Resenhas -

skuser02844 15/11/2022

O avesso da pele
O avesso da pele retrata a história de Pedro, um garoto que tem sua vida atravessada por inúmeras violências desde quando ainda nem entedia o porquê. Preto e vivendo no sul do Brasil, a região mais racista do país, aprende desde cedo a sobreviver a um sistema que tem como alvo principal seu corpo negro.
Além disso, teve que lidar muito cedo com as dificuldades de uma relação familiar conturbada e problemática. Por isso, a narrativa da história tem como foco principal a tentativa do resgate de fatos e acontecimentos que causaram esse emaranhado de sofrimento. Violência, morte, perdão, culpa e questões raciais fazem parte desse enredo brutal e sensível, que conta não só a história de Pedro, mas a de milhões de pessoas pretas que tem no avesso da pele, uma história de dor. Dor de quem encontra o preconceito e a morte a cada esquina.

ca.rol 08/05/2023

"(...) uma espécie de mantra. Um manual de sobrevivência."
Terminei a leitura com lágrimas nos olhos. O Avesso da Pele é um livro emocionante, doloroso e, acima de tudo, super necessário. Retrata tantas problemáticas. O escritor acertou demais.
É ridículo saber que apesar de sermos uma "sociedade moderna", "nós" normalizamos tantos conceitos/padrões absurdos usados para desvalorizar e diminuir um grupo.
Eu amei essa leitura!! Nos primeiros capítulos eu já estava encantada com a história. Finalizei o livro com aquele sentimento de: valeu a pena ler. É muito gratificante. Recomendo mil vezes.

"No entanto, agora eu sei que você estava me preparando. Você sempre dizia que os negros tinham de lutar, pois o mundo branco havia nos tirado quase tudo e que pensar era o que nos restava. É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo. E por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você, de alguma forma, tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende?"

"Aprendi a inventar estratégias de sobrevivência. Seu pai também teve de inventar estratégias. Mas isso não significa que sejamos sempre bem-sucedidos. Quero dizer que nós, às vezes, falhamos. E falhar, no nosso caso, pode resultar num erro fatal. Ainda assim, Pedro, ainda assim a gente segue."

Siane 06/04/2022

É necessário preservar o avesso (...)
O avesso da pele é uma leitura extremamente pesada e necessária. A começar pela narrativa que é muito pessoal, uma vez que o Pedro narra como se fosse uma conversa o seu Pai, o uso da palavra "você" nos coloca diretamente como no lugar de Pedro, além dos relatos sobre a vida de Henrique, seu pai, há também relatos sobre a vida de sua mãe, Martha.

O que nos leva ao debate sobre como o racismo acontece com mulheres e homens de maneiras parecidas e com tantas diferenças também. Além disso, a colocação sobre o sistema educacional também é muito pertinente, sobre o que é ser professor e como isso pode ser desgastante, e como existem alunos que desistem dentro da escola, que não conseguem enxergar um futuro, pois são constantemente menosprezados e marginalizados.

Os relatos sobre as descriminações que os personagens sofrem não são fáceis de ler, principalmente porque sabemos que é exatamente daquela forma que acontece, sobre como os negros são constantemente colocados na margem da sociedade, sobre como são agredidos e violados diariamente, muitas vezes sem a oportunidade de defesa. E como é importante conhecer o movimento de resistência e como desde cedo somos ensinados a ter atitudes que possam nos perservar.

É um livro sobre o racismo, resistência, descriminação, luta, luto e Educação. Extremamente real, cru, intenso e doloroso. Se tiver a oportunidade, leia o avesso da pele, não irá se arrepender.

"É necessário preservar o avesso , você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo. E por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você, de alguma forma, tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende? Pois entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único. E é nesse lugar que estão os afetos. E são esses afetos que nos mantêm vivos."

Douglas 07/01/2023

Algum momento parou para pensar em como e qual o grau em que o racismo muda, distorce, interrompe entre outras tantas coisas criminosas faz com a sociedade. Faz com que seres humanos sejam desumanizados, percam sua dignidade, sua voz, sua vida.
Magistralmente contando momentos do passado de seus avós, de seus pais e um momento de seu presente o narrador traz como nesse processo histórico o racismo acabou com a vida de seu pai e a saúde de muitos. Ponto de reflexão essa obra é crucial para pensarmos e repensarmos nosso cotidiano e o que nós cerca, desnaturalizarmos e podermos compreender como o racismo está infelizmente embutido onde não percebemos e como ele destrói vidas.

Bruna D. 26/03/2024

O avesso da pele
Fiquei curiosa com o conteúdo do livro após a polêmica sobre ele ser trabalhado nas escolas.

