Lorran 28/06/2010WWW.SUBTITULO.COM.BRResenha publicada no blog Subtítulo - www.subtitulo.com.br
Sensacional. Livro de estréia da irlandesa Alex Barclay – e que estréia – , Olhos de Falcão é melhor do que a Ferrari F430. Isso por que a Ferrari demora 4 segundos para ir de 0 a 100 kilômetros por hora. O livro não, ele já começa em 100, e só acelera. Alex constrói uma narrativa eficaz, intercalando os acontecimentos de uma forma que o leitor fica preso ao livro de uma maneira indescritível.
Já disse e não canso de repetir que sou fã de romances policiais. Mas confesso que não tinha grandes espectativas em relação a esse livro. Não sei por que, simplesmente não estava levando muita fé. Talvez por isso ele tenha feito o estrago que fez em mim. Me arrisco a dizer que encabeçará a lista dos melhores romances policiais do ano. Pelo menos na minha ele já está no topo.
A trama já começa a mil, com o desfecho de um sequestro investigado pelo detetive Joe Lucchesi – nosso personagem principal. Com o trágico fim do sequestro Joe resolve tirar uma licensa, e por sugestão de Anna, sua charmosa e francesa esposa, mudam-se com o filho adolscente para uma vila tranquila no litoral da Irlanda.
Mas quando tudo parece estar nos eixos, uma série de acontecimentos, que se inicia com o desaparecimento de uma jovem atiça os mais sombrios instintos de Joe Lucchesi, que fará de tudo para proteger sua família, mesmo após descobrir que sua mulher e seu filho estão mentindo.
Em paralelo, Alex esmiuça, desde a infância, as vidas de Duke Rawlins e Donald Riggs, mostrando como a violência pode surgir de maneira tão banal, principalmente em lares conturbados. Encantados com a paixão do tio de Duke, Bill Rawlins, por falcões, os garotos tornam-se fascinados pelo Falcão de Harris, uma verdadeira máquina assassina e selam um pacto que irá mudar muitas vidas.
"De uma infância arruinada, surge um elo indestrutível."
Viajando por uma série de espaculações e trilhas que parecem conectar-se ao mesmo tempo que parecem totalmente desconexas, é impossível ficar indiferente à este livro fantástico. O que posso dizer é que a história não acaba por aqui. E para minha extrema felicidade, a autora já publicou um segundo livro (The Caller) com o detetive Lucchesi.
Resta agora esperar a Bertrand colocá-lo na rua. Diga-se de passagem, o projeto editorial do livro é nota 10. Muito bonito, a Bertrand mandou muitíssimo bem. E ao final descobrimos por que a editora aposta tando nele.
Ah, e quanto ao bicho papão… vocês terão que ler para entender.
Segue abaixo, não uma entrevista, mas uma espécie de resenha feita pela própria autora. Vale a pena dar uma conferida.