Afetos ferozes

Afetos ferozes Vivian Gornick




Resenhas - Afetos ferozes


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Vania.Evangelista 17/11/2021

Afetos ferozes, honestos e brutos.
Vivian Gornick nos presenteia com uma autobiografia realista e brutal. Um livro escrito em forma de memórias sobre a relação da autora com a sua mãe. Uma relação ruidosa e conflituosa narrada nas memórias da infância (no prédio para imigrantes que moravam no Bronx), até a fase adulta durantes as caminhadas pelas ruas de New York.

Ao longo dessas caminhadas, mãe e filha conversam, brigam, se provocam e lembram do passado. Nessas lembranças somos apresentados a uma terceira personagem importante, a vizinha. São 3 mulheres cheias de conflitos, defeitos, erros e decepções ao longo da vida.

O livro aborda as relações humanas e todos os seus paradoxos e suas complexidades, explorando a percepção do papel da mulher em uma sociedade patriarcal que mesmo sendo publicado há mais de 30 anos, apresenta questões feministas atuais. Uma leitura que reflete o nosso cotidiano, principalmente nos conflitos na relação mãe x filha... tudo muito honesto e brutal.
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@limakarla 09/06/2023

?Dizia que o segredo está em criar tanto mundo quanto possível em toda pequena clareira que se possa obter.?

É sempre uma experiência incrível se deparar com algum autor que facilmente se tornará um dos seus favoritos. Tenho me apaixonado cada vez mais pela autoficção, pelos livros que envolvem memórias, relações pessoais, pensamentos e reflexões sobre a própria vida, é o que faz meu coração palpitar na literatura.

No livro nós acompanhamos, principalmente, a relação intensa e difícil entre mãe e filha, todas as suas camadas e toda a sensação agridoce que envolve estar em uma relação assim. A autora vai nos contando de forma que parecia até que estava lendo um diário, um caderno com lembranças de momentos importantes.

Estou envolvida desde o início e li o mais devagar que pude, realmente aproveitando cada linha, cada palavra escolhida e que se transformou em uma história honesta, forte e bonita de sua forma.
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Nathalie.Murcia 03/11/2019

Um livro que explora muito bem as relações humanas
Afetos Ferozes é um livro sobre as relações humanas e seus paradoxos cortantes. Relações entre vizinhos, entre homens e mulheres e, sobretudo, entre a protagonista narradora e sua mãe, residentes do Bronx. Mulheres muito diferentes e ao mesmo tempo parecidas. Escrito em forma de memórias, explora questões feministas, tais como o papel da mulher na sociedade, no casamento, a visão romantizada do amor, tão criticada pela nossa personagem niilista, que sempre se mostrou desconectada dos padrões sociais vigentes.

O que mais gostei no livro é que as três personagens principais (mãe, filha e a vizinha Nettie), são mulheres bem humanas, repletas de defeitos, erros, relacionamentos tóxicos e decepções acumuladas ao longo da vida, que é cíclica.

Apreciei muito a leitura. Para quem gosta de livros que refletem o cotidiano, sem grandes reviravoltas e eufemismos, mas que evoquem muitos insights, esta é uma excelente pedida!

Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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Thiago 22/04/2021

Feroz
Só faltou sair no soco 5min sem perder a amizade (o parentesco), de resto quase tudo rolou.
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Rodolfo 02/08/2022

Que a vida seja feita de afetos ferozes
Uma história real, que traz aspectos extremamentes exóticos, mas intensamente naturais, comuns e até banais da vida humana. Afetos Ferozes conta sobre uma filha e sua mãe, mulheres que se desentendem, se amam, respeitam, se distanciam e se reaproximam, mas acima de tudo, se afetam.
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Rodrigo1001 15/04/2023

Agudo, furioso e mordaz (Sem Spoilers)
Título: Afetos Ferozes
Título original: Fierce Attachments: A Memoir
Autora: Vivian Gornick
Editora: Todavia
Número de páginas: 208

Vivian Gornick é autora de diversos livros, memórias e biografias e uma das lendas vivas do jornalismo norte-americano. Atualmente, a autora vive um bom momento: as memórias que publicou originalmente nos anos 80, Afetos Ferozes, foram traduzidas para 13 idiomas nos últimos 4 anos e foram aclamadas pela crítica e também por apaixonados leitores em Português e Espanhol, que finalmente a descobriram.

Começo dizendo que Vivian não poderia ter escolhido um título melhor para o seu livro. Tudo nele é feroz, indômito, impetuoso, intrépido e ousado. Discorre, basicamente, sobre a relação da autora com a própria mãe – relação essa que redefine o que conhecemos como Complexo de Édipo, onde os personagens centrais não são mãe e filho, mas, sim, mãe e filha e onde a rivalidade não é entre filho e pai, mas sim entre a própria mãe e a própria filha.

É um livro cortante, com absolutamente zero floreios.