Já esperava que fosse um ótimo livro, agora que concluí a leitura, só confirmei. O livro retrata a violência diária que afeta pessoas negras, violência física e mental. Retrata o racismo que está presente no dia a dia, disfarçado de piadinha e afins.

GiuBeretta 09/04/2024

" Preservar aquilo que ninguem vê "
" È necessário preservar o avesso- você me disse - Preservar aquilo que não se vê, porquê não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo, e por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você de alguma forma tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende? Pois entre músculos órgãos e veias, existe um lugar só seu, isolado e único. E é nesse lugar que estão os afetos e são esses afetos que nos mantém vivos. '
Uma narrativa completamente adepta ao cru.
O avesso da pele de Jeferson Tenório narra a história de uma família, onde no começo do livro a personagem ( após a morte do pai ) vai contando sua história, e traçando toda umma árvore genealógica de racismo estruturado.

Seu pai que foi brutalmente assassinado por uma negligência do estado, uma violência muito comum no Brasil infelizmente: o racismo.

A conclusão do livro chega a ser atroz de tantas barbaridades que a personagem lista, racismos ocorridos de sua infância e infância de seu pai, até a morte ( recorrente do racismo ) . O último capítulo é devastador dolorido mas é bonito.
Em paralelo a isso, o livro mostra também a importância do professor, sendo Henrique ( pai da personagem ) professor de escola pública, e o livro mostra as dificuldades que ele tem de " tocar " a sala, de fazer com que deem atenção a ele, ao menos se interessem pela aula . Nos mostrando como nosso sistema de ensino é falido. Porém em algum momento do livro ele consegue finalmente receber retorno dos alunos com o livro " Crime e Castigo ", e essa atenção é de alguma forma catártica como um tipo de redenção.
Eu acho que esse professor é um retrato de tantos outros que não desistiram e até hoje batalham...

Jeferson coloca as personagens humanas como devem ser, com defeitos, desvios de caráter, sem nenhuma romantização . E resgata bastante figuras negras em seu livro como Itamar Assunção, Luis Melodia, James Baldin, entre outros . A história se passa em Rio Grande do Sul, um dos estados brasileiros mais racistas. A leitura é fluida, e escreve para seus pais na 2 pessoa. Extremamente profundo, leiam !

liaentrelivros 07/05/2024

No sul do país, um corpo negro será sempre um corpo em risco
Eu quis reler algumas partes dessa obra antes de fazer a resenha, pois, durante a leitura estava passando por uma semana de caos na faculdade. Chorei tudo o que eu não tive tempo de chorar antes.

"Na primeira vez que ouviu falar em consciência negra, você não compreendia que a sociedade se importava mais com a sua cor do que com o seu caráter."

Pedro começa a história no dia em que precisou ir até o apartamento de seu pai recém-falecido, e entre objetos e lembranças nos narra a trajetória de seus pais - Henrique e Martha - na cidade de Porto Alegre. Os capítulos são narrados entre a infância e adolescência de um e de outro, o encontro e a separação de duas pessoas marcadas por um cotidiano reduzido a esteriótipos e regras de convivência de uma sociedade racista.

"Quando pela primeira vez você ouviu a palavra 'negritude', o seu entendimento sobre a vida tomou outra dimensão, e você se deu conta de que ser negro era mais grave do que imaginava."

Formado em Letras, Henrique dedicou a vida ao magistério, outra luta árdua contra a escola e o desinteresse dos alunos pelos livros. Desencantado com a profissão, foi aos poucos se tornando apenas um operário, até começar a lecionar Português para uma turma noturna do EJA e se deparar com sobreviventes de um sistema que corrobora para que os jovens da periferia abandonem os estudos. E em uma aula sobre Crime e Castigo ele finalmente consegue a atenção desses alunos. Uma chama de esperança se acende, tão forte, tão intensa, que ele nem percebe, a caminho da escola, quando os policiais fazem a abordagem pela milionésima e última vez.

"Quando você morre, quando seu coração para, não importa o que você fez com sua vida, não importa quantos planos você deixou para trás, quantas pessoas você magoou, quantas te magoaram, quantas vezes você perdeu ou ganhou. Importa apenas o que você estava fazendo no momento da sua morte."

Pedro termina sua história contando a relação que tinha com os pais separados: de um lado, a mãe controladora, que descontava nele a insegurança do abandono de um casamento falido, e do outro lado, o pai pouco afetuoso de quem ele tentava se aproximar e ganhar a mesma importância que seus livros. É aí que está o avesso da pele, o que você significa para os outros, o que você carrega dentro de si e o que a sociedade não pode tocar. O abismo de viver confinado aos limites do que lhe é permitido de acordo com o seu tom de pele.

