Rota 66

Rota 66 Caco Barcellos




Resenhas - Rota 66


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Inlectus 31/05/2017

Não é confiável.
Falta isenção, imparcialidade, e evidências confiáveis.
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Flavio.Amaral 12/01/2017

Extremamente parcial.
Não podemos condenar as pessoas as chamando de matadores.
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Pablo.Rochedo 06/09/2016

Bom livro
Se você pensa que sera um livro com história tipo: "tropa de elite", esqueça. Rota 66 é um livro muito bom, mas é puramente informativo. Fala sobre dados e relatórios, o resultado de muitos anos de pesquisa e muito jornalismo investigativo. Conta relatos de testemunhas e sobreviventes de ataques da Polícia. Deicha claro que muito da injustiça e covardia que é investigada, parte de uma minoria da corporação da PM.
É um livro que vai te fazer pensar sobre o seu posicionamento em alguns trechos. Em vários momentos você vai sentir raiva e nojo dos "matadores" da PM e em outros você vai discordar do autor e jornalista e vai concordar com a PM. (Eu pelo menos não sou do time que defende tratamento carinhoso com bandido).
Mas o fato é que os números provam que tem (ou tinham) algo de muito errado desde a formação e instrução dos militares até a ação dos mesmos com a população.

A leitura vale a pena, porém fica o aviso de que é uma leitura pesada, aguniante pois o leitor acaba se pondo na pele do suspeito enquanto lê os relatos. E também acaba se tornando uma leitura cansativa em certos momentos por conta do grande número de números kkkk muitos dados referentes a pesquisa acabam confundindo a cabeça. Mas se você pensa em seguir a carreira de jornalista, militar, de saúde ou se simplesmente é curioso... vale a pena
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Vinicius Nascimento 02/09/2016

Rota 66
Trata-se de um livro do jornalista Caco Barcelos, é um livro muito interessante pois trata de um assunto muito sensível em nossa sociedade, as minorias. Aborda o assunto da criminalidade dentro de uma das mais prestigiadas instituições da Polícia Militar de São Paulo, a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
O início da obra trata do momento história em que foi criada a Polícia Militar brasileira, qual seja, a ditadura militar. Portanto, apesar de a ditadura ter chego ao fim, a polícia manteve algumas características desse período.
No decorrer da obra o autor discorre sobre o perfil das pessoas que foram mortas pela polícia, e o que há de comum entre todas elas é que são jovens, negros, de famílias pobres e com idades entre 18 a 30 anos. O estopim para que a ROTA começasse a ser investigada aconteceu quando por engano alvejaram um carro com 4 jovens, onde forjaram um confronto e relataram que os jovens haviam reagido, porém uma testemunha ocular que presenciou tudo de seu prédio deu depoimento controverso e logo após se mudou com medo de retaliações, no entanto, o mais interessante é que o caso somente foi a mídia por se tratar de jovens de família de classe média alta.
A partir desse contexto, o autor que fugiu do país logo após a publicação desta obra, discorre de forma detalhada e com uma vasta pesquisa documentada sobre as mortes que ocorrem por parte da polícia.
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Ramille 01/09/2016

Rota 66
Rota 66 é um livro reportagem que conta várias histórias sobre a polícia militar e de vítimas dela. Após vários anos investigando, Caco Barcellos conseguiu escrever uma obra que deveria ser lida por todos os jornalistas e estudantes de jornalismo. Ele descreve com clareza as atrocidades cometidas pela polícia militar e a falta de punição da mesma. É uma leitura envolvente e contém trechos de leitura pesada.
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Walisson 17/08/2016

Infelizmente um livro atual
A brutalidade da Rota registrada eu diria a sangue frio, Caco Barcelos dedicou anos de estudo e pesquisa para desmascarar a polícia e seu esquadrão de extermínio, números assustadores sobre a crueldade da Rota são revelados neste livro e ainda histórias tragicas das vítimas desse temido grupo que só podiam fazer uma coisa: chorar.
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JhennyffeMoreira 26/02/2016

Demorei pra terminar esse livro por conta do quão difícil é digerí-lo. A cada página lida é um embrulho no estômago ao ver a violência por parte da polícia, de forma tão cruel e explícita; cheia de cenas de injustiças, abuso de poder e covardia.

