Um dia descobri que tinha câncer. Depois da notícia, me vi diante de uma escolha: ir para casa chorar ou arregaçar as mangas. Optei pela segunda alternativa. Fui criada com a homeopatia, chás, escalda-pés. Então o grande desafio do tratamento foi ter que tomar muitos comprimidos e ainda uma dose gigante de químicos. Foram 8 ciclos, um a cada 21 dias, que duraram do outono à primavera de 2009. Decidi que atravessaria esse período encarando o tratamento com total seriedade, mas rindo das minhas experiências.
Decidi também que o câncer seria mais uma doença a ser tratada, buscando desmistificá-la como uma sentença de morte e mostrar que há, sim, possibilidade de cura.
Com dois filhos morando no exterior, acabei enviando e-mails diários sobre como eu estava reagindo. O "blog particular" foi crescendo e novas pessoas foram entrando, além da família e amigos. Ao término do tratamento achei que poderia parar, mas meus fiéis leitores não me deixaram e até hoje, com um intervalo de dez dias, envio relatos de situações engraçadas do meu cotidiano, das viagens que faço, fotos que tiro, pequenas narrativas que escrevo e, sempre que possível, rindo de mim mesma.