A figura de Fernando Pessoa tem sido objeto de conjecturas, interpretações, comentários, conclusões que fizeram carreira ao longo dos anos e que conduziram a figura do poeta a patamares de admiração cimentada na inusitada e imprevisível, e inacreditável e incompreensível capacidade de inventar personalidades, outras diferentes da sua.
Todavia a incredulidade aumenta quando se põe ao lado a realidade afirmada pelo poeta do Orpheu, que um dos seus designados heterônimos, escrevia melhor do que ele, o que nos conduz a um idílico obscurantismo, pois raciocinando com mediana desenvoltura, dificilmente compreendemos como um cidadão, poeta, escritor de qualquer jaez, possa imaginar-se escrevendo melhor do que "escreveu".
No "Vulcão dos Preconceitos", surge desta forma, no panorama cultural português, procurando lançar uma pedrada no charco dessa análise incompleta, duma figura incompreendida na nossa cultura, a que emprestam sua prestimosa colaboração diversas figuras conhecidas nesse panorama social, escritores, representantes do Cenáculo, que procurou imprimir caminhos novos à Poesia Portuguesa, no Cântico à Revolução espiritual que vem varrendo a Terra em denso nevoeiro espiritual, mas também cientistas, políticos, médiuns, enquanto encarnados, amigos do poeta em sua vida física.
Significativamente, ou talvez não, os imortais voltam para repor parte da Verdade distante do povo humilde e obreiro deste nosso torrão, fadado para fazer regressar as caravelas do Cristo a esta Europa das Letras, vivendo a noite tenebrosa do vulcão dos preconceitos em fase de extinção. A obra aí fica.
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