Garota, mulher, outras

Garota, mulher, outras Bernardine Evaristo




Resenhas - Garota, mulher e outras


130 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9


Camila Faria 27/01/2021

A ideia central do romance, um dos mais comentados e aclamados de 2019, não me pareceu muito promissora/inovadora à princípio. 12 capítulos, cada um deles narrado por uma mulher diferente, com histórias que se conectam e se completam. A premissa me deixou sim um pouco cética, mas… que romance incrível! Um dos principais méritos da narrativa é a facilidade com que Evaristo salta de personagem em personagem, criando uma voz única e autêntica para cada uma delas. As histórias são interligadas de forma tão elegante, que recuperaram a minha esperança no estilo. Amma é a personagem central, uma dramaturga lésbica negra, cuja nova peça está sendo produzida no National Theatre em Londres ~ e é a partir da sua narrativa que o romance decola. São 12 mulheres cujas vidas se sobrepõem, mas cujas histórias não poderiam ser mais distintas. Evaristo é a primeira mulher negra a ganhar o Booker Prize (ela compartilhou o prêmio em 2019 com “Os Testamentos” de Margaret Atwood, a sequência de “O Conto da Aia”). Recomendo demais, especialmente se os temas identidade, privilégio, feminismo e experiência feminina negra estão no seu radar de interesse.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-28/
comentários(0)comente



Natalia_Medeiros 12/02/2022

Expansão mental para uma vida mais humana
Comecei a leitura para participar de um clube que amo. Não dei continuidade
Comecei mais uma vez no final do ano. Desisti
Em seu tempo
Comecei a terceira, passei por Amma, Yazz e em Dominique eu viciei
Quis devorar sem pausas para digerir tanto incômodo
II Veio Carole, ainda mais forte
Bumme, LaTisha III Shirley, Winsome, Penelope IV Morgan, Hattie, Grace
Garotas, Mulheres, Outras... Quantas outras!

O romance de Bernardine Evaristo me lembra, em formato, a escrita de Aline Bei. Uma prosa em versos, os de Evaristo mais longos. O ponto final que falta e a leitura que flui.
O livro é dividido em 5 atos, sendo os 4 primeiros compostos cada um, pela história de 3 mulheres, inclusive das que não se identificam como mulher e preferem deixar o binarismo de gênero. O último ato, A festa, é o fechamento do lançamento da peça que se coloca nas primeiríssimas páginas. Amma é meio que o fio condutor da história e a vida de uma vai sendo tecida na outra, de forma sutil, cotidiana e, às vezes, surpreendente.
Não sei o que falar sobre o Epílogo sem dar spoiler.

Esse livro é um romance de peso que nos faz renovar as esperanças nas obras produzidas pelo nosso tempo. Bernardine tem um olhar e uma escrita muito humanista. Ela nos confronta em preconceitos, em novos conceitos, na normalidade e principalmente nas nossa concepção de certo e errado. Vivemos o tempo todo querendo classificar as pessoas, as ações e a nós mesmos como certo e errado, bom ou mau. E ela nos traz em diferentes perspectivas e contextos, que somos ambos o tempo todo, querendo ou não. Lia e me questionava, passando a me permitir não ser boa nem certa. Ser humana em toda a complexidade que isso imputa. Histórias que abordam temas importantes com respeito e sensibilidade, nos mostrando nossas limitações, que são claro, oportunidades, quando reconhecidas.

Ouvi essa semana uma frase atribuída a Sócrates e que encaixa com as consequências dessa leitura "O sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância". Afinal, a liberdade, nada mais é do que um estado de consciência sobre as nossas amarras. E a coragem nos leva a novas amarras, não é Dominique? Ah, o seu conservadorismo me deixou pensando sobre o meu. E escrever sobre tal leitura, me faz pensar em Eliana Rigol, que está sempre nos lembrando que somos um pequeníssimo ponto na galáxia, em expansão.
comentários(0)comente



isabelfilardo 18/07/2021

Um livro surpreendente e brilhante
Bernardine Evaristo entrega uma escrita solta e fluida, o livro passa rápido e vamos dançando entre a diversidade das personagens. Mulheres (e outras) cujas vidas de uma certa maneira se entrelaçam e vão revelando a grande multiplicidade de experiências em relação a raça, sexualidade e identidade na Inglaterra pós-Brexit. Recomendo muito!
comentários(0)comente



fev 13/12/2023

4,25

Garota, mulher, outras é uma obra incrível.

Bernardine Evaristo consegue construir personagens extremamente reais e humanos. Eles são fracos e fortes. Não são perfeitos e estão ali vivendo. Sem a necessidade de agradar o leitor. São personagens situados em realidades que podemos nos deparar a todo instante. Para mim, este é um dos pontos mais fortes e marcantes do livro.

A narrativa e a construção de personagens são certeira e bem construídas. A sensação ao final de cada capítulo é satisfação por algo tão bem construído. Tudo na medida. Não falta ou sobra. Claro que há personagens mais cativantes ou interessantes, mas nada que atrapalhe.

