Fiel a uma das lições primeiras da antropologia, a de não subestimar as situações rotuladas de efêmeras, a autora traça um nítido perfil desses acampamentos do MST, analisando o modo como se estruturam e decifrando a teia de relações, notadamente as políticas, que lhes confere feições peculiares. São homens, mulheres e crianças impossibilitados de produzir regularmente os seus meios de vida ou de vender sua força de trabalho. Aguardam, ansiosos, o dia em que serão assentados nalguma gleba de terra em que possam pôr em prática os preceitos da agricultura familiar. Até lá, entretanto, integram um agrupamento "de espera", organizado segundo a "mística", as regras e os agentes do MST.
Política