Preferência do Sistema

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Resenhas - Preferência do sistema


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DAN LIMA 15/01/2022

Uma HQ que peguei para ler sem expectativas. E me surpreendeu absurdamente. PQP!!!
Ela nos obriga a pensar fora da caixa e visualizar que não estamos muito longe dessa realidade que é, ao mesmo tempo, impressionante e assustadora. Estamos a caminho desse novo prisma guardadas às devidas proporções.
Os diálogos são de fácil compreensão. É quase que automático o entendimento no decorrer da história. Se encaixando perfeitamente. Impossível parar de ler quando se está envolvido nessa ótica singular.
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii...essa história com relação a mensagens subliminares de cunho filosófico, social e humano que se propôs a passar para o leitor. São enriquecedoras e necessárias. Super recomendo a aquisição. É excepcional!!!
;-)
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Vania.Cristina 28/05/2024

Robôs que geram crianças e preservam o futuro
Esta é uma HQ de ficção científica que apresenta a humanidade vivendo um futuro distópico.

O personagem que desencadeia a história é Yves Mathon, funcionário do setor de arquivos digitais. A humanidade já produziu conteúdos em larga escala, tornou-se impossível assistir a todos os filmes e ler todos os livros desejados. Para resolver os problemas de espaço nos arquivos que reúnem toda a produção humana, autoridades decidem frequentemente quais arquivos deverão ser destruídos. Afinal, o uso das redes sociais exige cada vez mais espaço no mundo digital, e velhos conteúdos precisam ser apagados para dar lugar a novos. Yves é quem está encarregado de deletá-los, e sempre fica profundamente incomodado quando recebe ordens de apagar a arte de antigos mestres.

Yves é casado com Emy, que trabalha editando filmes, alterando dados que os algoritmos consideram necessário alterar.

Eles estão esperando um bebe, mas para que as mulheres não tenham seus corpos deformados, os bebês dessa época são gerados num útero artificial de um robô doméstico. O robô do casal Mathon chama-se Mikki. Ele é programado para servir de babá quando a criança nascer, cuidar e amparar.

No começo da história descobrimos que Yves está roubando os arquivos que deveriam ter sido destruídos e escondendo-os em casa, dentro de Mikki. São obras que ele acha bonitas demais, dentre elas as poesias completas de Auden e o filme 2001 Uma Odisseia no Espaço de Kubrick. Para a sociedade da época, o que Yves está fazendo é considerado crime gravíssimo, motivo de prisão. Ao mesmo tempo, ele também está sutilmente sacando dinheiro no banco, de tempos em tempos, e escondendo no robô, o que também é ilegal.

Enquanto isso, o bebê cresce no ventre de Mikki, e já sabemos que é uma menina, saudável e protegida.

História fascinante, prende a atenção do começo ao fim. A arte também é bonita, com designer futurista em vestimentas, equipamentos eletrônicos e robôs. As coisas são bastante próximas da nossa realidade, o que é perturbador: inteligência artificial, excesso de informação, futilidade, valores vazios, controle pasteurizado feito pelos algoritmos, autoritarismo, burocracia, etc. Além disso, o livro apresenta algumas reflexões filosóficas interessantes como a inevitável finitude das coisas, talvez até mesmo da arte. O robô Mikki com certeza é o melhor personagem. Amoroso, sensível, prático e inteligente, Mikki sabe falar com os pássaros e sobreviver em meio à natureza. Tem sentido aguçado de humanidade e lealdade, além de sabedoria para transmitir valores importantes.

Algumas cenas são cinematográficas. Não seria de estranhar se a HQ logo virasse filme. O final é aberto com sutileza. Tanto é possível que a história tenha desdobramentos, quanto tudo pode ser deixado para a imaginação do leitor. Recomendadíssimo para os amantes de ficção científica.
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Adriano 31/03/2023

Todo homem em sua vida assiste ao fim de um mundo
Fui surpreendido com o quão impactante foi ler "Preferência do Sistema". Escrita e desenhada por Ugo Bienvenu, essa HQ é uma ficção científica distópica, que aborda uma sociedade onde não há mais memória virtual disponível. É preciso liberar espaço, e quantidades gigantescas de gigas devem ser excluídas para que novos dados possam ocupar seu lugar. Para tanto, obras primas da humanidade podem ser deletadas completamente da existência se não houverem taxas consideráveis de visualização das mesmas. Yves é um arquivista cuja função é tentar defender certos lotes de dados perante os "profetas", aqueles que decidem o que é ou não apagado. Inconformado com a perda de algumas das maiores obras já produzidas pelo ser humano, Yves ilegalmente as armazena em um robô doméstico de nome Mikki , que também é responsável por carregar em seu interior a filha não nascida de Yves.
Com essa premissa instigante, e uma arte igualmente impressionante, Ugo Bienvenu aborda temas que nos fazem refletir, e é fácil se emocionar ao final.
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Guilherme.Lefort 25/10/2023

