Christiano 11/09/2020O primeiro baque que levei lendo um livroÉ interessante o modo como esse livro me faz sentir uma espécie de imersão não ocasionada como é comum por uma descrição de cenário ou construção de um mundo complexo, me deu a sensação de estar sentado ouvindo a história da boca do assassino, essa sensação de limitação do espaço onde o depoimento se passa faz com que os acontecimentos narrados soem mais próximos da realidade, o que parece contribuir com esse tom de "proximidade" é também quando um pedaço de um livro inacabado do protagonista chamado "Futuro" é colocado na integra no meio do depoimento, senti como se encarnando de vez na mulher que recolhe o depoimento lendo aquela outra história para o seu autor, e isso faz com que tudo flua perfeitamente.
Li esse livro em 2016, ano em que começou o meu interesse pela leitura, ele foi meu vigésimo livro segundo as datas de leitura aqui do site, minha primeira leitura em formato digital e eu fiquei chocado :o, apesar de ter lido um pouco de cada gênero nessa minha primeira tentativa de criar um hábito de leitura, a descrição que inicia o livro na cena que o título já denunciava me fez arrepiar, li numa tacada só e desde então sempre o indiquei mas ainda não tinha relido, não tenho esse hábito, mas hoje dei uma chance e novamente li me ocupou a madrugada de hoje 11/09/2020, sem o mesmo arrepio e espanto que o dissecar da motivação contada pelo parricida me causou lá nos meus 15 anos kakakakaka.