À medida que eu ia avançando na leitura, me perguntei várias vezes se a mãe da autora ainda estaria viva em 1987, ano de lançamento da obra. Me questionava isso porque nunca antes havia visto uma relação mãe e filha ser dissecada de forma tão escancaradamente aberta. É uma plena renúncia ao amor romântico, ao amor materno onipresente, uma forma maravilhosa de descrever os altos e baixos de um vínculo mãe-filha. Tão honesto e transparente, de fato, que chega a ser assustador... me peguei várias vezes relendo parágrafos e fazendo pausas na leitura somente para pensar a respeito, absorver e depurar os choques e os impactos. Uma liberação em maré montante de introspecção. Ouso dizer que nenhuma outra autora me impressionou tanto em sua forma de expressar e entender muitos aspectos das relações pessoais de forma tão inteligente e excepcional. Me deparei com um romance contado a partir de uma visão tão universal quanto a literatura masculina, mas muito menos transmitida.

De um outro extremo, me pareceu uma exibição corajosa de uma vida com aparência de normalidade. As nuances, as sensações pessoais de frustração e angústia, são vivenciadas pelo leitor quase como se fossem suas, tal é a empatia que a autora produz com esse livro.

Confesso que Afetos Ferozes me agitou durante toda a leitura, talvez porque nele eu tenha reconhecido as mulheres da minha vida, reconheci atitudes de algumas mães, da minha própria mãe, e de mim para elas. A autora retrata de forma muito vívida ideias e pensamentos com que muitas mulheres têm de lidar, tentando construir uma vida daquilo que lhe incutiram ao longo dos anos, em casa e na sociedade, e sentindo as suas próprias mães apoiando-as, mas também julgando-as ao mesmo tempo em cada movimento.

Por fim, poucas coisas posso dizer sobre este magnífico romance autobiográfico que ainda não tenham sido ditas. A escrita mágica de Vivian Gornick nos leva pela mão nos passeios com sua mãe pelo Bronx e por suas vidas, sempre juntas, mas nunca se idolatrando. Um relacionamento que, de alguma forma, iria levá-las à destruição. Sem dúvida, a minha parte preferida é a descrição do prédio onde elas moravam, sempre movimentado, numa comunidade onde viviam homens, mas onde simplesmente eles nunca estavam. E por isso mesmo, a autora se constrói como mulher a partir dos diferentes modelos femininos que a cercam. Acho que todos podemos nos ver refletidos em Gornick e nossas mães na mãe dela.

PS: só perdeu 0.5 estrelas por cometer o pecado de dissecar um relacionamento amoroso da autora já no fim do livro, desfocando o tema central mãe-filha. Fora isso, um livraço que todos deveriam ler.

Leva 4.5 de 5 estrelas.

Passagens interessantes:

“O amor de papai tinha de fato propriedades extraordinárias: não apenas compensava o tédio e a ansiedade de mamãe como era a razão de seu tédio e de sua ansiedade.” (pg 30)

“Hoje, o amor é uma coisa que se conquista. Mesmo entre mães e filhos.” (pg 51)
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Carolina.gxa 29/09/2020

Sensível e brutal
'Afetos Ferozes' causa um misto de sentimentos e comove desde a primeira página. A relação mãe e filha é retratada de forma tão honesta e brutal que chega a emocionar, de maneira que consegui me identificar e sentir carinho por Vivian e sua mãe. A ignorância da mãe Mesmo tendo sido escrito há mais de três décadas, a escrita de Gornick permanece absurdamente atual.
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Barbara.Raulino 01/07/2020

Afetos Vorazes
"Afetos ferozes" é o livro de memórias de Vivian Gornik e tem como fio condutor sua relação com a mãe. Mas ele é mais do que isso. É também sobre a relação entre mulheres e sobre o que se pode fazer para além daquilo que nos atravessa enquanto filhas. É sobre as violências tanto exercidas quanto sofridas por mulheres - no público e no privado. É uma escrita bastante corajosa e honesta sobre as relações e suas complexidades.

A história é contada durante as caminhadas que mãe e filhas fazem juntas pela cidade de Nova York, onde moram, durante três anos. Quando começa, a narradora tem 45 anos, e sua mãe, 77. Quando termina, ela tem 48, e sua mãe, 80. Nesses passeios elas conversam, se provocam, brigam e lembram histórias do passado. A trama vai e vem entre as caminhadas e as lembranças da vida da autora, desde a infância em um prédio de imigrantes no Bronx até chegar ao ponto onde começa o livro. Achei muito bonito elas irem repassando a relação durante as caminhadas como uma analogia pra dar conta dessa caminhada exaustiva que pode ser se separar do outro.

Sabemos que tornar-se mulher é uma construção que se sustenta a partir da relação que temos com as nossas mães e que vai se amparando na relação com outras mulheres e se construindo também nas demais relações. Nas memórias de Vivian fica evidente a tensão que se impõe entre aquilo que ela evita repetir e aquilo que ela não consegue escapar e que respinga como um “afeto feroz” em direção à mãe e vice-versa.

