.
A pedra veio da Inglaterra e tinha nome: Jake Thorn."
Não gostei muito de Jake, por mais que eu tentasse. Entendi o propósito dele na história mas, para mim, ele foi apenas uma sombra do que deveria ter sido. Bethany foi extremamente ingênua por grande parte do livro, mas foi condizente com sua personalidade de anjo inexperiente. Eu vou admitir que não gostei muito do final, mas poderia ser pior. No geral foi uma leitura agradável e eu espero que o segundo livro seja tão bom quanto o primeiro.
E parabéns à autora, que escreveu este livro com apenas 17 anos!