A vida de Reinhard Heydrich e uma trama de contradições. Os que acreditam em astrologia não se espantarão com isso. Heydrich nasceu sob o signo de peixes, um signo duplo, e os que a ele pertencem tem um comportamento paradoxal. Mas, detendo-se apenas nos fatos, constata-se que a personalidade do chefe dos S.S. e cheia de ambigüidades e paradoxos. Ele não foi um "anjo da morte" como o escreveram alguns historiadores; não foi a "besta loira" de Goebbels ou aquele "porco sujo" que metia medo ate em Sepp Dietrich, chefe da guarda pessoal de Hitler. Ele foi o "tecnocrata do inferno", o "engenheiro" ou "o violinista da morte", que enviou milhões de homens e de mulheres para a morte com a mesma calma, o mesmo requinte e com a mesma lucidez que provara, em 1936, organizando os lazeres de milhões de alemães ávidos de sol, de ar puro e de esporte, inventando-lhes os jogos olímpicos que despertaram a admiração das outras nações. Ele não foi também o santo-justo ou o Robespierre da revolução nazista, ou ainda a "encarnação satânica do crime contra o espírito". Porque a filosofia jamais o interessou, nem mesmo a do fuhrer.