ritita 27/07/2021Tudo em nome de Deus?Novamente, outra vez: d e t e s t o religiões, principalmente as fundamentalistas. Cada vez que leio coisas como as narradas neste livro, mais me apego a minha opinião.
Como em nome de um deus, bruxo, diabo ou mentor espiritual qualquer, "normas" podem dirigir ou tentar moldar toda a vida de quem quer que seja?
Katie, menina amorosa, religiosa e educada, tem o saudável hábito de pensar - saudável não para uma comunidade proibitiva.
No passado, namorou um menino, também amish, que frequentava leituras da bíblia** clandestinamente, e conversava com Katie sobre as diferenças abissais entre as duas religiões. Dan gostava de tocar, compor e cantar músicas consideradas satânicas pelos amish.
Na narrativa, a família e o Povo amish querem mostrar que só falam verdades, só pensam e agem de acordo com os ensinamentos "Ordem antiga", além de vigiarem uns aos outros em suas vidas particulares, para que não pequem. (ai que raiva)!
Um pouco antes de seu casamento com o bispo da religião - 22 anos mais velho e com um bando de filhos, Katie descobre nos guardados de sua mãe um vestidinho de bebê totalmente disconforme dos usos/costumes dos amish.
Apenas por perguntar sobre o vestido à mãe, Katie puxa o fio de uma meada de acaba atingido a toda comunidade, e começa a perceber que há mais verdades na vida do que pressupõe a "Ordem antiga.
Sensacional o desenvolvimento da história, com várias reviravoltas, onde a coragem de Katie mostra-se maior que tudo aprendido até então e sem medo de ser "banida" da igreja.
Pena que o final fica em aberto, mas eu dei o meu e achei muito coerente com toda a história.
*grupo cristão que surgiu a partir da igreja menonita***, que busca viver isolado da sociedade moderna e de seus confortos – como automóveis, telefone e eletricidade. As comunidades amish recriam o modo de vida rural do século 17, quando a Igreja foi criada.
** Eles não reconhecem o novo testamento, apenas o antigo e assim vivem.
***Os menonitas (ou mennonitas) são um grupo de denominações cristãs - não reconhecem o batismo e surgiu na Europa no século XVI, na mesma época da Reforma Protestante.