O papel de parede amarelo

O papel de parede amarelo Charlotte Perkins Gilman


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O papel de parede amarelo





“O papel de parede amarelo” foi publicado em janeiro de 1892 como um relato ficcional questionador da atitude geral da sociedade em relação à saúde mental e física das mulheres. Na época em que a escreveu, a escritora feminista Charlotte Perkins Gilman ainda se recuperava de uma profunda psicose pós-parto.

No século XIX, sob a desculpa de que os maridos, médicos e demais homens tinham o melhor da mulher em mente, ela era tratada como “mentalmente frágil”. O tratamento em voga, “terapia de descanso”, determinava que a mulher deveria se deitar e fazer nada, nem mesmo escrever ou expressar suas vontades, de modo a “descansar os nervos”.

Charlotte, em particular, recebeu essa recomendação após o nascimento de sua primeira filha e se viu desesperada após três meses forçada a ficar na cama, sem poder escrever uma linha. Ciente de quão próxima estava do surto, ela se rebelou e tornou a escrever e a fazer atividades físicas, alcançando uma recuperação gradativa. “O papel de parede amarelo” foi escrito para criar uma imagem vívida do dano que esse tratamento causava às mulheres.

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Charlotte se considerava uma humanista e acreditava que o ambiente doméstico oprimia as mulheres através das crenças patriarcais estabelecidas pela sociedade. Ela abraçava o chamado Darwinismo social e acreditava que as teorias da evolução de Darwin apresentavam apenas o macho como agente da evolução, ignorando o papel feminino na escolha do melhor parceiro para reprodução.

Em sua visão, a agressividade masculina e o papel maternal das mulheres não eram mais necessários à sobrevivência depois da pré-história. Em suas palavras, “Não existe uma mente feminina. O cérebro não é um órgão sexual. Seria como falar em um fígado feminino”.

Charlotte acreditava que desde pequenas recaíam sobre as meninas restrições sociais que as preparavam para a maternidade através de brinquedos e roupas. Ela defendia que não deveria haver diferença nas roupas, nos brinquedos ou nas atividades de meninas e meninos.

As contribuições femininas à civilização, ao longo da história, teriam sido interrompidas por conta de uma cultura androcêntrica. A independência econômica seria a única forma de realmente trazer liberdade para as mulheres, tornando-as pares dos homens. “À mulher ideal não era apenas designado um papel social que a trancafiava em casa, mas havia a expectativa de que ela gostasse dessa situação, que fosse contente e alegre, sorridente e bem humorada.” Em sua perspectiva, o trabalho de casa, a criação das crianças e o preparo dos alimentos deveriam ser profissionalizados ou igualmente repartidos entre o casal.

Os romances de Charlotte trazem uma visão utópica do feminismo, procurando questionar premissas implicitamente tomadas como verdadeiras, como o papel submisso da mulher e a organização familiar em si. Sua obra servia como plataforma para divulgar a necessidade de uma reforma social, como uma forma de alcançar as mulheres e as estimular a iniciar o movimento rumo à liberdade.

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on 1/11/23


Não entendi muito no final, mas considero isso também um charme do horror psicológico ficar na dúvida do que exatamente aconteceu. Foi angustiante também saber o que estava acontecendo com a personagem e ver como ela era tratada.... leia mais

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