Evaristo consegue trabalhar temas pertinentes e atuais, além de refletir com propriedade sobre variados assuntos através de décadas e até mesmo séculos. Racismo, negritude, feminismo, liberdade das mulheres, juventude, sexualidade, relacionamento abusivo, amores, família entre outros aparecem nas reflexões da autora.

Garota, mulher, outras é um livro do nosso tempo. É uma obra que conversa com a experiência de viver do século XXI. É de admirar a forma como a autora consegue captar tão bem a atualidade sem cair em uma armadilha prepotente. É interessante, provocativo, acessível e gostoso de ler. Recomendadíssimo.
comentários(0)comente



Gio 19/09/2021

Achei esse livro sensacional, a escrita da autora é perfeita e os temas abordados são tão necessários e atuais!!

Muito relevante pra todos, me emocionei lendo.
comentários(0)comente



Janaina 05/05/2021

Um retrato humano
Esse é um livro potente e impactante, tanto pela polifonia presente, que traz uma diversidade realmente rara, qto pelas reflexões que apresenta.
Importante avisar para possíveis gatilhos sobre estupro e violência doméstica.
comentários(0)comente



Sarah 28/01/2021

"Garota, mulher, outras", da escritora anglo-nigeriana Barnardine Evaristo, não é apenas um livro, mas vários dentro de uma capa única - que te fisga já nas primeiras páginas.

Explico: a obra narra as histórias de diferentes mulheres, todas negras, muitas lésbicas e imigrantes. E cada uma delas é descrita detalhadamente, com começo, meio e fim, apesar de se passar em apenas um curto espaço de tempo. Como a gerente do super mercado de bairro que antes de abrir a loja para mais um dia de vendas reflete sobre seu passado e como chegou até ali.

A narrativa é tão comovente a ponto de você se sentir um amigo próximo da personagem e lamentar o fim de sua história. Isso até ser conquistado por outra personagem.

Todas se entrelaçam em determinados momentos, apesar de os personagens não necessariamente se conhecerem.

E todas tratam das dificuldades de ser mulher, de ser negra, em alguns casos também da pobreza, em outros do preconceito ligado a sua sexualidade e às vezes sobre o processo de adaptação a uma nova cultura.

Evaristo explicou em entrevista que "esse é um romance que um homem branco não poderia ter escrito porque é a experiência que todas nós, mulheres negras, vivenciamos".

Outro ponto que chama a atenção no livro é a pontuação, ou melhor, a falta dela. Escrito em formato de prosa poética, não confunde o leitor, como temia, mas dá a cadência para o texto tantas vezes levado por sotaques dos imigrantes vindos de lugares como Caribe e África.

Não foi por acaso que a obra ganhou, além do aclamado prêmio Booker Prize em 2019, elogios fervorosos de pessoas como Barack Obama e Roxane Gay.

Apesar de ainda ser janeiro, já tenho certeza que será uma das minhas leituras preferidas deste ano.

site: www.instagram.com/invasoesgermanicas
comentários(0)comente



Amanda Ciarlo 04/05/2022

SENSACIONAL!
livro com uma narrativa muito diferentes, com personagens femininas fortes e cheias de representatividade. Cada capítulo possui histórias mais independentes, mas que se tocam em algum momento. Não conseguia parar de ler, mas também não queria que acabasse. Lindo de ler um livro com tanta representatividade negra, feminina e LGBT. Amei!!!!!!!!!
comentários(0)comente



Adriano.Santos 02/11/2020

Múltiplo
A arte de Bernadine é ir além, ela foi capaz de mostrar como manter uma linha narrativa, usando vozes e narrações, usufruindo de padrões ortográficos próprios que tomamos com naturalidade, além de uma série de pessoas surgindo para mostrar quão diversa pode ser uma vida partindo de diferentes cenários. Torço para os outros sete livros dela chegarem aqui.
comentários(0)comente



João Vitor 07/01/2022

De fato, o primeiro livro que peguei em dois mil e vinte e dois e finalizei foi ?Garota, mulheres, outras? da Bernadine Evaristo
o livro abriu meus olhos de tantas formas,
um mundo cheio de pautas e narrativas se chocaram contra mim, como aquela específica onda da praia que me pegou desprevenido

eu me odiei por não ter lido antes e cravei as unhas na minha coxa
odiei também aqueles que leram e não me indicaram, mas é muito egoísmo da minha parte pensar assim

esse livro é escrito de uma forma tão linda, tão brilhante, tão maravilhosamente estruturada, é tão inventivo, beira a prosa poética
é um romance de fluxo, como a autora mesmo se referiu a ele, quase não possui pontos finais, é um texto gráfico, para apreciar, para olhar de longe e notar que são versos livres ?sem métrica

versos que ligam doze protagonista plurais numa grande teia narrada por discurso indireto livre
personagens singulares de diferentes lugares e gerações, com suas imperfeições, perfeições, alegrias, dores, vitórias e derrotas
afinal, a vida é isso, não é?

o livro é inteligente;
irônico
político
fala sobre raça;
identidade
sexualidade
a escrita é contemporânea;
fashion
camp

por que demorou tanto para esse livro chegar em minhas mãos? das quarenta autoras que li ano passado, por que apenas uma era uma autora negra? leio muito mais mulheres do que homens todos os anos, isso basta? onde estavam as autoras negras na minha graduação em Letras? onde elas estão na minha estante? a quem devo culpar?
a) a mim
b) letra C
c) letra A

desde que notei isso uma sombra de incomodo me persegue
fico tentando procurar respostas dentro de mim mesmo e ao meu redor

Toni, Chimamanda, Conceição, Zadie, Ana Maria, Octavia e Aline, todas vocês, por favor, me esperem, vou chegar um pouco atrasado, mas ainda assim quero
conhecê-las
ouvi-las
lê-las
que vocês sejam só o começo de outras
e outras
e mais outras.

