“O poço e o pêndulo”, conto escrito em 1842 e revisto para publicação em 1845, é uma das obras-primas de Poe, na qual convergem, com máxima expressividade, quase todos os elementos de sua obra. Um prisioneiro da Inquisição espanhola condenado à morte é levado desfalecido a uma cela de prisão em Toledo. Ao despertar, descobre-se imerso na mais absoluta escuridão e começa a narrar em primeira pessoa as tentativas que faz para entender onde se encontra; tateando, descobre uma parede e segue suas bordas procurando acompanhar com as mãos os cantos; rasga uma ponta da túnica grosseira que usava e a coloca no chão para entender, tropeçando nele, os limites do espaço. Mas, num certo ponto, o pedaço do tecido enrosca-se em seu calcanhar e ele cai, logo percebendo que sua cabeça pende no vazio de um poço posto exatamente no centro da cela. Adormece e, em seguida, desperta amarrado a um tabuado, onde descobre, com horror, sob uma débil luz surgida enquanto isso, que se encontra sob um pêndulo com uma lâmina afiadíssima que baixa a cada oscilação e que, fatalmente, esquartejará seu corpo na altura do coração.
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