O engenheiro de almas

O engenheiro de almas Josef Skvorecky
Josef Skvorecky


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O engenheiro de almas





Não é à toa que Josef Skvorecky tem entre seus admiradores nomes como Graham Greene, George Steiner e Milan Kundera. Proscrito pelo regime de exceção imposto a seu país, Skvorecky tornou-se um dos mais populares escritores tchecos após o lançamento de seu primeiro romance, Os covardes, em 1958. Em 1968, após a invasão da URSS à antiga Tchecoslováquia, emigrou para o Canadá, onde vive até hoje, e seu prestígio permaneceu intacto.

O engenheiro de almas introduz o leitor ao estilo Svorecky: irreverente, desafiador, cheio de reviravoltas. Mas para Skvorecky o livro é apenas "um divertimento sobre os velhos temas da vida, mulheres, destino, sonhos, classe operária, agentes secretos, amor e morte". Modéstia do escritor. O engenheiro de almas é um retrato extraordinário de um homem nutrido e torturado pelas memórias de um mundo que deixou para trás. No centro desse espirituoso romance está Danny Smiricky, personagem de outros livros do autor, inclusive O saxofone baixo, e alter-ego de Skvorecky.

Um emigrante tcheco no Canadá, refugiado depois da ocupação de Praga, em 1968, e que leciona Literatura no Erindale College, na Universidade de Toronto. Exatamente como Svorecky. O livro alterna passagens entre o Canadá moderno e a Tchecoslováquia pós-Segunda Guerra, numa narrativa com toques de alta literatura mixados à cultura popular e passagens de elegante crítica literária. Tudo isso ao fazer do leitor um espectador das aulas de Smiricky, onde se discutem desde Poe, Hawthorne, Twain e Crane, até Fitzgerald, Conrad e Lovecraft. O autor não recorre a pensadores como Karl Popper e Hanna Arendt, ícones da investigação sobre os inimigos da sociedade aberta e as origens do totalitarismo, mas a paralelos entre a realidade observada por Smiricky e exemplos literários de intolerância, como A letra escarlate, de Hawthorne, e de irracionalismo, como O coração das trevas, de Conrad.

Para Smiricky, a vida no Canadá nos anos 70 é quase idílica, dividida entre o relacionamento com a mais bela de suas alunas e as saudades do país natal. Mesmo totalmente adaptado à nova pátria, as memórias de pessoas e lugares, da cultura diferente, dos primeiros amores, estão presentes, revigoradas por cartas de amigos e pela convivência com outros exilados tchecos. Usando a grande tela da história ou cenas intimistas de amor e erotismo, O engenheiro de almas é um romance de ideias sublinhado por uma postura clara contra o totalitarismo.

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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Resenhas para O engenheiro de almas (1)

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on 19/10/22


Terminei !!! Estava com essa leitura desde o mês passado. Danny Smiricky é um autor e palestrante em Toronto que viveu os tempos mais tumultuados do nazismo e do comunismo na República Tcheca. Emigrantes, que lutam para encontrar algum sentido em sua nova existência fora das restrições ideológicas em que viveram. O que torna ele muito diferente fora a escrita incrível é que não há uma ordem nos acontecimentos temporal, de qualquer forma, e o passado não informa o presente ... leia mais

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