Gica Brombini 21/12/2021
SULWE - Se você fosse tão clara quanto o sol, não poderíamos ver as estrelas existentes na noite e na escuridão
Sulwe é um quadrinho delicado, fantasioso e com uma mensagem muito imporante; é o tipo de livrinho que toda criança deveria ler. Quando falamos de racismo, até mesmo entre crianças, ainda nos importamos mais de chamar a atenção das crianças que fazem comentários preconceituosos do que saber como a criança não-branca está se sentindo. Ainda nos comprometemos mais em brigar do que ajudar e apoiar. É claro que impedir insultos e mostrar que fazer comentários maldosos baseados na cor da pele é errado, mas por muitas vezes nos esquecemos de abraçar e reforçar, explicar e mostrar aquela criança que ela é bonita, que sua cor da pele não a define para si mesma (ainda que a sociedade a imponha visões errôneas) e que está tudo bem ter a pele preta.
Acho que nunca tinha parado para pensar como uma criança, vítima de racismo, olha para si mesma em uma situação como essa. No caso da Sulwe, ela recebe a visita de uma estrela que a mostra como a Noite e a Escuridão são imporantes, bonitas, e quantas estrelas brilhantes podem ser enxergadas nelas. Mas e na vida real? O que dizemos a essa crianças? Como podemos torná-las fortes, confiantes e mais brilhantes?
Sulwe foi um quadrinho que me fez refletir muito. Ainda há muitas questões dentro da história, por exemplo, como a sociedade também faz uma distinção acirrada entre pessoas pretas que tem a pele mais ou menos retinta; como infelizmente, essa visão chega tão rápido a crianças que, a princípio, não deveria acontecer. Realmente, um livro lindo, com ilustrações maravilhosas e uma mensagem necessária a todos.