A grande revolução que em mim acabava de se operar, o mundo moral, tão diferente, que se revelava aos meus olhos, os insensatos juízos dos homens cujo absurdo começava a sentir, embora ainda não previsse que viria a ser vítima deles, a necessidade sempre crescente de um outro bem que não fosse a gloríola literária de que já estava enojado embora só os seus vapores me tivessem atingido, o desejo, enfim, de traçar para o resto da minha vida uma estrada menos incerta do que aquela de que já percorrera mais de metade, tudo me obrigava a essa grande revisão cuja necessidade sentia há muito tempo. [...] É dessa época que posso datar a minha renúncia total ao mundo e este vivo interesse pela solidão que, desde essa altura, nunca mais me abandonou. [...]
Poemas, poesias