Marcos Nandi 07/05/2022
Indignação
Sabemos que a polícia no Brasil é a polícia que mais mata e que mais morre. Fato incontroverso, só ligar a televisão em qualquer jornal que vemos o tanto de mortes por "engano". Em geral, de pessoas pretas e pobres.
Com a desculpa de descriminante putativa (achar que a pessoa está armada, por exemplo), a policia que é despreparada, com péssimos recursos e estrutura estatal, segue cometendo atrocidades desde que o Brasil é Brasil, em especial, por causa do militarismo trazido pela ditadura militar.
Com o intuito de barrar o avanço dos guerrilheiros, as rondas ostensivas Tobias Aguiar (Rota), foi criado para torturar e matar. O que depois continuou, mesmo com a redemocratização.
Entre relatos de assassinatos de pobres e pretos, o sigilo policial, protege a rota nos crimes cometidos por civis. Aliás, supostos crimes. Visto que, a maioria são casos de pura injustiça. Por exemplo, morte de desafetos. Não há um critério prévio. Apenas, matam. São os juízes, promotores e executores de uma sentença de morte.
Muitos dos mortos, são esquecidos pela mídia sensacionalista, porém, num dos casos, a polícia matou e alterou a cena do crime, na morte de adolescentes de classe média alta, acusados de furto de um toca-fitas. Um dos únicos casos, que na época, causou comoção.
Um dos personagens odiosos dessa história, é o Nepomuceno, típico militar fruto da forja de um dos períodos mais obscuros da nossa história, cruel, maldito, personificação maniqueísta do mal. Porém, real. Um homem que existiu e que em uma vida, fez uma trajetória de sangue, tragédia e injustiça.
No meio disso tudo, temos Caco Barcelos, jovem jornalista de Porto Alegre, que resolve em 1975 ir para São Paulo, fazer um banco de dados sobre a violência policial dos anos 70 até o início dos anos 90, que até então, nunca haviam sido condenados. O próprio Caco, sofreu na sua adolescência violência policial
É irritante que os policiais sempre usam a mesma história mal contada. Com nenhuma prova do alegado (apenas provas que demonstram as fraudes processuais) e sempre eram absolvidos. É uma leitura que indigna qualquer cidadão decente. Uma história de psicopatia.