“E lá vão eles! Já tristíssimos lamentos
Se escutam... Um tremor agita os corações
Dos que ficam, ao ver com que fatal loucura
Vão em busca da glória ou, então, da sepultura
Este bando de heróis, homens feitos leões.”
A Guerra de Canudos foi um episódio lastimável da história nacional. A “Tragédia Épica” é uma chave para compreendê-la melhor através de uma voz lírica, piedosa e indignada, que denuncia as covardias e crueldades cometidas no sertão baiano.
Médico, Francisco Mangabeira foi ao Arraial de Canudos numa missão “da Paz, da Caridade e do Amor”, trabalhando em hospitais de campanha para salvar vidas e amenizar o sofrimento dos moribundos.
A obra maior do então jovem Mangabeira foi, nas palavras do autor, “uma boa maneira de exprimir a repulsa àquele monstruoso pesadelo da Pátria”.
Em Euclides da Cunha, o leitor encontrará uma narrativa detalhada dos principais acontecimentos da Guerra de Canudos. Em Mangabeira, uma voz lírica que exprime o sofrimento dos soldados de ambos os lados beligerantes e preenche de cores as batalhas.
O poeta atuou de corpo e alma naquele conflito, e sua comoção e envolvimento pessoal são visíveis nos versos da “Tragédia Épica”.
Literatura Brasileira