Quando decidi trocar uma carreira de vinte anos na área de tecnologia pela docência em Filosofia, o fiz por um chamado de minha verdadeira vocação. Não sabia exatamente o que encontraria, mas tinha certeza de que essa era a única decisão possível diante de tão irresistível atração. Minha primeira surpresa foi a constatação de que, há muito, a paixão pela genuína educação fora substituída pelos recursos teóricos das pedagogias, que intentam democratizar aquilo que só os verdadeiros mestres carregam na alma. A segunda surpresa foi descobrir que, avis rara, tais vocacionados ainda existem e resistem. Paula Rosiska, colega e amiga, é dessas. Experiente, dedicada e inteligentíssima, Paula contraria a estatística exalando aquela excepcional capacidade tão defendida pelo grande educador Ernesto Carneiro Ribeiro: a de não só instruir tecnicamente, mas também educar pelo exemplo moral. Suas crônicas são um mergulho fundo na atividade mais nobre de todas, exercida da forma mais notável: com amor sincero e profundo pelo conhecimento. Lê-la é oscilar entre o desespero e a esperança - ou seja, experimentar o que sente um professor diariamente. Boa leitura!
Crônicas