São várias reflexões que se pode ter a partir desta leitura. Uma delas é a sequência de casos desencadeados após o episódio dos três jovens do fusca azul, metralhados pela Rota 66. Com exceção deste, as demais perseguições, em sua grande maioria, eram direcionadas a quem era mais pobre, a quem tinha a cor da pele mais escura. Ou seja, a quem possuía todas características para serem considerados "suspeitos" pela polícia.

Curiosamente, a partir dos dados apresentados pelo autor, uma parcela mínima dos mortos identificados pela pesquisa tinham cometido algum crime na vida. Quase sempre eram jovens inocentes, moradores da periferia, pais de família que retornavam de uma jornada exaustiva de trabalho, que antes mesmo de chegarem em casa tiveram a infelicidade de entrarem pra estatística dos assassinados pela ROTA.

Não havia critério algum para justificar as mortes, eram apenas suspeitos que tiveram "o azar". Não haviam tiroteios como era relatado nos inquéritos e sim tentativas de torná-los reais ao encenar que estavam prestando socorro, quando levavam os feridos (na realidade já mortos) ao hospital, assim colocando figura do policial militar como um heroi, que demonstrava bravura e coragem, e não um assassino.

Com isso, não proponho aqui demonizar a polícia como um todo, mas de ressaltar que há sim dentro da corporação uma minoria covarde, assassina de inocentes, que acaba por ser aplaudida pela nossa sociedade. Quando não era pra ser assim...

Não é questão de pensar: "Fala isso porque nunca teve um familiar seu morto por um bandido. Deixa ser com você". Não, ninguém deve se limitar a este pensamento, pois senão seria o caso de também falar: " E se um familiar seu, inocente, fosse visto como um suspeito pelos policiais e acabasse MORTO naquele momento"?

Os tempos são outros, mas hoje ainda ocorrem situações como as relatadas no livro.

Polícia é pra trazer segurança, pra proteger... mas toda moeda tem seus dois lados, não é mesmo?
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Gilberto 05/09/2015

66
Um bom livro, que mostra a realidade nua e crua da nossa sociedade!!
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Renata.Bustamante 25/06/2015

ROTA 66
Sinto-me na obrigação de dizer que eu adoro livros investigativos! Rota 66 é um deles. Desde que comecei a estudar Jornalismo, tenho buscado ler mais e mais sobre tudo, principalmente sobre o Brasil e as mazelas que assolam (ou assolaram) a nossa sociedade. Esperem novos títulos desse tipo em breve.

O livro traz uma ampla investigação sobre os primeiros 22 anos de ação das Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar, mais conhecida como Rota – uma tropa reserva do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Uma espécie de Tropa de Elite paulista.

A narrativa começa com um caso emblemático, ocorrido em 1975, denominado Rota 66. Na ocasião, os policiais militares perseguiram e fuzilaram três jovens em um Fusca Azul. A atitude dos rapazes foi considerada suspeita. Peço atenção à palavra “suspeita”, pois ela diz muito sobre o trabalho da Rota. Um detalhe fez com que o caso merecesse tanta atenção: os três jovens eram de famílias ricas.

A atenção da mídia deixou evidentes as (muitas e revoltantes) manipulações durante o julgamento dos oficiais envolvidos na morte dos jovens. Todos os policiais foram absolvidos. E mais: receberam honras de heróis pelos altos escalões da PM. A partir disso, Caco Barcellos decidiu investigar a vida pregressa (e futura) dos participantes no crime. A pesquisa começou a partir de 1970 e terminou em 1992.

Foram 22 anos de absoluto terror impostos pelos oficiais da Rota. Alguns podem pensar que “bandido bom é bandido morto”. Ok. Não me cabe julgar isso, nem dizer se eu concordo com isso. O problema é que a maioria dos crimes foi consequência de perseguições iniciadas por meras suspeitas. Olha aí a tal palavrinha de novo. A maioria dos mortos era inocente. O que a Rota fazia era exterminar pessoas a bel prazer, como deixa claro um trecho do livro: “[…] — Agora não adianta chorar. Está morto, acabou. Olha bem pra mim: fui eu que o matei — afirmou o capitão Conte Lopes, orgulhoso de sua ação.”