Excelente!
Uma história com uma premissa que ao mesmo tempo parece distante e está muito perto de acontecer, com cada vez mais conteúdo sendo produzido e já vermos uma seleção do que é consumido ou não. Na história isso é levado ao extremo, mas a HQ traz uma reflexão incrível, com uma sensibilidade muito bonita.
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Nanda Lima 10/11/2021

Top 3 do ano
Gibi maravilhoso, um dos melhores lançamentos do ano fácil... Com um traço único, que remete aos mestres clássicos e à linha clara, design de personagens e construção de mundo formidáveis, é um dos melhores sci-fi que já vi em qualquer mídia ever.
Dan 09/12/2021minha estante
Só por curiosidade, quais são os outros que fecham seu top 3 ?


Nanda Lima 10/12/2021minha estante
Opa
Lá vai: se eu for contar republicações, Incal e Miracleman (Palestina tmb é páreo duro)
Se for contar só lançamentos inéditos, Pinturas de Guerra e A casa. Lembrando que ainda não li todos os lançamentos relevantes deste ano.


Dan 10/12/2021minha estante
Eita, valeu. Aliás, terminei Preferência do Sistema há mais ou menos uma hora atrás e realmente é absurdo demais, uma das minhas melhores leituras do ano com ctz




Diego Rodrigues 05/03/2024

"Naquela época, a gente se definia pelo que conhecia. Hoje, é o que a gente não sabe que nos define."
A ano é 2120 e o mundo atravessa uma profunda crise de armazenamento de dados. Basicamente, está faltando espaço. E para que as pessoas possam continuar alimentando suas redes sociais e consumindo conteúdo insosso, algo precisa ser apagado. Os arquivos a serem destruídos são definidos pelo algoritmo e cabe aos arquivistas tentar defendê-los perante os "juízes", êxito quase nunca alcançado. Yves é um desses arquivistas e não aguenta mais ver obras como "2001: Uma Odisseia no Espaço" ou a poesia de Auden sendo excluídas da face da terra. Não bastasse isso, nosso protagonista também se vê preso a um casamento infeliz, onde o robô da família parece aos poucos assumir o lugar da esposa, inclusive carregando no ventre a filha do casal, ecoando os dilemas do amor líquido em tempos modernos.

Primeira HQ do francês Ugo Bienvenu a ser publicada no Brasil, "Preferência do Sistema" bebe da fonte dos grandes clássicos da ficção científica, principalmente "Fahrenheit 451" (Ray Bradbury) e "Eu Robô" (Isaac Asimov), embora dotada de um toque mais contemporâneo. É um quadrinho que conversa muito com o nosso contexto e que chega em um momento oportuno, onde a inteligência artificial começa a ganhar força e inflamar debates. Transitando em algum lugar entre o poético e o sarcástico, a trama esbarra em temas como o uso desenfreado das tecnologias, a banalização da arte, alienação, excesso de informação e relacionamentos rasos. A premissa é ótima e é conduzida com maestria... pelo menos até a metade.

Isso mesmo, o quadrinho começa muito bem, mas se perde um pouco da metade pra frente. O roteiro, até então surpreendente, se torna um tanto previsível e Bienvenu trilha um caminho bobo, a meu ver. Embora tenha lá a sua poesia, a obra acaba perdendo a chance de ser original e em sua reta final soa como um pastiche, tendo como ápice uma vexatória troca de socos entre robôs. Ainda assim, acho que é uma leitura válida pelas reflexões que a primeira parte é capaz de provocar. Só não vá esperando muita coisa, especialmente se você já leu os grandes clássicos do gênero. "Preferência do Sistema" não irá trazer nada de novo. Não diria que é um quadrinho de todo descartável, pode servir para iniciar leitores no scifi, mas, pela forma como a história foi conduzida, fica uma clara sensação de potencial desperdiçado. Em tempo, minha primeira decepção com o catálogo da Comix Zone.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Djeison.Hoerlle 12/05/2023

Vez ou outra um colecionador descobre que vai virar pai, decide que vai se mudar para outro país ou simplesmente percebe que a vida de acúmulo de papel não é mais a vida que quer para si, restando então anunciar a coleção. É aí que eu entro. Gosto muito de comprar lotes de quadrinhos, sobretudo pelo fato de que comprando vários materiais de uma vez, os preços costumam ser muito mais atrativos.

