Resenhas - Tempos Difíceis

Raquel 29/08/2021

Os tempos difíceis continuam difíceis
Escrito na Inglaterra da Revolução industrial. Inicia com um modelo de família, que educa as crianças de forma maquinaria, valorizando os números e fatos, ignorando o ócio criativo e a arte, o que obviamente trará repercussões nos adultos que se tornarão .
A cidade de Coketown (curioso o nome não?) Na qual a família vive também não deixa de ser um personagem, descrita com muita cinestesia, com seus horizontes cinzentos e fábricas com ?mãos? com condições precárias de trabalho.
A dicotomia entre o coletivismo e individualismo nas relações de trabalho também é um ponto muito abordado aqui.
E o autor, embora em 3a pessoa é onisciente , não deixa de ser um personagem descrevendo tudo com muita ironia e deboche.
Os tempos difíceis parece continuam difíceis não?
Amei!

Edilene Freitas 29/08/2021

Atenha-se aos fatos! Nunca imagine nada! Tome decisões baseadas na razão! Cresça na vida sem se importar com quem fica pra trás!
Esses são os pensamentos que norteiam a vida dos personagens desse livro. Crianças educadas como mini adultos e adultos trabalhando sem descanso. Pessoas sem brilho, assim como a cidade em que vivem, cheia de cinzas das fábricas. Assistir essas personagens nesse ambiente me fez refletir sobre vários assuntos: educação, amizade, trabalho, progresso, função da arte e família. Gostei das reflexões, mas não gostei muito do livro, principalmente do desfecho, que me pareceu forçado em vários momentos.

Poly 29/08/2021

Há cor na educação pra fábrica?
Nesse clássico da obra de Dickens ele faz uma sátira crítica a sociedade em que vivia, mais especificamente o utilitarismo na educação no auge da Revolução Industrial.

Conhecemos a cidade fictícia de Coketown que é nublada em todo tempo pela fumaça de suas fábricas de tecido.

Nessa cidade mora o Sr Gradgrind que possui uma escola e tem grandes aspirações políticas. Tanto seus alunos como seus filhos são educados para os números e fatos, não há espaço para criatividade ou fantasia. Eles as considera perda de tempo e geradoras de infelicidade.

Criando um panorama com histórias paralelas que vão se entrelaçando, Dickens expõe as diferenças da vida miserável dos operários e o luxo cercado de discursos meritocráticos da vida dos donos das fábricas.

Através do crescimento de dois filhos e dois alunos de Gradgrind vemos as consequências dessa educação utilitária, na vida adulta de diferentes personagens com diferentes status sociais.

Quando a educação não nos ensina a pensar de forma crítica e contestar o mundo, nos tornamos adultos subservientes a diversas questões. Elas se moldam a partir de nossas experiências pessoais e Dickens as expõe plenamente o que dá um caráter assustador de atemporalidade a obra por bater de frente com questões que discutimos até hoje.

Maravilhoso pra pensar o mundo, deveria ser leitura obrigatória para pais e professores.

Marília 27/08/2021

oi, Dickens, muito prazer, já quero ler toda sua obra agora, como faz?

tempos difíceis consegue ser prova de porque clássicos são clássicos -- publicado en 1854, a obra de Dickens retrata aqui temas que, de tão próximos a nossa atual realidade, são facilmente discutíveis no século XXI. com uma trama envolvente e personagens, no mínimo, interessantíssimos, Dickens constrói um narrador que é uma delícia de ler, cheio de ironia e deboches (que rendem MUITAS risadas!!!)

fiquei encantada, me emocionei muito e já quero devorar tudo que Dickens publicou nesse mundo. ?