Essa discussão, a toda hora, ganha novos contornos. Como moradora da cidade do Rio de Janeiro, os casos de violência da polícia e contra a polícia não têm fim. A polícia deveria ser vista como protetora, mas é vista como inimiga. Um filho, vendo seu pai ser brutalmente agredido por um oficial da Rota, suplicou: “[…] – Temos que fazer alguma coisa, mãe. Chame a polícia… – Eles são a polícia, filho — cochicha a mãe, Maria”.

O livro permite uma reflexão sobre a sociedade dividida em que vivemos e desmente muitas certezas absolutas. Em Rota 66, ao contrário do que acontece muito, a manipulação da polícia teve fim com a verdade mostrada pela imprensa. A obra, de fato, é uma aula de jornalismo da melhor qualidade! Parabéns, Caco!

site: http://livrosdocoracao.com.br/2015/06/21/resenha-de-livros-rota-66/
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Matheus 05/06/2015

Um livro importante é aquele que consegue passar algo sobre o momento atual em que você o lê, mesmo tendo sido escrito já há alguns anos. Este livro mostra muito bem as conseqüências de o poder de morte ser colocado na mão de uma minoria, que passar a escolher puramente por preconceitos e suspeitas infundadas quem morre e quem vive. Mostrando que quando a justiça passa a ser feita através da violência, quem acaba sofrendo mais são os inocentes, aqueles que não tem o que pagar. E isso reflete muito do momento em que vivemos, quando brados de “bandido bom é bandido morto!” voltam a ecoar, quando dizem que a “única” solução é o aumento da violência contra aqueles que a praticam, que a redução da maioridade penal é a solução. Saídas simples para um problema extremamente mais complexo, que somente interessam aos alienados e sem informação que acreditam que o problema de violência no Brasil é algo que simplesmente nasce nas ruas, e que deve ser combatido com violência nas próprias ruas das cidades.
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Rafa 02/08/2014

Rota mata pobres
Um livro assustador,onde Caco Barcellos nos relata com fontes como a Rota 66 faz o que quer com a vida de pessoas,muitas delas inocentes,são perdidas,muitas vezes apenas para sustentar os seus desejos de matar,onde os seus integrantes ocultam provas e fazem o que bem entendem sobre a vida das pessoas.A classe baixa é 99% a que mais sofre,porque matar ricos sai na mídia,acontece alvoroço e os fatos são realmente apurados,mas para matar pobre,a mídia não se interessa,os polícias ganham "honra ao mérito" e fica por isso mesmo. Caco Barcellos nos impressiona em relatar que mais da metade dos mortos nao tinham ficha criminal.


O livro trata do assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo depois de um mal entendido, um pré julgamento errado e uma perseguição policial. A partir deste ponto o fato se torna o elo entre tantos outros assassinatos sem explicação realizados pela policia militar.

A Rota era composta por um exército de matadores, que não prendiam, espancavam e matavam os suspeitos em supostos tiroteios, sendo que, na maioria das vezes as vítimas estavam desarmadas e com nenhuma chance de defesa

"O livro é composto por três partes, no primeiro capítulo, o jornalista relata a perseguição da Rota ao fusca azul em um bairro nobre de São Paulo, os PMs fuzilaram os três jovens estudantes, sem antecedentes criminais e de classe média alta, os policias que mataram esses garotos acharam que eles eram ladrões e que haviam roubado o fusca no qual estavam. Foi quando um policial disse: “ grasnavam como patos, voavam como patos, fomos ver eram perus”. Porém esse foi o único caso em que a plolícia matou jovens da classe alta, na pesquisa de Caco Barcellos a maioria das vítimas da PM eram rapazes pobres e pardos.
O mais revoltante, portanto, é constatar que os matadores recebiam prêmios por mérito de bravura, quanto mais matavam, mais eram reconhecidos e elogiados, nem só pelos superiores más também pela imprensa.



A outra parte que também me deixou indignada, foi o fato dos inquéritos serem redigidos á partir da declaração dos PMs matadores, sem levar em conta os relatos das testemunhas



A população de baixa renda era o alvo principal dos matadores da PM. A única ocorrência em que as vítimas eram de famílias ricas foi o caso dos rapazes do fusca azul, portanto não foi muito diferente dos demais casos. Somente teve mais repercussão na imprensa, contudo os assassinos saíram incólumes.