Quando se adquire um lote, no geral ele é composto por 4 tipos de materiais: os gibis que já tenho, os que eu não tenho e queria ter, ou que eu não queria e aqueles que eu nunca nem ouvi falar em toda minha vida. Preferência do Sistema fazia parte desse último grupo.

E mesmo depois de adquirido, transcorreu-se mais de meio ano até que eu me animasse a ler a obra. Também pudera, mesmo tendo tido boas experiências com Philipe K. Dick e algumas distopias, nunca fui um leitor realmente interassado em ficção científica. A premissa de criar analogias para falar dos tempos que vivemos por meio de um mundo futurista é o tipo de macete que me faz no máximo suspirar e soltar um "legal, eu entendi o que você fez aqui" e então seguir adiante com minha vida.

Só que o quadrinho de Ugo Bienvenu não fala somente sobre os tempos que vivemos. Ele fala sobre a nossa relação com a arte. Na minha perspetiva, essa paixão por músicas, filmes e poesias que acomete tantos de nós sem sequer entendermos direito o porquê é talvez a coisa mais fascinante e atemporal que existe.

Preferência do Sistema sabe do poder da arte e o discute na mesma medida em que, sendo ela própria uma peça artística, o expõe ao leitor por meio de sua própria magistralidade. É também o tipo de obra que nos convida a olhar com mais calma todas aquelas obras que já passaram pela nossa vida e aquelas que ainda passarão, pois cada uma dessas "coisas que achamos bonitas", mais do que beleza, carregam consigo o poder de ressignificar a nossa visão de mundo. Em alguns casos, a ponto de acharmos que vale a pena arriscar tudo por elas.

E bom, eu sou um jovem que dedica meu tempo e dinheiro à arte. A filmes, livros, quadrinhos, a música, e a tudo mais que eu conseguir produzir. Às vezes tudo que eu preciso é de alguém que me diga que existe um sentido nisso. Precisa existir. E nessa noite, foi um sujeito francês que eu nunca tinha ouvido falar. Mas que bom que ele disse.

Mas como este texto não é só sobre a discussão proposta, mas também sobre a forma como esta discussão é apresentada, preciso tecer uma crítica: o final, tecido por meio de uma rima com a abertura do quadrinho, é abrupto e carente da relevância que o restante do enredo carrega. Sinto que a história poderia continuar por pelo menos mais 60 páginas. Ou talvez seja só minha vontade de acompanhar Mikki e Isi por mais um tempo e descobrir a mulher que aquela menina um dia se tornaria.

Mas não sendo possível, me resta voltar ao meu mundo, mesmo que com as imagens e falas de outros reverberando em minha mente.

Fantástico.
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MarianneS2 25/10/2023

Impecável- preferência do sistema
Hq que simplesmente te prende na história,você consegue terminar muito rápido. A história abrange diversos temas já que se passa num futuro altamente tecnológico com a presença de ias. Aborda questões filosóficas para além da tecnologia,a humanidade não existe sem história,não tem passado e nem presente e essa a uns dos problemas. Os conteúdos culturais são constantemente apagados e como propriamente é citado que os mesmos não conseguem se fixar pela alta quantidade de informações que ali chegam. Também achei importante ressaltar a demonstração da tecnologia como substituta do humano,outra reflexão também interessante.
- Não imaginei que fosse gostar tanto
Da hq,mas me surpreendeu,recomendo a leitura ;)
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Lucas Muzel 20/11/2023

Daft Punk, human after all
No início, o que mais me chamou a atenção nessa HQ foi a capa. Que diabos um robô parecido demais com o Daft Punk está fazendo aqui? Rapidamente dá para notar que o autor é francês. Faz homenagens nada sutis para os gêmeos do Tintim e para o filme 2001 - Uma Odisseia no Espaço. A paisagem também é uma França reimaginada para um futuro distante.
Pode parecer um pouco estranho uma sociedade tão automatizada necessitar de humanos para fazer curadoria sobre qual material será removido. Mais do que uma liberdade de roteiro, isso pode indicar algum tipo de método. Tal como os comitês burocráticos dos capítulos finais do livro 1984, algumas funções são feitas por meios não eficientes, porém úteis para a tirania.
Com relação ao ritmo, parecem duas histórias em uma. Sendo que a segunda parece acabar bruscamente, igual o final de Senhor Dos Anéis: A Sociedade Do Anel.
A arte é competente. Tem uma preocupação com o ritmo das cenas de ação. Ao ler a biografia depois, vi que o autor tem experiência com animações, o que explica esse foco.
O personagem robô está profundamente alinhado com a proposta musical do Daft Punk. Trazer de volta a humanidade para a música através de uma dupla de robôs que tocavam música eletrônica.
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Henry 29/01/2022

A humanização da máquina ou a robotização do ser humano?
Num futuro não muito distante, o mundo passa por mudanças e o crescimento tecnológico é uma realidade rápida e transformadora. Yves trabalha numa espécie de empresa que gerencia dados gerais do mundo e ele é responsável por defender o mantimento de algumas lembranças que julga serem relevantes.