Não é à toa tanta polêmica em torno de O Avesso da Pele, não é preciso ter lido para saber o que constrange de verdade os falsos moralistas. É mais fácil censurar um livro do que chamar os jovens à discussão sobre assuntos tão pertinentes do nosso cotidiano. O incômodo de ler sobre cenas de sexo deveria ser menor do que se reconhecer em falas e atitudes racistas, mesmo quando despretenciosas. É saber que fazer parte do coro "bandido bom é bandido morto", muitas vezes é concordar com a violência policial cada vez mais normalizada nas estatísticas. É apagar sonhos de quem tenta fazer a diferença na vida das pessoas, seja através da educação, seja através da arte. É se conformar com a dor de quem perdeu um familiar por um erro, mas que precisa continuar, porque é vida que segue.

"Tenho Ogum em minhas mãos porque agora é a minha vez."

Julie 26/07/2022

LEITURA SOBRE RACISMO E PRECONCEITO
a leitura é ótima, mas não leve.
eu, pessoa branca, senti nojo da minha raça do início ao fim.
pensar que muitas pessoas brancas se acham superiores apenas pelo fato de serem brancas e se acharem no direito de maltratar pessoas pretas, me deixou absurdamente ENOJADA (tentei achar outra palavra, mas enfim.. não achei que coubesse tão bem no contexto).

A história é contada por Henrique, homem negro, assassinado por nada mais nada menos, do que racismo e preconceito.

Carolina.Ferreira 26/11/2023

Que livro incrível. Completamente apaixonada. Uma escrita leve e fluída pra falar de temas complexos

Felipe 16/03/2024

Acredito que esse livro seja sobre ausências. Ausência do poder do Estado em dar melhores condições de trabalho aos professores, e consequentemente maior qualidade no ensino para os alunos; ausência de afeto que os personagens tiveram durante sua vida toda, e quando em alguns momentos tiveram o mínimo, não sabiam lidar com esse sentimento, e por conta disso, tornaram as relações entre eles, difíceis e doloridas; ausência de debates sobre os males que o racismo, que está impregnado em nossa sociedade, vem causando ao longo da história da humanidade, e por conseguinte ausência de soluções para esses males.

Em geral, a tentativa de silenciamento dessa história no Brasil, é também a tentativa de não querer dialogar sobre as feridas que permanecem abertas acerca das questões raciais, violência policial e baixa qualidade do ensino no país.

João Augusto 3 CL 20/06/2023

?Jeferson Tenório nasceu no Rio de Janeiro, em 1977. Radicado em Porto Alegre, é graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul ? UFRGS e atua como professor de língua e literatura na rede pública de ensino de Porto Alegre. Em entrevistas o autor relata que o seu amor pela literatura surgiu depois dos 20. Em 2021, o autor ganhou o Prêmio Jabuti por seu romance, O avesso da pele,
um dos motivos pelo qual começou escrever foi porque teve muitas experiências com abordagens policiais violentas. Pensou que escrever poderia ser uma maneira de enfrentar o racismo presente no Sul e no Brasil em geral.

?Em várias partes da obra, Pedro se faz como o protagonista que está tentando descobrir o passado dos seus pais, na trajetória do livro, podem ser vistas várias ocasiões em flagrantes de questões de racismo estrutural, uma cena muito marcante foi quando Henrique teve um relacionamento com sua primeira namorada, Juliana, mas que por questões pessoais, esse relacionamento não veio a dar certo, também teve a ocasião onde ele foi confundido com ladrão pela polícia, só por sua pele ser de cor morena, mais um motivo para o livro ligar totalmente com o contexto do racismo estrutural. Todas essas situações são instâncias recorrentes de racismo estrutural que é transmitido de geração em geração, às vezes sem que as pessoas percebam que estão fazendo isso.

?Em algumas cenas que vivenciei nos capítulos, percebi três pontos que são necessário a discursão:
1)O racismo: esse ponto é de essencial quando se fala no livro, pois durante toda a trajetória o personagem principal Henrique sobre com alguns acontecimentos que com certeza afetaram seu psicológico, problemas esses, que envolvem o racismo estrutural, como por exemplo a parte da polícia onde ele é confundido com um bandido e também a parte da família de uma ex namorada dele, onde o pai da menina ficava tirando ?sarro? da cara dele.

2)displicência policial: Esse é um ponto de bastante importância, pois nele é onde ocorre uma cena que fica muito marcada no final do livro, uma cena trágica, onde a polícia por pura displicência acaba matando o jovem henrique, um dos personagens principais e mais importantes no contexto da obra.

3)O abandono familiar: Esse é um ponto que sempre estará presente do decorrer do livro, pois nele o personagem principal henrique é abandonado por seu pai logo na infância, isso fez com que ele e sua mãe levasse uma vida árdua e bastante difícil, lidando com problemas psicológicos e financeiros.

