Resenhas - Dente de leite

georgea 25/02/2024

Ser mulher é sofrer
Mulheres são geradas com a expectativa de servir.

"Dente de Leite" aborda esse tema de forma ilustrada, contando a história de uma mulher que não teve chance de escolha.

Mostra a solidão da velhice e a frustração violenta de alguém que foi filha, depois mulher, depois mãe, e por fim acabou com nada além de um vazio existencial por não saber ser alguém com vida própria.

Não me considero boa o suficiente para descrever a complexidade com que esse tema foi abordado, mas peço, com todo o meu coração, que leiam.

hilana8 22/02/2024

Extremamente profundo com um final que me deixou sem ar. O gráfico preto e branco pode deixar um pouco confuso às vezes, mas na minha experiência não senti que impactou em nada negativamente, pelo contrário. Eu adorei. Quero reler em algum momento, com certeza.

Graziely8 22/02/2024

Dente de Leite explora o passado e o presente, as lembranças  dolorosas  em cores amareladas, e o presente sufocante em preto em branco. Retrata , sobretudo, a condição feminina e os papéis impostos pela maternidade. Esquecer de si, se auto abandonar, e o medo de perder a prole.
Paralisada pela rotina, para a personagem todo dia é a mesma coisa, a apatia, a dor de perder um filho são profundamente retratados nos desenhos com inspiração absurdista à moda de Samuel Beckett.
Considero que ler imagens é bem mais desafiador do que ler palavras,  pois envolve diversos elementos semióticos que dialogam, e que, muitas vezes, vão além do texto.

patriciamarilene 16/02/2024

U A U
Pretendo reler em algum momento, foi tocante de inúmeras formas. Como mãe senti o desamparo, a rede de apoio falha, mas senti o quanto sou grata pelo meu maternar. Acredito que esse HQ tem tantas dores, que ninguém devia passar.

Borboleta Metafórica 13/02/2024

Tristeza, trauma e dor
Uma senhora relembra a história da sua vida, o que imagino que ela faça todos os dias pq está presa ao seu passado.

Ela teve opções pra ter uma vida melhor? Foram as escolhas delas que fizeram sua mente foi se deteriorar ao longo dos anos? Não.

Ela é uma mulher que foi obrigada a cumprir os papéis que lhe foram impostos. De filha, de esposa, de mãe.

E quantas mulheres realmente tem opções?

an_ne 13/02/2024

??
Acho que nao dei tamanha importância para essa hq, nao vi nada demais, mas me deixou meio chocada em alguns pontos

JAlia 12/02/2024

Não sei se li errado, mas acabei o livro sem entender nada e esperando mais da história. Consegui compreender algumas coisas lendo outras resenhas e percebi que algumas pessoas ficaram confusas também.

Joseane12 11/02/2024

Quanto mais penso nessa história mais ela cresce dentro de mim! Definitivamente esse quadrinho é cheio de camadas e trata de temas sensíveis como violência doméstica, maternidade compulsória, depressão e o papel social da mulher numa sociedade feita por e para homens. A narrativa é dividida em três linhas do tempo. Na linha do tempo presente acompanhamos uma mulher velha, seu nome é Neiva (mas só descobrimos isso nos extras do quadrinho), ela vive sozinha numa casa e repete uma rotina mecânica. Nessa parte da história todas as ilustrações são em preto e branco. Na segunda linha do tempo temos um passado muito recente, que é a cena do sequestro de Ricardo (filho mais velho de Neiva). A terceira linha do tempo mostra acontecimentos de um passado mais antigo, quando os filhos de Neiva eram crianças. Neiva é uma mulher que conviveu com a violência doméstica desde pequena, através do seu pai agressivo. Seu grande desejo era sair daquela casa, liberta-se daquela prisão. Quando entrou na faculdade conheceu Antônio, encantou-se por ele e agarrou-se a ele como se fosse uma boia em meio ao naufrágio. Contudo, ela não sabia que estava trocando um lar abusivo por outro. Antônio a agredia fisicamente, inclusive durante suas gestações: "um dia Antônio agrediu meu ventre com uma força descomunal. Foi como sentir uma dor excruciante do ricochete de uma bala". Neiva tinha sonhos, mas sem perceber caiu numa espiral de casamento e filhos: "a submissão de ser apenas um lar temporário para uma parte pequena desse homem. Duas vezes fui morada para os descentes de Antônio". Como essas passagens me marcaram! A romantização da maternidade e a imposição a que nós mulheres somos impostas desde pequenas. Neiva não queria ser mãe, mas amava muito seus filhos (eu diria que até com uma loucura possessiva), mas as desilusões da vida, a morte dos seus sonhos e a situação na qual vivia a levaram a depressão e num desses episódios vemos que isso custou a vida do seu filho mais novo, Lourenço (na cena da banheira, quando ela adormece, devido aos remédios, com o bebê no colo, dentro de uma banheira). Os anos passam, Ricardo se afasta da mãe, não sabemos o motivo que levou a isso, mas Neiva não se conforma com essa situação, ela abriu mão de tudo que desejou pelos filhos, então seu único filho vivo não poderia abandoná-la: "o meu sangue não pode me recusar. A minha carne não pode me recusar. Esses olhos que carregam os brilhos dos meus não podem me recusar" e chegamos na macabra cena final. Confesso que o desfecho me assustou porque mostra que o que chamamos de "monstros/psicopatas" são seres humanos feridos, que perderam o brilho dos olhos e sucumbiram a escuridão. Por fim, em relação à cena das baleias, minha interpretação é de que não conseguimos lutar contra a maré, por mais que tentamos uma hora iremos sucumbir. Isso não quer dizer que devemos ser "pessoas acomodadas", existe uma diferença entre ser acomodado e ser resiliente, o primeiro aceita as coisas como são e se conforma com isso, o segundo sabe que nossa energia é limitada e que tem coisas que podemos controlar e existe coisas fora do nosso alcance e que não podemos mudar, assim como uma mulher sozinha não consegue empurrar um grupo de baleias de volta ao mar. Se gastarmos todas as nossas energias naquilo que não podemos controlar, uma hora iremos subir a maré. Neiva acabou sucumbindo a essa maré chamado patriarcado.

