Antes do tempo de que há memória, já a casa estava no cimo da colina. E depois veio a gata. Mais tarde, o rato. Depois a aranha. Finalmente, a família, chamada pela casa. E era a família mais sombria que alguém alguma vez poderia imaginar.
A mãe, senhora das neblinas, o pai, que acordava ao crepúsculo, e a bisavó de quatro mil e quatrocentos anos, guardada num quarto e coberta de poeira dourada.
E também lá morava Cecy, a sonhadora, que dormia em antigas areias egípcias, e viajava com a mente por todo o mundo, sem sair do seu sótão.
E mais tarde chegou Timothy, que foi adoptado pela família, apesar do seu terrível defeito: Timothy tinha reflexo no espelho!
E então chegou a noite marcada, a véspera do Dia de Todos os Santos. No remoinho das folhas de Outubro, ao cair da tarde, vieram tios e tias, primos e primas, e todas as criaturas regressadas das cinzas. Assim começava a festa...
Autor de obras tão incontornáveis como Fahrenheit 451 ou As Crónicas Marcianas, de entre as mais de trinta que escreveu, Ray Bradbury é um dos mais aclamados autores de ficção do nosso tempo. Escreveu para teatro e cinema, nomeadamente o argumento que deu origem à célebre adaptação de Moby Dick para o cinema, realizada por John Huston, e pela qual Bradbury foi nomeado para um Oscar. Em 2000, foi condecorado pela National Book Foundation com uma medalha pela sua Distinta Contribuição para a Literatura Americana. O Sr. Bradbury vive em Los Angeles com sua mulher, Marguerite.
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