Viver é prazeroso, mas complicado. Requer da gente coragem, como bem ensina Guimarães Rosa. Pois foi essa coragem que precisei encontrar em mim, ao longo da última década, após uma sequência de perdas iniciada com a morte da minha irmã Lia. Vítima de câncer aos 53 anos, ela era o meu alicerce.
Seis meses depois, a mamãe morreu e, após cinco anos, o papai. Em meio a esses falecimentos, fui descobrindo vários outros desassossegos na alma - as rupturas provocam lutos também, bem mais amenos, porém bastante incômodos - enquanto lutava para me manter viva e mentalmente sã.
A travessia que precisei realizar entre o momento da morte deles, a aceitação das mesmas e a retomada da minha própria vida sem a dor extremada do início do luto é o tema do meu primeiro livro. A história é a minha e a de minha família, mas falo sobre os sentimentos do mundo, não somente dos meus, tendo em vista o caráter universal da vida e da morte.
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