"No início de 1944, a espionagem alemã estava reunindo provas da existência de uma numerosa unidade armada na região do sudeste da Inglaterra. Aviões de reconhecimento conseguiram fotografias de barracas e campos de pouso, além da concentração de navios ao largo da costa; o general Patton fora visto, com sua inconfundível calça de montaria avermelhada, andando com seu bulldog branco; havia sinais de transmissões entrecortando o ar, mensagens entre regimentos da área; espiões alemães, agindo na Inglaterra confirmaram tudo. Apenas, não havia unidade alguma. Os navios eram imitações feitas de borracha e madeira, as barracas não eram mais reais que um cenário de cinema; Patton não tinha um só homem sob seu comando; os sinais de rádio careciam de qualquer significado; os espiões eram agentes duplos. O objetivo era iludir o inimigo para que ele se preparasse para uma invasão pelo Passo de Calais, a fim de que, no Dia-D, o assalto à Normandia tivesse a vantagem da surpresa. Era um plano enorme, quase impossível. Centenas de pessoas estavam envolvidas na realização da farsa. Teria sido um milagre se nenhum espião de Hitler jamais tivesse conhecimento disso. Havia espiões? Naquele momento pensava-se que eles estivessem cercados pela que então era chamada a Quinta Coluna. Depois da guerra, surgiu uma versão de que um grande número deles havia sido capturado no Natal de 1939. A verdade parece ser que havia muito poucos, e quase todos eles foram capturados. Sabemos que os alemães viram os indícios que deveriam ver em East Anglia. Sabemos também que eles suspeitaram de que fosse uma farsa. E sabemos que eles lutaram bastante para descobrir a verdade. Tudo isso é História. Não descobri nada que já não estivesse nos livros de História. O que se segue é ficção. Apesar de tudo, acho que alguma coisa parecida pode ter acontecido." - Ken Follett
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance / Suspense e Mistério