“Para testar, coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de esperar, ele ao mesmo tempo vem com sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim”
“Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério?
Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém vivo dentro do espelho!”
“Puxo a mão com cuidado, descolando-a do espelho. Em vez da outra mão se afastar, ela vem para fora, presa à minha. Recuo um passo, sempre a puxar a figura do espelho, até que ela se destaque de todo, já dentro do meu quarto, e fique à minha frente, palpável, de carne e osso, como outro menino exatamente igual a mim...”
Literatura Brasileira / Biografia, Autobiografia, Memórias / Infantojuvenil