O livro Rota 66 é uma viagem num mundo secreto do jornalismo investigativo, revelando que não é fácil analisar, investigar, arquivar e retratar acontecimentos.
Outro coisa que também chama a atenção, é o fato de que não era um ou outro policial que matava. Era todo um sistema que favorecia, literalmente, com prêmios e promoções, os maiores matadores da PM.


Não importa se era inocente ou culpado, tinha que morrer. Apenas um fator era determinante: ser pobre. Sem ter condições de reivindicar seus direitos, a população de baixa renda era o alvo primordial dos assassinos fardados. Pobre, para eles, era ladrão e tinha que morrer.
Ao longo do livro, o autor relata vários casos de pessoas mortas por policiais militares. Um exemplo do assassinato de 'Pixote do cinema' amigo pessoal de Barcellos, morto debaixo de uma cama, encolhido no canto."
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guibre 31/07/2014

Precioso trabalho de investigação, Rota 66 é um livro cujo conteúdo fica impregnado na memória. Composto basicamente por relatos de assassinatos praticados pela Polícia Militar paulista e por análises dessas condutas criminosas, demonstra a existência de um sistema talhado para perpetuar a violência de policiais e garantir-lhes a impunidade. O simulacro de apuração através de Inquéritos Policiais Militares e o processo nas Auditorias Militares são exemplos dos mecanismos que mantiveram muitos assassinos fardados no exercício da profissão e isentos de qualquer responsabilidade.
O livro induz reflexões sobre o modelo de segurança pública a ser adotado pelo Estado, inclusive no que se refere ao esbanjamento de recursos públicos em operações policiais cinematográficas. Por outro lado, explica a influência nefasta exercida pelos agentes da repressão política na formação dos policiais militares.
Para além da coragem de tentar esclarecer a violência de policiais, em mais de um ponto de texto há críticas sobre a conduta da imprensa, especialmente aquela que se mostra cúmplice do banho de sangue produzido por aqueles que em tese deveriam proteger a sociedade.
Apesar de algumas imprecisões, trata-se de uma denúncia muito bem fundamentada sobre os abusos perpetrados por alguns policiais. Por outro lado, fornece evidências da existência de uma política de extermínio, aparentemente sancionada ou simplesmente ordenada pelos superiores hierárquicos dos policiais, que produz tragédias que atingem, na absoluta maioria dos casos, pessoas pobres e suas famílias.
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Jane Ávila 27/06/2014

Como falar desse livro se rasgar uma seda?
Adoreiiiiiiiiii...
O meu estilo preferido,ação,fatos reais e com uma leitura que lhe joga dentro da trama.
Uma leitura dinámica,vc começa e sem perceber já chegou ao final.
Adoro os livro de Caco Barcellos
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Arca Literária 10/06/2014

