crixtine 04/05/2023
Vale a pena insistir nesse aqui
Esse livro é quaaase do tipo no plot, just vibes. Durante boa parte da leitura eu tive dificuldade para entender o ponto da história e onde ela queria chegar, mas quando parei de me preocupar com isso eu consegui apreciar mais o mangá só pela experiência de leitura.
A narrativa é um retrato da passagem da infância para a puberdade. Aqui, podemos acompanhar um período da vida onde, ao mesmo tempo em que algumas coisas nos passam quase que alheias, outras são sentidas de forma hiperbólica. É nesse contexto que Punpun vive situações traumáticas, descobertas do corpo e da própria identidade, novas amizades, o primeiro amor e muito mais.
O mangá tem seus momentos de ternura, mas não deixa de apresentar críticas sociais muito pertinentes que se expandem para além da sociedade japonesa. Em particular, eu amei a alegoria em volta da representação de deus. Há de se comentar também sobre a escolha estética de representação da família Punyama, e eu tenho inúmeras questões a respeito disso.
Por fim, é um mangá que pode ser igualmente aproveitado só para passar o tempo ou lido de maneira mais profunda. Eu recomendaria começar sem muitas informações sobre a narrativa, mas deixo aqui o alerta de gatilho para temas como violência doméstica e suicídio.