?Em minha opinião, esse é um ponto de bastante relevância, pois ele é o estopim para o fim do livro, onde por meio de uma displicência policial, o jovem henrique que estava em uma de suas melhores fases tanto emocional como em relação a escola onde ele trabalhava morre, essa cena com certeza ficará guardada em nossos corações, pois Henrique é um jovem que sofreu bastante com as consequências da vida, e esse livro foi um dos mais interessantes que já li, pois nele são retratadas histórias que acontecem bastante na realidade brasileira, pois isso vários acontecimentos nos meios dos capítulos ficam bem marcados na nossa mente, como no caso, a morte o jovem Henrique.

Lorennapetronio 2ºJC 20/06/2023

O avesso da pele
O livro ? O avesso da pele ? do escritor Jeferson Tenório foi lançado no dia 10/07/2020 , venceu o prêmio jabuti de melhor romance.
Jeferson Tenório o nasceu no Rio de Janeiro, em 1977. Radicado em Porto Alegre, é doutorando em teoria literária pela PUCRS. Estreou na literatura com o romance O beijo na parede (2013), o avesso da pele é sua estreia na Companhia das Letras.
Em ?O avesso da pele?, Pedro perde seu pai e escolhe refazer o caminho paterno , relembrando de tudo vivido por ele e sua mãe .
Essa obra aborda principalmente a questão do racismo estrutural, e o quão isso afeta a vida de muitas pessoas negras da narrativa, mostrando como eles se sentem diante das situações .
Além do racismo, o livro mostra temáticas como abuso infantil, relacionamento tóxico , abandono paterno e educação precária nas escolas públicas brasileiras.
A morte de Henrique foi trágica , pois se tratou de um episódio que é muito comum em todo o mundo , a cada dia as abordagens policiais estão mais violentas e como no livro , podendo levar um inocente a óbito.

Thaís Pacheco 13/12/2021

5 estrelas é pouco
Não consigo expressar em palavras o quanto esse livro me tocou. Foi, de longe, o melhor livro que li em 2021. Experiência única, mergulhei com tudo nessa leitura. Ótimo para pensar sobre racismo e ensino público no Brasil. Recomendo a todos!

J.â­ 14/03/2024

Simplesmente espetacular, conta uma trsite história baseada em nossa sociedade, um conto triste, mas incrível, apagaria da minha memória pra que eu pudesse sentir novamente o prazer que foi lê-lo a primeira vez

AnaLuz 20/06/2023

O livro "O avesso da pele", lançado no dia 10 de agosto de 2020, mostra a realidade de Pedro que, após perder o pai, começa a relembrar situações vividas pelos seus pais, seus relacionamentos antigos, suas histórias e trajetórias, em uma tentativa de reviver sua família. Jeferson Tenório, o escritor da obra, possui uma narrativa diferenciada, não me recordo de já ter lido um livro sequer como o avesso da pele, tive a impressão de que estava em uma conversa com o protagonista o tempo todo, como se ele estivesse me contando a história, não gostei muito do tempo da narrativa por ser um tempo psicológico, tive que reler diversos capítulos para conseguir entender de fato, mas acho que foi oq me prendeu de na história, o escritor possui vários prémios pelas suas obras, conquistou o 15? concurso do prêmio ?Poemas no ônibus? em 2007, o 3? concurso do prêmio ?Poemas no trem? em 2007, menção honrosa no 19? Concurso de Contos Paulo Leminski da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, livro do Ano na 12? edição do Prêmio AGES por O beijo na parede em 2014, livro do Ano 17? edição do Prêmio AGES por Estela sem Deus em 2019, Finalista do Prêmio Minuano por Estela sem Deus em 2019, Patrono da 66ª da Feira do Livro de Porto Alegre em 2020, 63? ganhador do Prêmio Jabuti  por O avesso da pele em 2021, Finalista do Prêmio Oceanos por O avesso da pele em 2021. A obra aborda diversas temáticas importantíssimas como o racismo estrutural, a falta de infraestruturas escolares, o assédio, a desigualdade entre outros, mas com o foco no racismo de fato, ao longo do romance é citado as diversas abordagens policiais direcionadas a Henrique incluindo na sua infância, os questionamentos de sua capacidade, desigualdades pela sua cor, olhares e comentários da sociedade e de pessoas próximas entre diversos outros fatores relacionados à "negritude", Termo utilizado pelo próprio autor, a morte de Henrique é um exemplo do racismo que traz consigo a violência, cansado das abordagens policiais constantes, Henrique, já cansado das horas trabalhadas na escola, apenas finge que nada está acontecendo é acaba levando um tiro no ombro e outro no peito, derramando seu sangue nas mãos do Racismo que ainda se perpetua na sociedade.