aqui, segue atormentada pela possível vitória do desespero. Este é meu convite a você”, escreve Luiz Felipe Pondé em uma das 20 notas nas quais divide seu novo livro.
Ao discorrer sobre os temas, o próprio autor nos lembra de que é um “filósofo, muitas vezes, cético, irônico e niilista”. Entretanto, admite: “Devo confessar, apesar do meu niilismo ser sincero, ele não é pleno. Laivos de esperança me acometem algumas vezes, e, até hoje, não sei de onde vêm. Toda vez que pressinto o bem, suspeito de um milagre. E isso me levou a estudar mística, filosofia da religião e teologia. Fui a essas disciplinas para não me sentir só.”
E continua, mais adiante: “O tema do desespero me acompanha desde muito jovem. O da esperança passou a me espantar há pouco tempo. Para mim, a esperança nasce do solo do desespero, da falta absoluta de razão para tê-la. Por isso é uma virtude (como se diz no catolicismo, uma virtude teologal) improvável. Um milagre. Mas a virtude sempre guarda uma relação muito próxima com seu oposto, assim, toda ética é um combate.”
Filosofia / Não-ficção