Rota 66
A história da polícia que mata, foi lançado em 1992, e reúne vários anos de trabalho e pesquisa jornalística. O livro não é baseado em uma única história. E sim, em várias. O “Rota” do título vem do pelotão de elite da Polícia Militar de São Paulo, a Rota: Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. O grupo, criado durante a Ditadura Militar, tem a função de combater o crime e de ser exemplo para a PM. Rota 66 é um livro já consagrado pelo público e pela crítica, onde o autor desmonta a intricada rede que forma o esquadrão da morte oficial montado em São Paulo.
Resultado de uma investigação meticulosa e audaciosa, a obra foi escrita por Caco Barcelos, que é correspondente internacional da Rede Globo e considerado um dos jornalistas de maior prestígio dentro da emissora, pela audiência conseguida por suas reportagens. Durante as décadas de 1970 e 1980, Caco investiga assassinatos e abusos cometidos pela polícia. Trabalhando como repórter freelancer, passou madrugadas seguindo viaturas, indo a velórios e acreditem, dias e dias no IML conferindo documentação dos criminosos que a Rota matava, sendo que ninguém mais da imprensa dava importância a esses assuntos.
O livro trata do assassinato de um grupo de jovens de classe média de São Paulo por uma ação de uma unidade da Rota. É a partir deste ponto que o fato se torna o elo entre tantos outros assassinatos sem explicação realizados pela polícia militar.
A história se resume em três partes. Na primeira Barcellos conta o caso da Rota 66 que matou três jovens de classe alta em São Paulo, na década de 80. A imprensa deu grande destaque ao caso na época. Os policiais que mataram esses garotos acharam que eles eram ladrões e que haviam roubado o fusca no qual estavam. Os policiais militares foram ao tribunal, porém julgados inocentes.
Ao longo do livro, ainda há o relato de várias pessoas mortas pelos mesmos policiais. Barcellos vai intercalando a história do caso Rota 66 com a sua história, mostrando o que ele viveu na juventude e comparando a sua vida com a de outros que passaram pelo mesmo apuro. Fugindo de polícia sem motivo. A segunda parte é dividida em sete capítulos. Em quase todos há o mesmo fim. A polícia que persegue o “bandido”, mata e depois o leva ao hospital para “prestar ajuda”, com o propósito de evitar a investigação na cena do crime. Na terceira parte, também dividida em sete capítulos, percebemos que os policiais matam qualquer um. Um exemplo é o assassinato de Pixote, morto debaixo de uma cama, encolhido no canto.
O autor do livro tinha o seu próprio banco de dados, criado com a ajuda de um amigo. Todas as mortes causadas pelos policiais nos supostos tiroteios eram catalogadas. No inicio um sistema de catalogação bem precário, constituído por observações a hospitais, e a idas ao "IML". Esse foi o resultado de um banco de dados que o jornalista conseguiu organizar durante anos de pesquisas feitas nos jornais que publicavam as notícias das mortes em tiroteios, no necrotério e entrevistas. O Jornal Notícias Populares que noticiava os supostos tiroteios e apoiava a ação dos PMs, foi uma das fontes de pesquisa do autor.
A Rota era composta por um exército de matadores, que não prendiam. Espancavam e matavam os suspeitos em supostos tiroteios, sendo que, na maioria das vezes as vítimas estavam desarmadas e sem nenhuma chance de se defender. Após executarem as vítimas, ao invés de levarem os corpos para o (IML) Instituto Médico Legal, os corpos eram levados para o hospital, os PMs tinha o intuito de fingir prestar socorro aos cadáveres. O local do crime era alterado para dificultar o trabalho da perícia. Algo revoltante são os fatos dos inquéritos serem redigidos á partir da declaração dos PMs matadores, sem levar em conta os relatos das testemunhas. A população de baixa renda era o alvo principal dos matadores da PM.
O livro já no primeiro parágrafo prende o leitor de tal maneira que o faz viajar e aprofundar-se em cada palavra lida na cruel história da polícia, dos bandidos e dos inocentes. Ao começar escrever o livro, Caco barcellos tinha o objetivo de denunciar os matadores oficiais contra os civis envolvidos em crimes na cidade, mas o balanço final da investigação, em junho de 92, acabou surpreendendo a si mesmo. O autor conseguiu traçar um perfil criterioso das vítimas e dos assassinos, assim ele descobriu que os criminosos não representavam a maioria entre as pessoas mortas pelos policiais militares de São Paulo. O jornalista identificou pelo menos, quatro mil e duzentas das 12 mil vítimas da PM entre 1970 e 1992. Os números são espantosos, podendo ser comparados aos de uma guerra. Desse total, 65% eram pessoas inocentes. Gente que nunca havia praticado um crime.
Publicado em 1992, o livro Rota 66 já foi editado 37 vezes, sendo a última em 2002. Não tem como descrever a sensação experimentada ao terminar de ler a obra. É como se faltassem páginas. Como se todo aquele revoltante esquadrão da morte ainda estivesse ativo. E, de fato está. Tenho a impressão que faltam mais pessoas como Caco Barcellos para mostrar as histórias das atuais vítimas. E saber que essas atrocidades ainda continuam a acontecer bem debaixo de nossos narizes, me deixa revoltada, e cada vez mais apaixonada pelo jornalismo investigativo.

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Resenha de Lidy Lira, resenhista do Arca Literária


site: www.arcaliteraria.com.br
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