As discussões em torno da abolição da escravidão tornam-se cada vez mais enfatizadas ao longo de todo o século XIX, principalmente por que o Brasil insistia em manter mão-de-obra escrava, o que não era bem visto em suas relações internacionais. Entretanto, a maioria dos abolicionistas fazia parte do pequeno grupo que dirigia o país – política, social e economicamente – preocupava-se mais com o novo sistema de trabalho livre do que com o destino do ex-escravo, e como seria sua inserção nessa nova realidade. Segundo Júlio José Chiavenato, nos pronunciamentos de José Bonifácio de Andrade e Silva a Joaquim Nabuco, passando por representantes típicos das oligarquias, havia a preocupação com o novo modo de produção e nenhum plano para o aproveitamento do negro no sistema de trabalho livre. Além disso, os abolicionistas eram simpáticos as elaboradas teorias sobre a inferioridade do negro, já que viviam num ambiente cada vez mais secularizado. A inspiração lhes vinha da ciência, em especial das teorias científicas de raça, as quais fundamentavam a sua exposição do erro da escravidão.