Adriana1161 27/08/2021

Escrita garantida
Este foi o segundo livro que li do Charles Dickens.
A história é boa, nada excepcional, porém a escrita é fascinante, genial!
Foi publicado inicialmente como folhetim.
Ele insere questões sobre a Revolução Industrial e o capitalismo.
Tem ironia, hipocrisia, o narrador é um personagem à parte, bem como a cidade de Coketown.
A história se fecha, o capítulo final é ótimo! Tem até um quê de Tarantino!
Personagens: Sr. Thomas Gradgrind, Louisa, Tom, Sissy, sra. Sparsit, Bounderby, Stephen Blackpool, James Harthouse, Rachael, Bitzer
Local: Coketown - Inglaterra/ 1854
@driperini

Carol (@leslecturesdecarol) 27/08/2021

Primeira experiência com Dickens
Essa foi minha primeira leitura de Dickens e foi muito bem proveitosa. Livros com críticas sociais me cativam (ainda mais quando feitas de forma debochada como Dickens claramente faz com maestria). Um livro que tem como personagem principal uma cidade e sua sociedade, com uma trama que se desenrola em vários núcleos e de certa forma, encontra-se entrelaçada. Um drama que te faz odiar alguns personagens em alguns momentos e em outros, não tanto (a cada capitulo eu ficava "torcendo" por e depois por outro).
Mas é um livro que te deixa a reflexão do que é certo e errado, o quanto o ponto de vista pesa na hora de tomar um partido em alguma história e principalmente, o quanto o ensino, a educação, a imaginação e o amor tem de influência na construção de carater e até do rumo da vida de cada pessoa.
Não virou um favorito da vida, porém, amei as discussões trazidas e a escrita de Dickens. Com certeza me aventurarei mais por suas obras em breve.

Gabriela Gonçalves 26/08/2021

Não funcionou muito para mim
Estava bem animada para ler esse livro. Seria meu primeiro contato com o autor e tinha gostado bastante da sinopse. Infelizmente, o livro não performou muito bem comigo e, se não fosse a leitura coletiva junto com a Mell Ferraz, provavelmente eu teria abandonado.

Mas vamos lá? O narrador do livro é o que mais se destaca no quesito pontos positivos. Ele é irônico, debochado e pontua muito bem as crítica em relação à sociedade da época. Nisso o Dickens acertou muito. Os personagens, por outro lado, não me interessaram muito e achei bem chatos. A leitura também foi um pouco complicada pois alternava entre partes muito fluidas e outras muito monótonas.

A verdade é que tirando as críticas pertinentes ao capitalismo e a industrialização, não vi muito propósito na história do livro. Achei o final bem ~meh~ e não gostei do fim de um determinado personagem. Confesso que agora estou com medo de ler outras obras do autor e me decepcionar. Talvez eu dê uma chance ao Um Conto de Natal, acho que talvez esse funcione melhor pra mim. Enfim, não foi uma leitura que eu amei fazer.

Yasmin.Ghiotto 26/08/2021

Primeiro livro do Dickens que me aventurei a ler. Comecei com uma expectativa muito alta e talvez por isso eu tenha me decepcionado um pouco. Não é um livro ruim, de jeito nenhum, é uma história com uma forte crítica e um humor ácido, com muito sarcasmo, o que faz tudo ficar mais interessante. As minhas críticas são a falta de aprofundamento nos personagens, mesmo entendendo que a história abrangia muito mais a sociedade em si do que os personagens individualmente, senti falta desse aprofundamento pois queria mais de alguns personagens, como a Sissy e Loo.
Por ser um clássico achei que a leitura seria difícil, mas foi bem tranquila, e me incentivou a procurar outros clássicos sem medo.
A história tem um quê de lição moral também, mas tudo bem. Vale a leitura!

Matheus 24/08/2021

gostei de dickens, a história é incrível, mas não foi tão prazeroso assim. a personagem Sissy é minha favorita, imagina ter um pai palhaço nessa inglaterra utilitária...
será que paulo freire leu esse?

Ludmila 22/08/2021

Dickens: potência de escrita.
Dickens traz a realidade de uma cidade industrial inglesa, confrontando a vida dos capitalistas e suas rotinas e aspirações métricas (em todas as dimensões), focadas em "fatos tangíveis" à vida dos operários, as Mãos de Coketown. Se pelo primeiro grupo, esses eram tratados como estatísticas, como "algo" a ser "trabalhado de certa maneira, a se pago por certa quantia, algo estabelecido pela lei da oferta e da demanda...., algo que de vez em qdo agitava-se como o mar e causava danos e desperdícios", em suas individualidades traziam uma carga de intangibilidade e subjetividade de valor imensurável e cuja visibilidade era necessária.

