No final da primeira década do século XX o governo brasileiro decide construir uma ferrovia na selva amazônica , para contornar as dezenove corredeiras mortais do rio Madeira , região de passagem para os produtos importados e exportados pelos bolivianos. Na verdade, a região era tão inóspita que a ferrovia iria ligar o nada a parte alguma. Mas absurdos desse tipo comumente são muito lucrativos para quem sabe agir no momento certo .
Este foi o caso do americano Percival Farquhar, que vê no contrato para a construção da ferrovia uma forma de aumentar os seus negócios e o seu poder no Brasil. E ele não medirá as consequências. Enquanto no Rio de Janeiro, então capital federal do país, os golpes e negociatas seguiam a lei da selva, lá no canteiro de obras encravado na floresta amazônica uma outra luta se desenvolvia. Milhares de trabalhadores vindos dos mais diversos pontos da terra , precisavam escapar das doenças, das péssimas condições de trabalho e do enorme desafio apresentado por uma natureza indomável . Presos a este cenário primevo, de umidade sufocante , calor intenso e uma zoologia de pesadelo , um jovem médico norte-americano , Finnegan, idealista e íntegro , e um engenheiro inglês , Collier, velho e calejado, são obrigados a enfrentar uma engrenagem social capaz de despi-los de toda a humanidade para depois esmagá-los.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance