Macartiney 30/11/2021Tá bom por aquiDepois de um começo muito promissor com o primeiro livro, veio o segundo bem menos empolgante e por fim o terceiro que pelo menos explica muita coisa e mostra que Jemisin é sem dúvida uma grande escritora e com certeza agradou em cheio muitos leitores com essa trilogia.
Mas pra mim o sentimento foi: Boa experiência, no entanto estou livre da Terra Partida.
Uma das situações que me faz definir o quanto gostei de um livro é no momento que alguma perda de uma pessoa importante me toca, e poderiam morrer todos que não me importaria, não foi o forte da escritora fazer você se apegar a qualquer personagem ou sua missão. E o detalhamento dos cenários, gente, só ela desenhando pra mim entender. Confuso pra imaginar
SPOILLER
E ao final do livro, infelizmente (porque odeio isso), me faltou entender algumas situações sendo três citadas abaixo, se alguém entendeu e puder explicar me ajudaria a enteder mais o conjunto da obra
1) Pag. 441 "Ele sabe (Pai Terra) que ela (Nassum) pretende trazer a Lua para baixo e que isso criará um cataclismo muito pior que a Estação do Estilhaçamento. Ele(Pai Terra) quer viver"
- Minha dúvida aqui é, se desde Alabaster dizendo que trazer a Lua seria a solução para estabilizar a Terra e tentar acabar com as Estações, até diversas outras passagens dizendo a mesma coisa, aí me aparece esse trecho contradizendo isso, quem entendeu isso?
2) Pag. 453 "Ela (Nassum) pode nunca ter acessado o Portão de Obelisco antes - ele foi seu (de Essum) até agora...."
- Ué, o tempo todo narrava-se que Nassum abriu o Portão pra matar o pai dela (aliás uma orogene usar o Portão só pra isso, vai saber) e aí aparece esse trecho também contraditório
3) E como Nassum abriu o Portão pra matar o pai dela, porque nada dela começou a se transformar em pedra desde aquele momento?
E por fim (aqui não é dúvida) não consegui digerir que numa única tacada a Essum matou todos os Guardiões. Perá lá, no primeiro livro os mesmos Guardiões era temidos e faziam um orogene sair correndo de medo. Acho que faltou combinar com a Essum de que eles nunca foram de nada. Pra mim isso foi uma falha no "roteiro".
Concluo que não sentirei saudades, mas sigo admirando a forma de não entregar nada de graça e a complexidade com que a escritora desenvolveu a trama e isso deve ser respeitado e premiado como a Trilogia foi.