Considerado um dos mais inteligentes romances de nossa literatura, O Ateneu, publicado em 1888, mescla várias tendências estéticas e desafia a crítica literária, que o define como obra realista/naturalista, impressionista e expressionista.
Ao intercalar lembranças sofridas e episódios cruéis, o romance denuncia as arbitrariedades do sistema educacional da época, a partir de um internato em que os alunos aprendem toda sorte de injustiças, delações e humilhações. Como o autor estudou em internato, muitos críticos apontam para o aspecto autobiográfico da obra, o Ateneu seria o Colégio Abílio e o diretor Aristarco seria o dr. Abílio César Borges.
Raul Pompeia nunca escondeu suas convicções abolicionistas e republicanas, o que sugere mais uma intenção: o Ateneu seria a monarquia decadente e Aristarco, o governo. Ao incendiar um e arrasar outro, representa-se a queda da monarquia e de suas instituições falidas.
Esta publicação reafirma o compromisso de qualidade da Editora Nobel com leitor, de oferecer obras que figuram entre as mais signiicativas do século XIX.
Literatura Brasileira / Romance