jesscso 04/03/2023
Uma Luz Que Se Apaga: O verdadeiro recomeço
Essa capa é a capa MAIS LINDA DE TODAS! A iluminação, a pose dos personagens, as cores, tudo está lindo! Uma Luz Que Se Apaga é o segundo arco da terceira série a ja chega arrasando. Eu não sou mais criança, o primeiro capítulo, traz a nostalgia do começo e um suspense enigmático.
?Tudo retorna ao universo!?
Quando foi revelado que o roteirista seria Marcelo Cassaro, o mesmo do arco anterior, a reprovação foi automática. O trauma era recente. Mas Cassaro se superou e redimiu os erros de 6 meses atrás. O primeiro capítulo do arco remete muito as primeiras edições, lá de 2008. Os personagens acordam para ir a escola e tem um diálogo com seus pais. Nas primeiras páginas, os pais da turma demonstram um cuidado lembrando-os de coisas banais: não usar celular na sala, não exagerar nos doces, etc. E eles respondem uma frase marcante demais para a primeira série: Eu não sou mais criança!
Com esse breve resumo da cena inicial, já preciso enaltecer: era esse o começo que a terceira série precisava. Apenas os protagonistas acordando atrasados para um primeiro dia de aula. Nostalgia cantou demais. A trama se desenrola com os personagens na escola, secundários aparecendo e etc. Se um leitor resolve começar por essa edição, não se perde. Lendas do Recomeço é completamente esquecível.
Preciso escrever sobre os dois plots centrais: a volta repentina de Cascuda e a aparição de uma entidade misteriosa. As páginas giram em torno disso, construindo um suspense. Frases soltas, Cascuda agindo estranho. A figura encapuzada lembra muito a morte. Outra personagem importante reaparece: Irene, que ficou toda a segunda série sem ser escrita. Ela mudou o visual como a maioria, e o roteiro indica um possível desenvolvimento dos desentendimentos entre ela e Mônica. Relendo, fico com um sentimento bom de relembrar as teorias do que poderia ser. Na festa da Carmem, Ramona (que tem sua segunda aparição na terceira série) lê a sorte da turma nas cartas e a mesma aparece para todos: a da Morte, deixando todos perturbados. Esse arco é incrível, amo demais. Há quem reclame que é nada demais, que esperou mais: mas é um PRIMEIRO capítulo! Não tem necessidade de jogar o plot inteiro pra arrastar o resto! É necessário construção, coesão, narrativa!
Uma Luz Que Se Apaga começa muito bem. Os desenhos são lindos, diálogos suaves, nostalgia da primeira série. É o verdadeiro começo da terceira série, o verdadeiro salto que TMJ tem em suas narrativas. E, embora esse arco tenha 6 capítulos, sua narrativa se mantém por 10 edições. Foi uma das melhores fases da revista desde então e estou com o coração quentinho de reler e relembrar como esse arco foi importante.
Esta era já começou bem, e as one-shots não poderiam ser diferentes. Abrindo a era Uma Luz, Lederly Mendonça retorna com o arco dos aliens apresentado na terceira edição, agora em Enigma. A BRASA retorna, Xabéu é a protagonista e Franja faz uma ponta. É uma narrativa interessante, com ação e desenhos lindos de Roberta Pares. Novamente, o único aspecto negativo é o final corrido como em A Porta.
Daniel Mallzhen finaliza a edição com o Selo Mais Rápido do Oeste, trazendo de volta o trio Magali, Dudu e Nena. É muito bom acompanhar a reconstrução de uma origem mágica para Magali, e por que não fazê-la ser uma aprendiz de Nena? Na trama, Magali tem que selar um livro proibido que revelou uma entidade com fome de poder. É um livro tentador como o Dark Hold, que corrompe os que leem. Magali é corajosa e cede as tentações, provando ser digna de selar o livro. A história tem tiradas boas, desenhos razoáveis e diálogos lindos.
O recomeço começa aqui. Meu amor por TMJ reacendeu quando peguei essa revista nas mãos, com a qualidade impecável e roteiros divertidos a beça. Fazia tempo que a revista não via seus tempos de ouro, e eles retornaram.