Escrevo sobre livros no meu insta: @jojoaaao
comentários(0)comente



Tina Lilian Azevedo 15/01/2022

Contemporâneo, mas um clássico
Amei a escrita, o ritmo que ela impõe à leitura. A cadência. São histórias múltiplas de mulheres miscigenadas, mas com elementos que as entrelaçam e que se repetem na vida delas. Dores emocionais profundas que as paralisam momentaneamente e que as impulsionam em busca de seus ideais, da vida almejada e construída paulatinamente. Ao mesmo tempo, um retrato da vida dessas mulheres na Inglaterra multicultural e preconceituosa. Há homens admiráveis também na estória. O final transborda amor! É atual, é forte, é realista. É a família humana magistralmente retratada. Leria de novo e daria de presente.
comentários(0)comente



Lali 15/12/2021

A autora entrega simplesmente tudo nesse livro. Passado o choque inicial da ausência de pontos finais e letras maiúsculas (que depois de algumas páginas garantem uma fluidez incrível ao texto) você se vê totalmente envolvido na história dessas tantas mulheres, cada uma com suas lutas, suas dores, sua alegrias, seus ódios e amores. E a forma como tudo de algum modo se conecta (principalmente no emocionante epilogo) faz com que seja uma leitura absurdamente prazerosa.
comentários(0)comente



Taísa 18/09/2021

Uma resenha dificil pois esse livro possui muitas camadas.
O livro conta a historia de diversas pessoas, cada uma tem seu destaque em determinado momento do livro e todas estao interligadas de algum modo.
Atraves dessas historias a autora trata de várias tematicas como abuso sexual, relacionamento abusivo, preconceito racial entre varios outros (alias ja fica aviso q pode ter gatilho). O melhor q apesar de tantas personagens e historias e tematicas, nada é raso no livro.
O que mais me impactou foi poder ver pela obra uma Londres de classes mais baixas e , principalmente, negra. Pelas obras q ja tinha mais tido contato, principalmente por series e filmes, a Inglaterra sempre me foi apresentada como sendo muito branca, e acho importante esse tipo de conteúdo mostrando esse outro lado.
Acho q é uma leitura incrível, importante por varios temas que sao abordados, alem de ser uma leitura fluida, mesmo tendo uma estrutura q narra em versos livres, mas nada q deva assustar, pois a história flui.
comentários(0)comente



Gabi 05/04/2021

Que leitura espetacular!
Vencedor do Booker Prize 2019, tem uma escrita fluída, que você se sente dentro dos pensamentos do narrador.
Se passa numa Inglaterra pós Brexit com muitas reflexões sobre machismo, identidade de gênero e estrutura da sociedade.
comentários(0)comente



| @contemumlivro 20/04/2021

Garota, mulher, outras de Bernardine Evaristo é uma leitura diferente. O diferente já começa no jeito que ela separa as frases:⁣
- versos longos - o que faz tudo parecer poesia, mas na verdade é prosa. ⁣

Terminei essa leitura ontem à noite e resolvi escrever logo porque a sensação está fresca. São doze histórias extremamente únicas que dançam entre si formando encontros plurais. São onze mulheres e uma pessoa não binária que têm suas vivências divididas em enredos ⁣
sobre ancestralidade, ⁣
sobre a origem que carregam.⁣
Elas, as personagens, todas imigrantes ou descendentes de imigrantes de países africanos ou caribenhos, vivendo na Inglaterra - uma Inglaterra diferente da que estamos acostumados a ver/ler. ⁣

Essa obra é diferente de tudo que eu já li. Traz diferenças – de todos os tipos – entrelaçadas em uma trama só, sabe? ⁣

É um quebra-cabeça desmontado e montado pela Bernardine de um jeito enérgico. A mulher que agora é protagonista, daqui a pouco vira secundária e a cena se repete de vários ângulos, o que muda completamente o fato. ⁣

São perspectivas embaladas por uma energia que deixa até as passagens mais difíceis, tragáveis. É uma sequência de histórias de transformação de pessoas que se desencontram – e se encontram em uma grande festa no final - sem perder o brilho. ⁣

São passagens que em outro contexto talvez passassem batidas, mas, dessa forma como foi escrita, pega quem estiver lendo e não solta mais. ⁣

É brilhante, inventivo, já diz na capa ✨💚⁣


site: @contemumlivro
comentários(0)comente



130 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR