Em um passado distante… um importante senhor do Japão antigo é eliminado por uma entidade de puro mal. Um jovem guerreiro jura vingança e torna-se um samurai sem mestre – um ronin – preso em uma luta eterna contra o demônio que assassinou seu patrono. Em um futuro próximo… uma grande corporação da selva urbana de Nova York está se preparando para lançar uma mortal nova tecnologia, e um infantilizado telepata e uma corajosa chefe de segurança são as únicas coisas em seu caminho. Quando esses dois mundos colidem, sonhos e realidade se misturam em uma apocalíptica batalha final – e, no coração desse caos, um solitário guerreiro enfrentará o maior dos testes à sua fidelidade.
Antes de ser consagrado como um dos maiores artistas de seu tempo, Frank Miller se interessou em escrever roteiros, empregando seu potencial criativo com as influências recebidas do cinema noir, de Hitchcock, dos filmes sombrios de terror e policiais, dos quadrinhos europeus ? principalmente de Crepax e Moebius ?, e dos mangás (os quadrinhos japoneses). Foi assim que revitalizou o Demolidor e criou Elektra para a Marvel, duas das suas melhores obras, personagens que mais tarde seriam aproveitados no cinema.
Importante lembrar que na época em que Miller assinava seus primeiros sucessos, o mangá era ignorado nos EUA. Reza a lenda que Frank Miller, certa vez, ganhou de um amigo uma antologia de O Lobo Solitário, em japonês, que ele passou a folhear até gastar suas centenas de páginas ? depois de digerir as imagens daquela violenta história de samurai, de investigar e de refletir sobre o universo dos guerreiros do País do Sol Nascente, regurgitou tudo em uma obra experimental e revolucionária, em que ousou narrar em uma nova linguagem gráfica ? nascia, então, o primeiro mangá americano, Ronin, que foi lançado precisamente em julho de 1983, nos EUA, pela DC Comics, em formato de minissérie, em 6 partes.
Ronin é pioneiro por ter sido o primeiro romance gráfico a ser visto como um projeto de ponta pela DC Comics, também por conter a mítica cultural e os costumes japoneses, ao mesmo tempo em que apresenta um manifesto contra o corporativismo empresarial nipônico, que começava a ameaçar a América dos anos 80. A obra, ainda hoje, é considerada surpreendente. Ela se difere dentro da carreira de Miller, devido às influências do mangá, então elevadas às últimas conseqüências. Alguns desavisados podem até confundir Ronin com a linha atual do quadrinho europeu, isso comprova que a obra estava muito à frente de seu tempo.
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