Poucos autores contam com um prestígio semelhante ao de Virgílio em toda a nossa literatura. Mas além de modelo para todos os seus sucessores, ele alcançou um êxito ainda mais extraordinário: fez da sua obra a ponte entre a civilização grega e o mundo ocidental.
Nos livros agora editados aqui no clube, a cultura grega não apenas se confunde com a romana: ela é imortalizada através de um uso inimitável do latim — língua então falada na maior parte do mundo e da qual se originaram vários idiomas modernos.
Depois de Virgílio, essa língua excedeu o plano político e se tornou dominante também no plano poético. E foi nos versos deste mestre da língua latina que os nossos maiores poetas beberam suas lições de estilo, de poesia, de mitologia e de cultura clássica.
ENEIDA
Na Eneida, Virgílio continua a história iniciada por Homero na Ilíada. Mas se o maior poeta entre os gregos narrou o lado vitorioso da guerra, o maior poeta entre os latinos escolheu o outro lado – o dos troianos. Assim, Virgílio busca rivalizar com Homero traçando um paralelo entre a civilização grega, contida na Ilíada e Odisseia, e a sua própria civilização, cujas sementes seriam lançadas e para sempre contidas neste clássico da língua latina.
BUCÓLICAS
Gênero difundido na Grécia por um de seus maiores poetas, Teócrito, a poesia bucólica também foi adotada por Virgílio, que coloriu a paixão, a melancolia e a ingenuidade destes poemas com cores tipicamente romanas.
GEÓRGICAS
Ao lado da poesia pastoril das bucólicas e da poesia épica da Eneida, faltava ainda a Virgílio um estilo para igualar seus modelos e rivais gregos. Pois aqui, o maior poeta romano descreve à perfeição toda a beleza mitológica dos bosques, dos campos e da natureza como um todo, sem nunca perder de vista as paisagens da sua pátria.
Literatura Estrangeira