Essa é uma HQ extremamente imaginativa e bem construída que tece uma relação que diferencia o homem da máquina. O que os diferencia é a sensibilidade, ou seja, a forma da qual o ser humano toma decisões e age, sem a preocupação de realizar cálculos ou analisar estatísticas. Agir de forma instintiva e sensível.

Essa relação é trabalhada de uma forma inesperada. Se eu fosse descrever uma sinopse objetiva, eu passaria dos limites possíveis, pois há muito a ser falado e debatido quanto aos temas abordados nesse álbum incrível de estreia de Ugo Bienvenu.

A arte é maravilhosa, bem detalhada e com cores em tons que representam bem o distinto, o desconhecido.

Por fim, eu tive várias reações enquanto lia essa obra de arte: Por vezes, me senti sufocado, apreensivo; senti-me emocionado, com vontade de chorar; reflexivo em alguns momentos imaginando se esse futuro não está mais perto do que esperamos; mas sem dúvidas, essa leitura é CHOCANTE, em todos os sentidos, da forma mais positiva possível.

Recomendo demais esse trabalho que é o casamento perfeito de arte e roteiro. Espero ansioso por mais trabalhos desse grande artista.
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Juliano.Berton 29/05/2022

Futuro não tão distante
Uma bela obra de ficção científica que nos leva a refletir muito sobre nosso momento atual e o que podemos nos transformar.
Me surpreendeu muito pelo tema, recomendo muito.
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Gabriel 25/08/2022

Ficção sobre memória
Muito interessante passar pelas inquietações que essa obra traz. Bom para refletirmos sobre memória, história, e o que nos identifica.
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Yuri93 11/06/2023

Premissa Ótima, já o desenvolvimento?
Trata-se de uma distopia que acontece num futuro não tão distante. Não a toa ela começa com um enterro, um enterro daquilo que foi passado, que não é mais útil, que é obsoleto e dá lugar ao novo ?é como se não quisessem que eles (os mortos) voltassem?.

Não duvido que muito em breve nos relacionaremos com robôs, e esse quadrinho exemplifica isso muito bem quando uma família é composta por uma mãe, um pai, uma filha e uma máquina, não só isso, como também a mesma serve de incubadora para o bebê do casal.

Nele há também uma crítica muito bem feita às superproduções, a indústria massiva que produz cada dia mais ?Antes éramos definidos pelo que conhecíamos, hoje somos definidos pelo que não sabemos?.

A história se desenrola em meio a uma crise de dados, onde o antigo deve ser ENTERRADO, apagado e destruído, mesmo que tenha seu valor histórico inegável. Agora o que importa é o fútil, o supérfluo que é fabricado nos dias atuais deve ser mantido, afinal isso sim é moderno.

Ao meu ver, a partir da sua metade ela se perde, explorando pouquíssimo as questões levantadas no seu início. Tinha potencial de ser muito mais, mas não deixa de ser uma boa hq.
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Allison 29/12/2023

Todo homem em sua vida, assiste ao fim de um mundo
Acho sempre muito impressionante quando uma obra de tão poucas páginas pode ter uma construção tão completa e aqui nós temos isso.
Dividido entre dois atos, Preferência do Sistema é uma daquelas historias que ficam ressoando na cabeça logo após você fechar a edição, seja por uma pequena conversa trivial entre dois personagens lá no ato 1, seja pelos belos quadros que ressoam como as poesias que o protagonista tenta guardar ou pela melhor luta de MMA entre dois robôs, da historia dos quadrinhos (você não esta esperando por isso, acreditem).
Bienvenu entrega uma obra que ecoa clássicos da literatura sci-fi apresentando uma imagética única, que ajuda em muito na construção dessa narrativa.
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Nane 26/07/2023

Gostei demais!!!
Essa HQ me lembrou muito Farenheit 451. Gostei demais da história e muita coisa faz a gente lembrar o que estamos vivendo, não muito longe dessa realidade distópica.

" Todo homem em sua vida assiste ao fim de um mundo".

"A sensibilidade é o que permite a vocês tomarem uma decisão sem efetuar todos os cálculos, ao contrário de nós. É um acelerador que permite a vocês enxergarem o mundo de outro jeito, que não um simples amontoado de informações".
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