LT 11/12/2020
Juliette é corretora de móveis e leva uma vida monótona em Paris, o único auge do seu dia é quando anda de metrô e vê os diversos passageiros, mas em destaque três deles. Todos os dias ela vê os mesmos passageiros com livros em suas mãos, o homem de chapéu verde que sempre pega o mesmo livro de insetos que antes de ler cheira as páginas, a mulher idosa que lê um livro de culinária em italiano e parece se lembrar dos tempos passados e sorri e a a jovem que sempre lê romances e quando chega na página 247 chora por alguma razão.
[Quote] “Todas as manhãs, o homem abre sua pasta e retira um livro encapado com um papel fininho, quase transparente, puxado também para o esverdeado, e desdobra as pontas com gestos lentos, precisos.” [...]
Mas como a sinopse conta, em um dia qualquer, Juliette decide mudar seu caminho, assim encontrando um livro esmagado entre um portão e um muro e ela se questiona o que aquele livro faz ali, até ver uma menininha correndo e perguntando se pode entrar em sua casa.
Por curiosidade, Juliette segue a menina que lhe questiona se ela seria a nova mensageira de seu pai. Zaïde é filha do iraniano Soliman, o qual tem um escritório abarrotado de livros de todos os tipos e histórias prontas para serem lidas.
O que Juliette não esperava era que ele saberia todas as respostas para suas perguntas, como o que acontece na página 247 de um livro de romance?
[Quote] “O que acontece na página 247?” Passa-se um tempo; ele parece refletir em busca da resposta. Ou talvez busque uma recordação. Em seguida, diz: “Na página 247, tudo parece perdido. É o melhor momento, sabe?” [...]
Mas para Juliette, aquele encontrou mudou tudo, seu jeito de pensar e até mesmo sua realidade de vida para o trabalho. Ela decidiu trocar tudo que tinha, apenas para fazer o que sempre sonhou, estar perto das pessoas e fazê-las felizes com os livros.
No entanto, será que após uma notícia drástica ela continuará fazendo isso? Qual a relação entre ela, Soliman e sua filhinha? Será que vai dar certo na vida dela para que ela acredite de vez em tudo que faz?
O livro é gostoso e nos faz refletir cada vez mais em como entramos em um mundo diferente a cada livro que abrimos. Eu me senti muito conectada com Juliette, por entender o modo dela de pensar e querer transmitir para as pessoas como um livro pode te fazer viajar.
Afirmo que foi um pouco confuso o começo e que a leitura é cansativa, mas eu não posso reclamar do enredo do livro, pois ele é maravilhoso. Para quem quer sair de um ressaca literária, recomendo essa leitura, pois nos faz pensar em nunca desistir de ler mais livros.
A capa é linda, as folhas são amareladas e mais grossas, tem desenhos em todo começo e final de capítulo, que nos traz mais perto do que realmente acontece no enredo. A escrita é leve apesar de o livro ficar um tanto cansativo, só um pouco cansativo, tem que ter calma para ler, só que vale muito a pena ler até o final.
Dei três estrelas só pela questão das partes cansativas, mas como um todo o livro é uma ótima pedida e que nos ajuda a entender qual o motivo de nos encantamos tanto com os universos literários. Uma boa pedida de leitura, recomendo!
Resenhista: Analuiza Amorim.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/