Julio.Argibay 21/02/2020
Fascitoide
Tempos Difíceis – Charles Dickens. Começamos nossa estória observando o professor Thomas Gradrind lecionando e fazendo algumas perguntas a seus alunos. O professor desenvolveu um método bem fascistóide, diga-se de passagem, onde a imaginação e a criatividade estão fora de questão, pois tudo para ele eh um fato, matemático, demonstrável, observável e comprovado através de teoremas e equações. Esse cidadão se considera “um eminentemente prático”. Em seu percurso para casa ele se depara com uma trupe de circo e nota que seus filhos, Louisa e Thomas, estão observando o trabalho deles. Assim, o professor e a esposas repreendem as crianças. Em seguida somos apresentados a um novo personagem: o Sr Bounderby - rico, ignorante, orgulhoso, solteiro e amigo do Sr Gradrind. Ele conta a todos que passou muito perrengue na infância com a mãe e quando morava com sua vó e, também, mais tarde como vagabundo vivendo nas ruas (será verdade?). Eles vão até Coketown falar com o pai de Sissy, colega de classe dos filhos. O pai dela trabalha no circo e por isso ela não poderá estudar na escola, pois a menina é pobre ou teve uma educação subversiva ou algo do tipo (coisa de fascista mesmo, tema bem atua, não?). Os dois estão na casa da criança e encontram lá uns indivíduos que trabalham no circo e descobrem que o pai dela sumiu sem deixar vestígios. Um dos integrantes da trupe tenta, de maneira astuta, mudar a intenção dos visitantes, ou seja, de expulsarem a criança da escola. Agora a pequena Sissy tem que escolher o seu destino. Aqui, acrescentamos mais um personagem, a viúva Sra Sparsit, a governanta do Sr Bounderby (ela tem berço, pedigre). (Vamos ver depois no decorrer da estória se ela tem alguma relevância) (parece ser um personagem bem complexo e tem importância sim). Retomando ao fio da meada... O tempo passa e Sissy está agora morando com a família Gradrind, “aguardando seu pai retornar”. Os dois irmãos tem um papo bem subversivo (será que estão tão alinhados assim a ideologia do pai? Huuuum, sei não). Em outra passagem a mãe os surpreendem imaginando, o que eh proibido na casa Stone Lodge, lar dos Gradrind. Sissy conta um pouco de sua vida a Louisa. Damos uma pausa aqui e passamos para um núcleo novo da estória. Conhecemos mais dois personagens: Rachael e Stephen (ele eh casado com uma mulher alcoólatra e acho que não são tão jovens assim e trabalham na indústria. São representantes da classe proletária – a escória). O ambiente agora eh outro, se tornou industrial, pobre, sujo, lamacento, fumacento, misterioso e conflituoso. O rapaz procura o Sr Bounderby para um aconselhamento matrimonial. Nesse momento da estória temos Sissy se encontrada frustrada numa rotina fascistóide, mas ela é resiliente, tudo bem por uma boa causa (a esperança de rever o pai, ela não sabe). Temos um triângulo proletário amoroso entre Stephen sua esposa e Rachael (uma colega de trabalho). Voltamos agora ao núcleo inicial. Louisa recebe uma proposta inusitada de um jovem. Ainda não sei o que ela realmente pensa a respeito, pois aceita tudo friamente. Mas há algo ai (a leitura torna-se um pouco confusa. Acho que a batata de alguém tá assando). Tem um clima de mistério nessa aceitação de Loo. Aqui, apresentamos mais um personagem: Bitzer um informante dos patrões (puxa saco, mesmo). Ele eh um jovem exato, sem afeições ou paixões, da escola de Gradrind. Mais um personagem entra na estória eh Harthouse, que chega à cidade. Ainda não sei qual eh a dele, mas eh bem misterioso. Eh amigo de Bounderby e muito curioso a respeito dele. Tom e Harthouse tem uma conversa bem interessante sobre o velho. Stephen Backpool é convocado para uma reunião com Bounderby. Esses personagens interagem sobre assuntos trabalhistas e sindical. Há algo no ar que eu não consegui acompanhar nessa fase da estória (mas não vou voltar, vou seguir em frente). A visita de Loo a mãe foi muito comovente. Depois de algum tempo ela procura seu pai, Gradrind, e abre o jogo com ele. Conversam sobre o que ela sente e o que ela está disposta a fazer e eh contra tudo que seu pai acredita: o cálculo, a matemática já não tem importância alguma em sua vida. Ela tem emoções, sentimentos e desejos. Bom, agora tá claro aquele clima confuso que mencionei, anteriormente. Havia algo realmente no ar... Pai e marido tem uma discursão a respeito do destino de Louisa. Éh uma ruptura em suas vidas. Sr Stephen some após o pedido de Louisa e ele é acusado de furtar o banco. A Sra Pegler reaparece, numa situação inconveniente para o SR Bounderby. Acontece uma reviralvota na estória, o ladrão é descoberto e procedimentos terão que ser tomados para que a situação seja resolvida com menos perdas possíveis. E assim acaba a estória. Muito boa diga-se de passagem. Vamos agora as considerações finais: a trama eh muito interessante, bem desenvolvida, cheia de reviravoltas. Tem partes bem emocionantes. Os personagens são bem desenvolvidos e marcantes. Cada um deles com sua importância. O tema eh bem atual: emprego, sindicato, poluição, luta de classes, fascismo, etc. Em alguns momentos eu me perdi, eh verdade. Um bom livro, recomendo, mesmo.