Stefânea 26/02/2020
Uma aula sobre racismo e aceitação
"Sulwe nasceu com a pele da cor da meia-noite"
Lupita Nyong'o é uma atriz e produtora de cinema queniana, que após enfrentar muita zombaria e provocação por ter a pele escura encontrou uma forma de se amar e se aceitar, aprendeu a ver sua própria beleza, principalmente ao ver outras mulheres negras de pele escura serem reconhecidas. Então, ela retratou um pouco de sua história através de Sulwe, de maneira genial.
"Então, ela pegou a maior borracha que já tinha visto e tentou apagar algumas
camadas de sua pele escura."
Sulwe não entende o motivo de ter nascido com pele escura e de sofrer tanto por conta disso. As outras crianças não querem brincar com ela, o que a faz se sentir feia e indesejada, a ponto de rezar para ter a pele mais clara.
A narrativa do livro é simples e nos leva numa rápida jornada de auto descobrimento e aceitação. A forma como Nyong'o expõe o racismo e o sofrimento de Sulwe é singela, mas dolorosa. É de sentir raiva imaginar a quantidade de Sulwes que existem pelo mundo.
"Eu também sinto sua falta. Mas você não sabe o que é ser maltratada por ser
escura"
Apesar de ser infanto juvenil, essa história carrega um peso representativo imenso de todo grito de um povo. Uma obra que devia ser levada para dentro de todas as escolas, para toda a menina e menino que se sentem inferiores. Assim como a autora foi ajudada em se ver representada por outras mulheres negras, esse livro tem potencial de se tornar a fuga e libertação de milhares de crianças. Perfeito.