Carla.Parreira 19/11/2023
Tambores de angola (Robson Pinheiro/Ângelo Inácio)
Melhores trechos: "...Acheguei-me por detrás dele, e o que vi era um misto de beleza e terror. Seu cérebro parecia uma usina elétrica com imensas reservas de energia que brilhavam em cores variadas, à semelhança de luzes multicoloridas na noite de uma cidade grande. Mas, enlaçada no córtex cerebral, uma rede tenuíssima de filamentos fluídicos estava presa, como se fosse uma teia de aranha que pulsava, envolvendo o centro cerebral, variando a sua tonalidade entre prateado e negro... Agucei mais a visão espiritual e pude perceber que da rede magnética partiam delicados fios, invisíveis para os encarnados, que se juntavam na região do plexo solar e se uniam aos feixes de nervos, alastrando-se em várias regiões do sistema nervoso. Além disso, pude observar imensa quantidade de larvas astrais, que, em comunidades, pareciam absorver-lhe as energias vitais... Neste prédio, encontra-se um dos postos mais avançados das sombras. Nele trabalham cientistas que se especializaram em doenças viróticas, em epidemias e processos requintados de interferência nas estruturas celulares dos irmãos encarnados. Outros, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, os quais, como estes que presenciamos, são especialistas nas questões da mente, nas modernas técnicas de psicoterapia, com objetivos diabólicos, pretendendo atuar diretamente nas mentes de dirigentes mundiais, em pessoas que ocupam cargos importantes no mundo terreno, em religiosos, pastores e dirigentes espirituais, pelo uso do magnetismo, que sabem manipular com maestria. Toda essa organização utiliza os modernos métodos desenvolvidos na Terra... Observei o ambiente espiritual da tenda ou terreiro. À medida que o povo cantava em ritmo próprio, parecia que imensa quantidade de energia luminosa ia se formando por cima da assistência, segundo o ponto cantado. De cores variadas, as energias iam se aglutinando na psicosfera ambiente e depois eram absorvidas pelas auras de quantos ali estavam, além de se agregarem em tomo do gongá. O fenômeno era maravilhoso de se ver. Em meio ao redemoinho de energias, espíritos que se manifestavam na forma de crianças canalizavam esses recursos para os assistentes, que estremeciam ao receber o choque energético. Eram os fluidos que os atingiam e desestruturavam as criações mentais inferiores, os miasmas e os demais parasitas que se encontravam nas auras dos participantes... ? Aqueles são os guardiães, meu caro Ângelo, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. Em muitas tendas ou terreiros, são conhecidos como exus. Para nós, são companheiros experimentados, em várias encarnações, em serviço militar, em estratégias de defesa, ou mesmo simples trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina. Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois não ignora que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e personalidades fortes que se impõem... É claro que entidades venerandas e esclarecidas não precisam de sangue e oferendas para realizar suas tarefas espirituais. Portanto somente aqueles que não se libertaram das situações grosseiras e do atavismo secular que os mantêm ligados a essas energias primárias é que se sintonizam com tais práticas. O filho, o pai ou a mãe-de-santo vão alimentando essa energia com sacrifícios, bebidas e ebós, criando a dependência dessas entidades, que, quando se veem privadas do alimento ou do plasma do sangue do sacrifício, dos despachos de onde tiravam os fluidos animalizados para satisfazerem-se, procuram-no em local mais propício. Quando desencarnam seus alimentadores (seus filhos, como eram chamados), essas entidades passam a frequentar sua sepultura e não raras vezes, permanecem ligados aos despojos carnais em cachoeiras e encruzilhadas da Terra. Choram amargamente ou têm seus túmulos constantemente visitados e desrespeitados por essas entidades, com quem na vida física compactuaram. Por aí você pode ter uma ideia do trabalho que os pretos-velhos e os caboclos da Umbanda têm para o resgate dessas almas infelizes. É uma tarefa que muitas vezes os nossos irmãos kardecistas não podem realizar, pois trabalham com fluidos mais sutis e desconhecem certos segredos ou certos detalhes que envolvem os dramas de filhos, pais e mães-de-santo desencarnados, ou seja, somente quem já teve experiência nessa área poderá ajuizar melhor e socorrer mais eficazmente esses irmãos sofredores... Encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo trabalhos, matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral..."