Sete contos dão corpo a "RedruM – Contos de Crime e Morte" que, naturalmente, transitam pelos campos do assassinato em seus enredos.
Em "Refração", conto que abre este livro, Diogo Bernadelli sustenta uma narrativa caleidoscópica de descrições cruentas e surpreende ao fazer, por meio de um jogo de perspectivas, de um mesmo acontecimento três distintos.
Questionando a gênese da culpa, "Segunda Sombra", de Vitor Toledo, narra acontecimentos dúbios que deixam nebulosa a fronteira entre ilusão e realidade.
Afugentando o óbvio, "A Noiva Liberdade", de José Geraldo Gouveia, apresenta uma forma de homicídio que, se menos física e direta, não é menos brutal.
"Benevolência", conto de Bia Machado, desorienta o leitor ao arquitetar uma trama onde não há terreno seguro para sustentar uma crença, e a desconfiança é presente.
Pedro Viana e Fábio Shiva foram os responsáveis por, talvez - visto que esta conclusão caberá apenas ao leitor-, incluir o sobrenatural em suas linhas, as quais dão corpo, respectivamente, os contos "A Vidente" e "A Marca". No primeiro, lidamos com a culpa em um crime ainda não, e talvez nunca, cometido. Já no segundo, civilizações antigas e outras formas de vida sustentam uma trama que, antes de tudo, discorre sobre relações interpessoais.
Ímpar neste volume, "Uma Noite no Farol", de A. Z. Cordenonsi, trouxe consigo a penumbra e o alerta dos clássicos textos detetivescos. O que seria imperdoável de se passar sem, em se tratando de um livro sobre crimes.
Contudo, ciente disto, não tenha medo de um olhar torto por segurar este livro ensanguentado. Os vizinhos não bisbilhotarão pelo vão da cortina. A polícia não baterá em sua porta. Ninguém saberá de nada. De agora em diante, tudo o que encontrar nestas páginas será mantido no sigilo dos cúmplices. (Orelha do livro, texto de Vitor Toledo) - Lançamento em agosto-2014.
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