Gabriela
25/10/2020"If a person cannot leave a mark, do they exist?""Addie LaRue" soube tocar nas feridas certas. Muitos dos temas aqui refletiram muito o momento pessoal pelo que estou passando. Na verdade, até me senti atacada em alguns capítulos. Esse é um livro de tristezas, solidão e amores perdidos, mas principalmente de medos. De ser esquecido, de não conseguir deixar uma marca no mundo, de ficar preso em um lugar e deixar que os outros resolvam sua vida. De ver o tempo passar muito rápido e não conseguir viver. De perder tempo.
"Every second, there's a little less time, and a little less air, and sometimes when I'm sitting still, I start to think about it, and when I think about it, I can't breathe. I have to get up. I have to move."
A história se alterna entre passado e "presente" e possui capítulos bem curtos. Foi muito fácil gostar do ponto de vista da Addie, mas nem tanto do de Henry (principalmente porque não gostei do desenvolvimento do grupo de amigos dele). Em determinado ponto, depois da metade, a história pareceu perder objetivo e o livro se tornou mais um relato de acontecimentos do passado ou do presente que pareciam não conduzir a algo maior, já que as maiores expectativas do plot já tinham sido resolvidas. A partir daqui, tive alguns momentos de tédio que fizeram a leitura ser meio arrastada.
Para mim, foi um livro melancólico e, às vezes, não tão fácil de ser lido. Muito satisfatório, porém, na questão de empoderamento feminino e em sua sensibilidade em retratar as dificuldades dos personagens, com uma escrita muito bonita, por sinal. Atribuo muitos pontos positivos para a ambiência das cenas que a V.E. Schwab conseguiu construir, principalmente em Villon, cidade natal de Addie, e nos momentos entre ela e Henry em Nova York -- eu consegui sentir cada lugar descrito. O final foi bem resolvido, na minha opinião, e conseguiu me agradar muito, tornando difícil dizer adeus para os personagens.
Queria ter favoritado, já que este era um dos meus livros mais esperados do ano, mas, no final, tive uma experiência de leitura bem "agridoce".