É difícil não se identificar em alguma medida através dessas memórias e pra mim, foi quase como se essa leitura pudesse ajudar a preencher certas lacunas da minha história a partir de outra história que não a minha – sendo esse um dos efeitos que um bom encontro literário pode proporcionar.
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Lucas.Hagemann 05/06/2021

O livro flui de maneira muito agradável e transita entre o presente da autora passeando pelas ruas de NY e o passado. A autora relata de forma muito franca as relações de sua vida, mãe; vizinhas de prédio ao crescer; ex-marido e alguns namorados. Mas o mais marcante é os questionamentos que são levantados em cada uma.das relações e como elas são moldadas. Um dos melhores livros que li esse ano.
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Rute31 20/04/2022

Afetos Ferozes
Esse é o tipo de livro que não me despertaria o interesse numa livraria, mas eu peguei por causa do grupo de leitura da Editora Voz de Mulher, "Queria Filha, Amada Mãe" e foi uma ótima experiência.

Gostei muito da linguagem franca e direta do livro, e em muitos aspectos, (considerando muitas particularidades, é claro) me identifiquei com os afetos ferozes que a autora menciona.

A relação entre mães e filhas é quase sempre densa, pesada. Esse livro mostra isso enquanto acompanhamos a vida da autora e de sua mãe, uma senhora judia "que teria sido uma excelente oradora" se não fosse mãe.

Pensar nessas relações é sempre delicado, e a narrativa desse livro nos envolve dessa maneira, enquanto alterna passado, presente e um futuro em aberto - mas que bem sabemos qual é.
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Raquel.Rangel 13/09/2020

Um dos melhores do ano para mim!
A história dela, mulheres contam as suas histórias, os homens sei lá, eles nem tem importância pelas andanças e histórias da Vivian Gornick.
Tanto se repete, repete e repete, de vida em vida, na própria vida, da mãe e da filha, de mãe para filha.
Eu aqui pelas ruas que jamais andei, de ouvidos atentos para essa dupla. Ser duplo, ter duplo, estar duplo, que lugar é esse que para se estar vivo é preciso estar.
Acompanhar essas duas, mãe e filha, filha e mãe, por entre os afetos, as memórias, as histórias.
Uma relação ruidosa, curiosa, cheia de possíveis semelhanças para todas as filhas.
Honesto e potente. Um dos melhores livros que li até aqui.
Pensei, no andar como forma de elaborar, algo assim.
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Mestizo 15/10/2023

Resenha sincera
Alerta de gatilho
Contém
Homofobia
Gordofobia
Cena de abuso

Tirando isso não é um livro ruim não a leitura acaba se tornando divertida a gente acompanha a história da personagem principal e é tudo narrado sob a perspectiva dela e até aí tudo bem muitas coisas acontecem mais acho que o ponto desse livro é a gente perceber as relações que ocorre subjetivamente no decorrer da história. Eu curti basta apesar dos gatilhos .
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Sidvania.Moraes 16/02/2023

Sentimentos confusos
Livros de memórias geralmente não são confiáveis, mas com sua sinceridade escancarada, Vívian nos mostra o quão prejudicial podem ser nossas relações familiares.
A ausência de uma linha temporal foi bem elaborada, para entendermos o reflexo de sua mãe em sua juventude e vida adulta.
O título é literalmente o que as protagonistas viviam e sentiam, uma mistura de amor e ódio, que nós faz reconhecer que somos mais parecidas com nossas mães do imaginamos.
Às vezes me pego pensando como Vívian: ?Por mais que desejasse me diferenciar, pelo jeito acabaria como mamãe, deitada no sofá, contemplando o espaço. ?
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@emedepaula 26/02/2023

Ferozmente!
A definição de feroz. Furiosa, e escandalosamente lúcida, Vivian Gornick provê ao longo das duzentas páginas dessa memória, um caldo de emoções cruas, entregado na porta do leitor com uma rispidez e agilidade encantadores. É o relacionamento difícil com sua mãe o motor dessa autobiografia luminosa, e o embate entre as duas vai da primeira a última página com um apetite devorador. É muito intenso, e por isso li o livro em apenas 3 dias. Teria lido em 2 se ontem não estivesse tão quente e eu pudesse ter me dedicado a leitura atenta como fiz hoje ao terminá-lo. O relacionamento de Vivian com os homens da sua vida também merece atenção. Os embates travados com eles também elucidam bastante a riqueza de seu mundo interior. Gosto muito da forma que ela dá ao texto, alternando entre presente e passado, sem seguir uma linearidade. Apenas usando recuos e avanços temporais, que vão costurando uma imagem maior. Que livro perfeito!!!! Imensamente tocado por essa leitura. Com certeza entrou na lista de favoritos de 2023.
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Kevin Kretzu 18/03/2020

O afeto é paradoxo da memória
Um livro para mergulhar nas contradições humanas do afeto. A memória é o personagem principal da narrativa. Se Elis Regina estivesse viva, com certeza Afetos Ferozes estaria na sua estante.
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