Claudia.Marcia 10/02/2024

Dente de leite e uma HQ em tons preto e branco, que vai mostrando o cotidiano de uma idosa que está presa  num ciclo de solidão da velhice e de recordações obsessiva de sua própria história.
 Foi uma leitura que em muitas parte me sentir sufocada.

Bu 05/02/2024

Visceral...
Uma história que te joga, e vai seguindo o barco, com uma veracidade que me peguei pensando que pode acontecer com qualquer um, quem sabe seu vizinho, um parente seu ou até mesmo você. Vemos uma mente já transtornada definhar ainda mais depois de acontecimentos que abala o homem, coisas que nos mudam e pra sempre deixa a cicatriz, o fim é surpreendente mesmo com as minucias deixas na história como pistas, você sabe o que é mas não quer enxergar.

Quem lê vá preparado pra coisas pesadas o título engana bastante vissi.

Marina691 05/02/2024

Acabei descobrindo que não é muito meu estilo de leitura.

Mas é uma leitura bem rápida e as artes são lindas.

Meu problema é que por ser uma história mais poética tudo fica meio confuso e aberto pra interpretações e eu não curto muito isso.

Suzyss13 31/01/2024

Bom
A história mesmo sendo bem interessante e a arte incrível e com o um leve horror, mas infelizmente é um pouco confusa e quer transmitir alguma ideia que eu não capitei exatamente.

Lis 30/01/2024

Agoniante
Foi uma leitura rápida e esquisita, visto que a história não segue um padrão linear e o estilo do autor é bem sombrio.
A personagem principal carrega grandes feridas emocionais graças ao eventos que ocorreram durante sua vida e esse sofrimento causado a essa mulher foi tão grave e cruel que a levou a loucura, eu interpretei a cena em que ela aparece, sozinha, empurrando as baleias como uma vítima que se esforça para fugir de uma situação violenta e acaba não possuindo forças suficientes para fazer qualquer mudança.
Fiquei chocada com o que ela fez com o filho mais velho, mesmo compreendendo o estado dela.

vazingrd 29/01/2024

Escrita suave, desenvolvimento nem tanto.
Uma HQ bem rápida de menos de 200 páginas que nos mostra o cotidiano de uma senhora que relata sobre seu passado. Algumas cenas nos fazem perder o fôlego, mas outras acaba sendo um pouco confuso na linha do tempo das coisas. De modo geral, é uma leitura bem rápida, mas não tão impactante assim.

conceicaolari 29/01/2024

Angustiante
Essa HQ é angustiante do começo ao fim, ela é de uma sensibilidade e de um sofrimento que chega a ser poético.

Uma ilustração linda com um texto sensível e melancólico a respeito de uma rotina.

Eu gostei da HQ, mas senti um aperto que não passou até eu terminar.

Li de uma vez, pois não consegui parar.