Elegias de Duíno

Elegias de Duíno Rainer Maria Rilke




Resenhas - Elegias de Duíno


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Alberto 06/06/2022

Entre anjos e lamentações
Os dez poemas do livro são de difícil compreensão em muitas partes, pois é necessário saber da vida do autor e suas experiências para conseguir entender o que ele quis dizer.

Felizmente, cada elegia ganhou comentários no final do livro, que ajudaram e muito a saber do que Rilke tratava em seus versos, cheios de melancolia, morte, existencialismo, religiosidade e solidão, mas também de positividade e entusiasmo, a depender do momento vivido pelo autor.
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Teco3 21/10/2020

"Quem, se eu gritasse, entre as legiões dos Anjos me ouviria? E mesmo que um deles me tomasse inesperadamente em seu coração, aniquilar-me-ia sua existência demasiado forte. Pois que é o Belo senão o grau Terrível que ainda suportamos e que admiramos porque, impassível, desdenha destruir-nos? Todo Anjo é terrível."

Assim começa Elegias de Duino, obra prima Rilkeana, base de boa parte de todo existencialismo do século XX. Apesar de ser uma poesia um tanto quanto hermetica, aquilo que de abstrai antes mesmo da leitura dos comentários da tradutora, dá dimensão do desalento existencial que o poeta traz com lirismo.
Elegias de Duino começou a ser escrita um pouco antes da Primeira Guerra Mundial e só ficou pronto anos depois de seu fim, pois Rilke enfrentou uma crise depressiva durante o período. Tendo influenciado grandes obras posteriores como o livro Náusea do Sartre, a obra traz um grande reflexão sobre vida e morte não como um dueto, mas, sim, como início e fim de uma mesma música que consegue ser terrível e maravilhosa em igual medida. O poeta nega o cristianismo, mas faz apologia a metafísica, a algo superior, místico, que chama de anjo, representação do eterno, daquele que é fim em si mesmo. Rilke parece desacalentar o leitor para depois acalentá-lo. Me parece que preciso de algumas releituras para melhor penetrar nesse autor.
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Mari 13/11/2020

Fora da zona de conforto
Comecei a me interessar por poesia há poucos anos e, por isso, não sou muito experiente. Então é normal que ao me deparar com um estilo de poesia diferente do qual estou mais acostumada, eu sinta mais dificuldade para ler e entender. Mas resolvi me arriscar a ler Rilke, porque ele é muito citado no filme Jojo Rabbit, então fiquei curiosa.

Realmente, as elegias são bem bonitas e a maioria eu consegui entender o que Rilke estava querendo dizer e os comentários da edição ajudam bastante. Só as elegias 3 e 5 que não entendi quase nada, nem com os comentários. Provavelmente, será um livro que vou reler para conseguir capturar mais coisas e entender melhor.
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Tiago600 19/04/2017

Sobre a pureza e a beleza...

"Todo Anjo é terrível."
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Lucas1429 25/03/2021

Mergulho em Rilke
A leitura do livro foi o meu primeiro contato com Elegias. O formato causa um tanto de estranhamento e o texto remete vagamente ao que talvez tenhamos consumidos dentro do simbolismo brasileiro - todavia reduzir o texto de Rilke a isso seria um desrespeito.

As Elegias tem bastante profundidade e beleza, particularmente as achei bastantes densas e tive que reler várias estrofes múltiplas vezes, mas tudo bem com isso. Rilke atravessa o seu confronto, como também é explicado nos comentários do livro, com a religião e, acima de tudo, o cerne do trabalho é existencial.

São discussões que encontrei bastante identificação e senti que a tradução conseguiu preservar um certo ritmo do que me parece existir, segundo comentadores, nos textos originais.

Um excelente trabalho, a obra prima de um grande poeta.
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Saturnotemanéis 05/01/2022

Não sei se não gostei ou se não estava preparado.
Eu imaginava que o teor mais teológico das elegias pudessem me distanciar um pouco do livro e que essa podia não ser uma leitura fácil, porém eu nem posso dizer que realmente entendi esse livro, mesmo depois da explicação texto a texto no final. Acho que se eu tivesse que definir esse livro com uma palavra seria diferente, é interessante ver como a poesia por ser algo pessoal, íntimo, é tão vasta em forma.
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Ivanildo16 26/04/2024

