Em SOBRE A VIOLÊNCIA, Arendt faz uma análise da natureza e causas da violência na segunda metade do século XX. O ensaio foi escrito entre 1968 e 1969, datas que evocam experiências políticas cruciais como a inusitada rebelião estudantil em todo o mundo e os confrontos raciais que ela ensejou nos Estados Unidos; a Guerra do Vietnã e os movimentos de resistência e desobediência civil por ela engendrados; a glorificação da violência pelos militantes de esquerda e pelos movimentos de descolonização. Em todos esses acontecimentos, observa-se o crescente emprego da violência nas relações políticas, aspecto que motivou essa importante reflexão teórica.
Vivemos em meio a uma escalada mundial de destruição e guerras. Como compreender esse momento? Em perspectiva histórica, Arendt reexamina a relação entre guerra e política, violência e poder. Questiona a natureza do comportamento violento, mostra as causas das suas muitas manifestações e finalmente discorda da máxima de Mao Tsé-tung o poder se origina do cano de uma arma, propondo, em vez disso, que poder e violência são opostos; onde um reina absoluto, o outro está ausente. Para Celso Lafer, que assina o prefácio, Arendt fez neste pequeno grande livro uma oportuna e vigorosa crítica da apologia da violência.
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