"Tempos difíceis" é uma crítica ferrenha ao capitalismo e que Dickens fez com maestria no século XIX.

As descrições do cenário de Coketown e as questões trazidas sobre a importância de imaginários e fantasias, principalmente no âmbito das crianças, mostra o quão visionário e sensível foi o autor às transformações em vigor.

karine.viana.3762 21/08/2021

Um clássico leve e fácil.
O que mais gostei desse livro foi o narrador. Ele é que traz vida para a história e de uma forma engraçada e irônica que dá gosto de ver. Na verdade ele é a alma do livro, porque não tive muita ligação aos personagens. Esse livro tem mais a vontade de nós trazer uma realidade e não tanto contar uma história. Tem a vontade de nos mostrar uma ideia e ele faz isso muito bem.
Por ter sido escrito em forma de folhetim, senti o tom novelesco, principalmente no fim o que chega a ser engraçado, mas não muito sofisticado.
Por ser um clássico é bem fácil de ler, o que me surpreendeu bastante. Tem uma fluidez leve.

Mylena.Esteves 15/08/2021

Dickens??
Quando eu leio um livro de Dickens, definitivamente é como se nem existisse tempo, nem vejo passar! Em tempos difíceis, estamos na Inglaterra durante a revolução industrial, com destaques aos problemas ambientais e sociais trazidos por ela. Nós também podemos ver, sempre pela sua narrativa bem humorada, que Dickens nao traz somente essas críticas, ele critica também a educação da época baseada nos fatos, na racionalização de tudo, impedindo, assim, que as crianças sonhem, tenham fantasias, sintam, resultando em crianças sem infância e, muitas vezes, em adultos infelizes. É fato aqui, Dickens nunca me decepciona!

Suphie 04/08/2021

Um lamaçal
?Veja como morremos sem motivo, de um modo ou de outro ? num lamaçal ? todos os dias!?

Mais uma novela primorosa de Dickens cheia de nuances pessoais, críticas sociais e personagens marcantes. Só posso regozijar e virar ainda mais fã. Recomendo a leitura de Hard Times para qualquer pessoa, livro curto e de leitura rápida, personagens cativantes e odiosos, bem descritos como só Dickens sabe fazer. Vale salientar também toda a profundidade das camadas sociais jogadas na nossa cara em FATOS, nada além de fatos?
Sem falar que a descrição de crescimento pessoal de alguns personagens são muito boas, como a pobre Cecília, e Louisa ?aquilo que a mente desfez e não conseguiu fazer o coração tem feito em silêncio.? Ah o coração de Louisa não é feito só de fatos.

?Caro leitor! Depende de você e de mim, em nossos dois campos de ação, fazer coisas semelhantes acontecerem, ou não. Deixe estar! Sentaremos diante da lareira com o coração mais leve, para ver as cinzas de nossos fogos tornarem-se brancas e frias.?

Iazbick 11/03/2021

ótimo livro
Profundidade de avaliação de uma sociedade extremamente seletiva, racista, e desumana, com grandes diferenças sociais e concentração de renda entre as elites, com sinais claros de escravagismo através do poder econômico em que demonstra claramente que a democracia desder sempre é muitas vezes um disfarce para o capitalismo selvagem das nossas épocas atuais, Não obstante, podemos observar, que entre tantos senões, ainda podemos vislumbrar personagens cheios de sentimentos profundos de amizade, companheirismo e amor verdadeiro, principalmente, mas embora nem sempre, entre as camadas sociais menos favorecidas. uma narrativa memorável, com citações de profunda reflexão. Um livro imperdível sob o ponto de vista intelectual. Eu diria "TEMPOS DIFICEIS" para os dias atuais.

Annie 18/01/2021

?Ele disse: ?Esta sala de aula é uma imensa cidade, e nela há um milhão de habitantes, e apenas vinte e cinco morrem de fome, nas ruas, no curso de um ano. O que você diria a respeito dessa proporção?? Eu disse - porque não consegui pensar em nada melhor - que achava que a situação era ruim para os que morrem de fome, não importando se os demais fossem um milhão ou um bilhão. E eu estava errada novamente.?