Elegias enfadonhas
Rilke com certeza é um grande escritor e poeta. Li Cartas a um jovem poeta e gostei muito. Porém, suas Elegias foram muito cansativas de serem lidas. Talvez a complexidade e profundidade de seus poemas tenha dificultado um pouco a minha compreensão. A melancolia pode ser muito bela, como o Pessoa fazia de maneira magnífica, mas não tive a mesma percepção com Rilke. Os comentários das elegias até ajudaram um pouco na compreensão, mas achei sem necessidade trazer a versão em alemão para o livro. Enfim, não foi uma leitura proveitosa.
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joedson 15/12/2010

ELEGIAS DE DUÍNO

que se danem os anjos
que não ouvem as notas
destes celsos arranjos
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Adriana Scarpin 13/11/2016

Edição bilingue imperdível da Biblioteca Azul com extensas notas interpretativas da tradutora.
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Ricardo Rocha 10/01/2017

eu estava convalescendo da cirurgia do trigêmeo e ainda sentia muita dor. nem os analgésicos mais fortes, à base de morfina, traziam qualquer alívio. a dor era maior do que antes da operação, trazendo esse outro componente, será que não adiantou para nada ter deixado que abrissem minha cabeça? a solidão da dor é a como a do gozo, inversa. não há como partilhar, ainda que outra pessoa quisesse. são momentos que vc tem de passar sozinho. quem, se eu gritasse, me ouviria? aconteceu comigo de um livro trazer esse conforto inacreditável. Lembro que subi na bicicleta sem destino, entrei no campus, entrei na biblioteca, queria não ler mas ter um refúgio contra o barulho da cidade. ir aaquela estante específica foi absoluto acaso, até porque não gosto de poesia. Peguei primeiro “O livro de horas”, muito bonito mas nada além disso – até porque, de novo, não gosto de poesia. Então aconteceu. Li o primeiro verso de Elegias de Duíno e estava feito. O rosto doía como antes de eu chegar, mas havia alguma coisa presente na dor. eu estava sozinho como antes, como sempre, mas partilhava a solidão não com alguém – mas com alguma coisa, que eu desconhecia. E em dado momento – “Que a obscura lágrima floresça! Oh, como então vos amaria, noites de aflição! Por que me joelhei mais contrito, inconsoláveis irmãs, para vos acolher, para me perder em vossos cabelos desfeitos com mais abandono? Nós, dissipadores da dor” no livro de horas havia um Deus. Aqui a separação de Deus. Lá a partilha, caso toda esperança humana se frustre, ao menos com a divindade. aqui, o espaço vazio dessa dimensão estranha onde mesmo os amantes ocultam um do outro o destino. e, todavia, eis a partilha, a paz da compreensão que não ousa tentar definir o em que ela consiste. Sai da biblioteca e me meti entre os carros no trânsito de fim de tarde do centro de vitória. Na jerônimo monteiro há uma travessa e acho que foi ali, uma portinha, não mais, e perguntei e sim o homem tinha o livrinho. Meu tesouro, desde então, despencando agora nas mesmas mãos - Vozes, vozes. Ouve, meu coração, como outrora apenas os santos ouviam, quando o imenso chamado os erguia do chão; eles porém permaneciam ajoelhados, os prodigiosos, e nada percebiam, tão absortos ouviam. Não que possas suportar a voz de Deus, longe disso. Mas ouve essa aragem, a incessante mensagem que gera o silêncio – que é o som perfeito.
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Carla Verçoza 04/01/2021

Belíssimo
"Ai, quem nos poderia valer? Nem Anjos, nem homens e o intuitivo animal logo adverte que para nós não há amparo neste mundo definido. Resta-nos, quem sabe, a árvore de alguma colina, que podemos rever cada dia; resta-nos a rua de ontem e o apego cotidiano de algum hábito que se afeiçoou a nós e permaneceu."

"Terra, ó minha amada, assim o quero! Crê-me, não preciso mais que as tuas primaveras me atraiam: uma, ai, uma só já é excessiva para o meu sangue. De obscuras distâncias consagrei-me todo a ti? Sempre tiveste razão e a tua inspiração sagrada é a morte íntima. Vivo. De quê? Infância ou futuro não decrescem? Uma caudalosa existência transborda em meu coração."
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Lau 12/10/2021

São dez elegias, se tratando de estilo e temática está de acordo com o gênero elegíaco lá no seu possível início, as elegias giram em torno da solidão fantástica, da lamentação, da morte, da inutilidade. mas, como prefiro a elegia amorosa, as elegias fúnebres não me agradam muito.
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